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Narrativa Visual

Criando um roteiro desenhado – Ato 1

Um tempo atrás eu fiz um vídeo mostrando como estruturava uma história curta usando os três atos. Nele eu sugeri que poderia fazer um dando continuidade no processo, que é a criação do roteiro desenhado da HQ.

Como muitas pessoas gostaram da ideia e até me cobraram para eu fazer logo esse vídeo falando do roteiro desenhado e dos layouts das páginas, então resolvi fazer.

Neste vídeo eu mostro o processo de escolhas narrativas durante a produção de um roteiro desenhado para uma história curta que estou criando.

Se ainda não assistiu, então veja o vídeo da estrutura da história abaixo.

Links úteis para você

Quem sou eu pra falar de roteiro desenhado?

Meu nome é Marcus Beck e sou quadrinista e professor de quadrinhos. Meu objetivo é trazer o máximo possível de informação sobre como criar uma história em quadrinhos.

Publiquei minhas webcomics (quadrinhos online publicados na internet) por mais de dez anos e aprendi muitas lições sobre o que deve ou não ser feito para que as HQs sejam as melhores possíveis.

Quando eu comecei a criar meus quadrinhos eu gostaria muito que tivesse conteúdo sobre o assunto para que eu não tivesse que aprender tudo sozinho. É por isso que criei esse canal e também o meu blog, para ajudar quem está passando pela mesma situação que eu estive quando comecei.

Faço o possível para responder todas as perguntas, por isso fique a vontade para comentar com todas as suas duvidas. =)

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Como criar HQs

O que é Worldbuilding?

O que é Worldbuilding e porque você pode precisar dele?

Muitas vezes queremos que nossos personagens vivam aventuras incríveis em mundos fantásticos. 

Mas assim como os personagens precisam passar a ideia para o leitor de que eles poderiam existir, que poderiam ser “reais”, o mundo onde eles vão viver suas aventuras e histórias também precisa passar essa impressão.

É aí que entra o Worldbuilding.

Eu fiz um vídeo explicando este conceito e publiquei no meu canal do Youtube.

Esta não é a primeira vez que eu abordo esse assunto. 

Como tenho trabalhado um tempo em uma nova história em quadrinhos que se passa em um mundo inventado, precisei pesquisar muito sobre o assunto.

Ano passado essas pesquisas acabaram se transformando em um artigo no meu blog. Se você quiser se aprofundar mais no assunto leia o artigo clicando aqui!

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Quem sou eu pra falar sobre worldbuilding?

Meu nome é Marcus Beck e sou quadrinista e criador do curso HQ na Prática. Meu objetivo é trazer o máximo possível de informação sobre como criar uma história em quadrinhos.

Publiquei minhas webcomics (quadrinhos online publicados na internet) por mais de dez anos e aprendi muitas lições sobre o que deve ou não ser feito para que as HQs sejam as melhores possíveis.

Quando eu comecei a criar meus quadrinhos eu gostaria muito que tivesse conteúdo sobre o assunto para que eu não tivesse que aprender tudo sozinho. É por isso que criei esse canal e também o meu blog, para ajudar quem está passando pela mesma situação que eu estive quando comecei.

Faço o possível para responder todas as perguntas, por isso fique a vontade para comentar com todas as suas duvidas. =)

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Quadrinhos

Um grande erro – Diário de criação de uma HQ #003

Essa é mais uma entrada no diário (que não é feito todo dia) de criação de uma história em quadrinhos.

Já falei sobre o começo da criação da HQ na entrada #001 e falei sobre o desenvolvimento dos personagens na entrada #002.

Hoje quero falar sobre algo que acredito que aconteça com muitos quadrinistas independentes por aí e que aconteceu comigo nestas últimas semanas.

Fiquei totalmente travado na hora de desenhar as páginas.

O erro que cometi

Mesmo já tendo o roteiro pronto para o primeiro capítulo da minha história em quadrinhos e faltando apenas sentar em frente ao computador e desenhar as páginas… eu travei.

Cheguei a desenhar duas páginas, mas tive muitas dúvidas sobre como seriam certas coisas no mundo em que a história acontece.

Como seriam as cidades, as roupas das pessoas, etc. Apesar de ter uma ideia bem clara das referências que vou usar para a criação do mundo, senti que faltou me preparar melhor para essa fase.

No momento em que vamos desenhar as páginas precisamos ter tudo isso muito bem pensado. É preciso já ter as referências que você vai usar e já ter planejado a maioria das coisas.

Percebi isso tarde demais. E acabei travado para continuar criando as páginas.

Foi um erro que me atrasou muito no planejamento dessa HQ, mas só agora percebo o que preciso fazer.

Antes de colocar toda a história no papel de vez, vou desenhar as coisas necessárias para todo o cenário e os figurantes desse capítulo. Assim, durante o processo de desenho das páginas eu não vou mais ficar travado com a decisão de como fazer alguma coisa.

Analisando o erro

Parece um erro muito bobo esse. E foi mesmo. Um erro de principiante. Mas então porque eu cometi esse erro já tendo desenhado tantas HQs no passado?

Analisando friamente agora, com mais calma, eu só criei histórias em quadrinhos que aconteciam no tempo atual e no mesmo mundo em que vivo meu dia-a-dia.

Tailer, minha última aventura em criar quadrinhos antes da atual, acontecia em uma cidade normal dos dias atuais e com referências do lugar onde cresci.

Com isso não precisava planejar o que usaria como referência para roupas, pois via as pessoas com as roupas que desenhava todos os dias. Não precisava pensar nos cenários, pois andar na rua já era o suficiente para entender como deveriam ser as construções e ruas onde a aventura acontecia.

No caso de Magnos, a HQ que estou criando agora, eu resolvi criar um mundo novo. Diferente de tudo que já fiz e baseado não na Europa Medieval ou no Japão Feudal, mas sim na época mais colonial da América do Sul.

Esse é um grande desafio para mim, pois não existem muitas referências na arte popular para esse tipo de world building.

Foi essa decisão que me levou ao erro de achar que eu já podia desenhar as páginas, quando na verdade ainda falta uma fase de planejamento antes disso acontecer.

Nas próximas entradas do diário vou mostrar essa fase que eu estava “pulando” sem perceber.

O resultado

Como resultado desse erro eu vou jogar fora algumas horas de trabalho. Vou ter que redesenhar as duas primeiras páginas da história, afinal estou repensando o mundo em que ela acontece.

Na primeira página eu tive horas de trabalho apenas no primeiro quadro. Onde eu desenhei um cenário enorme baseado em uma foto. Só que ele não ficou de acordo com o que eu quero para a Vila Peregrina, local onde o primeiro capítulo acontece.

Essa pequena vila acabou ficando aparentemente muito mais populosa do que deveria ser nesse quadro.

Ela deveria ser muito menor, porque tem uma importância geopolítica praticamente insignificante e isso é um fato importante para o contexto da história.

Por isso a importância da experiência com diferentes tipos de histórias, para entender que cada uma traz desafios diferentes.

Bem, agora vou voltar para a prancheta e continuar trabalhando na construção do mundo, visualmente falando, em que Magnos acontece.

Me conte nos comentários se algo assim já aconteceu com você também.

Até a próxima!

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Quadrinhos Vídeo

Como organizar seu projeto de história em quadrinhos

Nesse vídeo falo sobre como organizar a produção de sua HQ como um projeto de história em quadrinhos para que você possa começar e terminar sua história em pouco tempo.

Segue abaixo a transcrição do vídeo.

Transcrição:

Hoje quero falar sobre um assunto que não vejo muita gente falando, mas que é importante. Trate a produção da sua HQ como um projeto de história em quadrinhos!

O que quero dizer com projeto de história em quadrinhos?

É muito comum começarmos nossa HQ, pensar na história, nos personagens e começar logo a desenhar as páginas para por as ideias que estão fervendo na nossa cabeça logo para o papel.

Para depois de um tempo perder a empolgação ou ter outra ideia que você acha melhor do que a que está trabalhando e acabar parando a história sem chegar ao final.

Não acho que isso seja um problema tão grave. Já aconteceu muitas vezes comigo no passado. Só acho que é uma perda de tempo.

É muito importante para nossa evolução como quadrinistas terminar o que começamos. Ajuda na nossa formação.

Uma forma de chegar nisso é tratar a criação da sua história em quadrinhos como um projeto.

Imagine que você é uma empresa e precisa entregar um produto para um cliente. É esse tipo de projeto que eu digo.

Vamos fazer uma checklist para isso então:

  1. Defina um prazo para “entrega” do projeto.
  2. Coloque uma meta semanal
  3. Pense em como você vai “entregar” esse projeto para o “cliente”

Definindo um prazo

Definir um prazo é complicado, é difícil saber exatamente o tempo que você vai levar para finalizar todas as páginas, principalmente se você não tem o dia inteiro para fazer só isso. No caso de trabalhar ou estudar.

Mas definir um prazo serve exatamente para isso. Para que você possa se planejar e saber o quanto você precisa se dedicar para conseguir chegar nesse objetivo.

Com o prazo definido, divida seu projeto em metas semanais.

Criando metas semanais

Sabendo o prazo que você tem, ou melhor, que você mesmo se colocou para terminar o projeto agora é a hora de saber o quanto você precisa se dedicar para chegar nele.

Por isso colocar uma meta em um período de tempo pequeno ajuda.

Digamos que sua HQ vai ter 15 páginas e que você precisará trabalhar no desenvolvimento dos personagens, no roteiro e nos layouts das páginas antes de começar a desenhar.

Você definiu que quer ter esse projeto pronto em dois meses.

Para isso você coloca as seguintes metas semanais.

Na primeira semana vai concluir o desenho dos personagens (também chamado de character design) e escrever suas características importantes como personalidade e o “tom de voz” que ele vai ter.

Na segunda semana, por exemplo, você pode colocar como meta terminar o roteiro escrito ou o roteiro com os layouts das páginas onde você trabalhou a narrativa visual.

Então você começaria a desenhar as páginas a partir da terceira semana.

Aí coloca uma meta de três páginas concluídas por semana.

Assim você tem as duas semanas iniciais e mais as cinco semanas de desenho de páginas.

Com isso em mais ou menos dois meses você terá sua HQ pronta.

Você conseguiu atingir o prazo que definiu no começo do projeto graças às metas semanais.

Além disso, quando concluímos alguma coisa sentimos prazer e mais motivação. E dividindo o projeto em partes menores por semana você vai ter essa sensação ao final de cada uma delas e não somente no final do projeto inteiro.

Definindo a forma de entrega

Agora chegou a hora de cumprir o último item da lista.

Você definiu que sua HQ será lida online, por exemplo. Então onde os leitores irão consumir?

Você vai usar as redes sociais, ter um site ou blog ou entregar via PDF para quem quiser ler.

Se você escolher distribuir de forma impressa, os arquivos precisam ser preparados de forma diferente do que online. É preciso ver com gráficas o quanto isso vai custar e se você vai vender online e enviar pelo correio ou vender em eventos, por exemplo.

Ainda existe a opção de desenhar apenas no papel e fazer cópias em xerox. Isso tem um custo menor e você pode vender e distribuir pelo correio ou em eventos também.

Escolher qualquer uma das opções no começo é importante, porque vai definir como você deve preparar as suas páginas.

Com as páginas prontas, a forma de distribuição (ou entrega) definida, agora é só deixar sua HQ ser consumida pelos seus “clientes”.

E pronto!

Mais um projeto iniciado e concluído com sucesso!

Falando em projeto, você já leu minha nova HQ? Ela está disponível para download gratuito no bot da minha página do Facebook. Basta acessar a página Marcus Beck no Facebook e clicar em “Enviar Mensagem”. A resposta automática da página já virá com o link para o download da minha HQ Magnos.

Então é isso!

Se você tiver dúvidas sobre esse assunto ou sobre qualquer outro tema na criação de histórias em quadrinhos, deixe nos comentários para que eu possa ajudar. Quando posso respondo todos!

Obrigado por acompanhar os meus vídeos e não esqueça de me seguir nas redes sociais (links na descrição do vídeo).

INSTAGRAM http://instagram.com/themarcusbeck
FACEBOOK http://facebook.com/themarcusbeck
TWITTER http://twitter.com/marcusbeckart

Até a próxima!

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Personagens Quadrinhos

Criando bons personagens para sua história

Na hora de contar uma boa história nada é mais importante do que sobre quem ela nos fala. Personagens interessantes fazem parte de histórias interessantes. Mas como criar bons personagens?

Lembrando que criar quadrinhos é contar uma história através de imagens e texto. Por isso eu sempre indico que se estude sobre estrutura de história na hora de começar a criar uma HQ.

Desenvolver personagens interessantes é o maior desafio em qualquer história, não apenas nos quadrinhos.

Já falei um pouco sobre esse tópico no post sobre os 3 erros que cometi criando HQs, mas esse assunto não é simples o suficiente para apenas um item em um post ou até para apenas um ou dois textos.

Então vou levantar mais alguns pontos sobre criação de personagens.

Nem todos esses pontos são obrigatórios para que um personagem seja bom, mas podem ser combinados e adaptados para dar forma à sua criação.

Personagens que geram empatia

Um bom personagem deve gerar empatia no seu leitor. Mas o que é empatia?

Segundo o site Significados:

Empatia significa a capacidade psicológica para sentir o que sentiria uma outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. Consiste em tentar compreender sentimentos e emoções, procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente outro indivíduo.

Simplificando. É uma maneira de dizer que o leitor deve conseguir se colocar, de um jeito ou de outro, na pele do personagem.

Se o seu leitor conseguir sentir o que seu personagem sente ou se colocar no lugar dele, a chance de que ele se envolva mais com sua história e queira continuar acompanhando é muito maior.

O leitor pode até não gostar do seu personagem, mas se entender os seus motivos ou seus sentimentos tem mais chance de se interessar pela história.

Personagens com grande capacidade de execução ou geniais

Personagens gênios, que são muito bons em algo ou que executam uma tarefa com maestria podem chamar muito a atenção dos leitores.

Esses personagens são interessantes pelas suas qualidade de execução e não necessariamente pela sua personalidade adorável.

Muito provavelmente a sua genialidade não gere muita empatia do leitor, porque gênios costumam ser muito excêntricos, mas isso será compensado pela vontade de vê-lo executando algo ou colocando suas habilidades incríveis em prática.

Nos quadrinhos temos o exemplo do Batman, um detetive gênio e estrategista, mas um ser humano sombrio e abalado por seus traumas do passado.

Temos também aqueles com grande capacidade de execução de alguma tarefa, porém com uma personalidade mais leve e de mais fácil identificação. Que geram mais facilmente uma empatia do leitor.

Personagens com falhas de caráter

Esse é o tópico que já comentei no post 3 erros que cometi criando HQs. As fraquezas do personagem são parte fundamental do que o deixa interessante.

Citando meu próprio texto:

O leitor precisa se identificar com os personagens que está lendo e fica muito difícil isso acontecer se ele é um ser humano ideal, cheio de virtudes e sem nenhuma falha de caráter.

Um personagem “perfeito” deixa a história chata. Para ser interessante é preciso que o personagem tenha falhas e cometa erros.

Voltamos ao primeiro tópico agora, falando sobre empatia.

Como seres humanos nós tendemos a nos identificarmos com coisas parecidas conosco. E seres humanos possuem falhas. Simples assim.

Por isso não conseguimos acreditar em personagens sem falhas. Eles não são críveis, não parecem reais o bastante.

Mas quais falhas poderíamos usar?

Podemos ter um personagem preguiçoso, mentiroso, covarde ou qualquer outra falha que nós todos podemos ter.

O importante é que se forme o caráter do personagem tanto com qualidades como com fraquezas.

Essas falhas podem (e devem) ser exploradas para ajudar na evolução do personagem durante a história, mas esse é outro tópico que quero abordar em um conteúdo futuro aqui no blog.

Alguns exemplos…

Vou finalizar mostrando alguns personagens que combinam os tópicos que mostrei aqui.

Lembrando que são apenas alguns dos itens importantes, servem mais para começo de conversa sobre criação de personagens interessantes.

Que tal analisarmos o exemplo anterior, o Batman. Ele possui muitas qualidades como detetive, estrategista, lutador, etc. Mas também possui falhas como problemas de relacionamento e traumas de infância que o deixam com mais facilidade de gerar empatia dos leitores.

Entretanto, o que mais chama a atenção nele é sua capacidade de execução e genialidade.

Queremos ver o Batman usando suas qualidades para resolver os problemas que enfrente. É isso que chama tanta atenção nesse personagem. Ele é genial.

No caso do Superman, temos um personagem formado somente de virtudes. Ele praticamente não tem falhas de caráter, apesar de ser um personagem icônico.

Talvez por isso muitas das histórias criadas com esse personagem acabem não sendo tão interessantes. Ele é o arquétipo do ser humano perfeito, aquele que não existe. Isso torna o trabalho dos escritores ainda mais complicado.

Mesmo assim, grandes roteiristas de quadrinhos criaram grandes histórias para esse personagem. Isso mostra o quanto eles são ótimos story tellers, ou contadores de histórias.

Uma das histórias do Superman que me chama a atenção é exatamente sobre suas possíveis fraquezas. Falo dos quadrinhos de Injustice. Nessa história ele comete uma falha e passa a não acreditar mais nas virtudes do mundo. Isso faz com que ele acabe se tornando um ditador tirano.

Bem, é isso por hoje. Como eu já comentei, esse é um começo de conversa sobre criação de personagens interessantes para nossas histórias em quadrinhos.

Se você quer mais conteúdo sobre esse assunto, deixe um comentário aí embaixo!

Até a próxima!

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Narrativa Visual Quadrinhos

O que é narrativa visual de histórias em quadrinhos?

Neste texto vou introduzir o assunto narrativa visual de histórias em quadrinhos e mostrar uma forma rápida de avaliar se suas páginas de HQ tem uma boa narrativa na hora de montar uma cena.

O que é narrativa visual de histórias em quadrinhos? Para responder a essa pergunta vou começar explicando sobre a primeira das duas palavras, a “narrativa”.

Segundo o site Significados:

Narrativa é uma exposição de fatos, uma narração, um conto ou uma história. As narrativas são expressas por diversas linguagens: pela palavra (linguagem verbal: oral e escrita), pela imagem (linguagem visual), pela representação (linguagem teatral) etc.

No caso do nosso tema, narrativa visual, estamos falando sobre o uso das imagens para expressar a narrativa.

Alguns dos elementos importantes de uma narrativa são os seguintes:

  • o que;
  • quando;
  • onde;
  • com quem;
  • por que;
  • como;
  • e qual o resultado (consequência).

Ou seja, para verificar se sua narrativa está bem estruturada tente responder à essas perguntas.

  • O que acontece na sua história?
  • Quando acontece?
  • Onde acontece?
  • Com quem acontece?
  • Por que acontece?
  • Como acontece?
  • E qual a consequência do que acontece?

Isso já é o suficiente para você começar montar o enredo da sua história. Mas e a narrativa visual de histórias em quadrinhos nisso tudo?

Bem, para contar sua história com uma sequencia de imagens e textos (ou uma história em quadrinhos) existem algumas ferramentas importantes.

É preciso conhecer essas ferramentas e trabalhar com elas em conjunto para transmitir as emoções corretas, a sensação de passagem de tempo correta, para representar uma noção de espaço e etc.

Eu considero entender de narrativa visual muito mais importante do que ser um bom desenhista na hora de fazer histórias em quadrinhos.

Avaliando sua narrativa visual de histórias em quadrinhos

Não vou falar sobre as ferramentas da narrativa visual neste texto, já abordei algumas delas aqui no blog e com os vídeos no meu canal do Youtube.

Neste texto vou mostrar uma forma rápida de avaliar sua narrativa visual.

Para avaliar se sua composição de páginas de quadrinhos está com uma boa narrativa visual, vamos responder algumas perguntas parecidas com as que fizemos anteriormente.

Imagine que você quer montar uma cena narrando uma parte da sua história, você consegue responder essas perguntas?

  • Dá pra saber o que está acontecendo na cena?
  • Onde a cena está acontecendo?
  • Quem está envolvido na cena?
  • Como a cena está se desenvolvendo?
  • Quanto tempo esta cena levou para acontecer?
  • Qual a consequência das ações dessa cena?

Se você conseguir responder estas perguntas, já pode dizer que a cena está com uma boa estrutura. Agora se você fizer estas mesmas perguntas para um leitor e ele conseguir responder sem problemas, quer dizer que sua cena está com uma boa narrativa visual de histórias em quadrinhos.

Isto tudo é só a introdução do estudo de narrativa visual de quadrinhos. Existe muito o que se aprender.

As ferramentas que falei anteriormente são essenciais e cada uma delas tem um motivo para funcionar e passar a sensação certa para o leitor.

Enquanto não falamos sobre elas, faça a avaliação das suas páginas e cenas e veja se consegue responder às perguntas acima.

Aguardo seu comentário sobre o que achou desse método de avaliação de narrativa visual e aproveite para me falar o que mais você quer saber sobre o assunto.

Até a próxima!

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Personagens Quadrinhos Storytelling

3 erros que cometi criando histórias em quadrinhos

Quero compartilhar com você os 3 erros que cometi criando histórias em quadrinhos. Não são os únicos, mas são alguns dos principais.

Uma das melhores maneiras de aprender é errando. Você tenta algo e descobre que aquilo não dá certo. Esse aprendizado vem com experiência, sendo ela sua ou de outra pessoa.

Esse texto vai servir para que você possa aprender com os meus erros. Então vamos lá.

1. Começar criando séries de histórias em quadrinhos

Nós somos fãs de séries famosas. Adoramos os personagens e suas muitas aventuras. Por isso queremos criar nossos próprios personagens e sua saga enorme com muitos personagens coadjuvantes.

Esse é um erro que cometi muitas vezes. Logo quando comecei a publicar quadrinhos online por volta de 1999. Criei uma série, mas acabei descontinuando.

Em seguida criei outra que chegou a ter mais capítulos. Publicando online, consegui um certo sucesso recebendo feedbacks positivos (na época apenas por email, não haviam redes sociais ainda) e um certo grupo de fãs. Acabei descontinuando a série mais uma vez.

Por fim, minha maior série começou a ser publicada online. Nessa cheguei longe, com mais de 120 páginas e 11 capítulos. Essa certamente foi a que tive mais sucesso e foi publicada em diversos sites, mas mesmo assim, acabou sendo descontinuada.

1.1. E por que isso acontece?

Primeiro porque uma série longa exige muita dedicação e um grande investimento de tempo. Então o comprometimento precisa ser muito maior.

É comum perdermos o interesse em uma história tão longa, querendo desenvolver novas ideias e colocar no papel nossos novos personagens.

Por isso, quem está começando a criar histórias em quadrinhos precisa começar com histórias curtas. Podem ser todas do mesmo universo ou personagens, mas precisam ser histórias com um começo, meio e fim. De preferência com poucas páginas.

Isso vai servir para ajudar a desenvolver a habilidade do autor com a narrativa gráfica dos quadrinhos. Vai melhorar sua habilidade de escrever histórias que fazem sentido, que começam e terminam.

Nenhum diretor de cinema iniciante vai estrear com um longa metragem.

Focar em histórias curtas será sempre um bom caminho para melhorar o trabalho do quadrinista, fazendo com que ele ganhe experiência e aprenda os atalhos para boas histórias.

Quando sentir que está pronto para se comprometer com uma série, comece com mini-séries em três capítulos. Somente depois passe para séries maiores.

Essa dica vai ajudá-lo a publicar mais histórias prontas que podem ser mais prazerosas de ler para quem ainda não conhece seu trabalho.

2. Não planejar a história antes de sair desenhando

Nada melhor do que pensar em uma história e sair desenhando as páginas para vê-la pronta o quanto antes.

O problema é que essa atitude pode causar arrependimento no futuro.

Várias vezes cometi esse erro, principalmente por começar meus primeiros quadrinhos diretamente como séries e sair criando a história da cabeça página a página, só tendo uma vaga ideia do que iria acontecer no futuro.

Sem saber para onde a história vai,  o autor pode se arrepender de ter desenhado o personagem de um jeito ou até de ter adicionado um acontecimento que não faz mais sentido para a história lá na segunda ou terceira página. Agora que está desenhando a décima página já gostaria que a história tivesse começado diferente.

Em um dos capítulos da minha última série, Tailer, acabei inserindo uma cena dentro de um navio cargueiro (imagem ao lado) porque achei interessante que a base dos inimigos fosse em alto-mar.

O problema é que essa cena aconteceu cedo demais na história. Ainda não era o melhor momento para apresentar alguma dica de quem eram os inimigos dos protagonistas.

Alguns capítulos passaram e a base não foi mais mencionada. Uma falha de planejamento da história.

Por isso pensar o roteiro, escrever e desenhar os rascunhos das páginas para marcar o layout são passos importantes antes de começar a desenhar a história.

3. Não pensar nos personagens como pessoas

Criar personagens interessantes é uma das partes legais de se criar histórias em quadrinhos.

Mas as vezes nos apegamos muito no que queremos que o personagem seja, num modelo de pessoa ideal. Só que pessoas não seguem modelos ideais.

O leitor precisa se identificar com os personagens que está lendo e fica muito difícil isso acontecer se ele é um ser humano ideal, cheio de virtudes e sem nenhuma falha de caráter.

Um personagem “perfeito” deixa a história chata. Para ser interessante é preciso que o personagem tenha falhas e cometa erros.

Os meus protagonistas costumavam ser exatamente como eu gostaria de ser na época. Só que analisando hoje de forma fria, vejo que eram personagens sem graça e superpoderosos demais.

Quem acabava salvando a história eram alguns personagens coadjuvantes, como o Professor Wu (imagem ao lado) da minha antiga série Tailer. Ele era um personagem divertido e cheio de falhas de caráter, mas que falava o que era preciso de vez em quando.

Conclusão

Como já mencionei, são alguns dos principais erros que cometi ao criar histórias em quadrinhos durante os primeiros anos de publicações independentes na internet.

Agora que você já conhece alguns desses erros, me diga se esse texto lhe ajudou de alguma forma nos comentários. Estou ansioso para saber.

Até a próxima!

Obs: O livro Como criar HQs está disponível para download. Clique aqui!

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Quadrinhos

Narrativa de Quadrinhos – Ângulos de Enquadramento

Esse vídeo foi enviado ontém com exclusividade para minha lista VIP de emails. Se quiser receber os vídeos (e muito mais) com exclusividade inscreva-se clicando aqui e seja VIP!

Acabei de publicar mais um vídeo no meu canal no Youtube! O vídeo é mais um sobre Narrativa de Quadrinhos, dessa vez falando de Ângulos de Enquadramento.

O vídeo anterior no canal falava sobre Planos de Enquadramento, então esse vem para completar a introdução à esse aspecto da narrativa de quadrinhos que tem tanto em comum com o cinema que costumamos chamar de linguagem cinematográfica.

Preparei algumas ilustrações específicas para esse vídeo mostrando os ângulos utilizando um personagem fictício.

Deixa um comentário lá no vídeo me falando sua opinião e me dizendo o que mais você quer de conteúdo no canal sobre criação de quadrinhos!

Até a próxima!

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Quadrinhos

Criando o visual de personagens

Já faz um tempo que venho preparando uma nova história, escrevi bastante sobre o mundo onde ela vai acontecer e agora chegou a hora de começar a criar o design de tudo. Comecei criando o visual de personagens.

Esses são os primeiros esboços e ideias de como os protagonistas da primeira história devem parecer.

Para acompanhar o desenvolvimento desses personagens e da história em geral, basta me seguir no Instagram ou no Facebook.

Na hora de pensar no visual do personagem não devemos focar só no que achamos que é legal ou que faria ela parecer maneira. Tudo que faz parte da aparência dela precisa ter um motivo.

Se seu personagem é rico, terá roupas melhores e acessórios que condizem com o status social. Se for uma pessoa religiosa, postura, cabelo, roupas e acessórios devem refletir a cultura dessa religião da personagem.

Se for mais humilde, pode ter roupas simples e talvez uma aparência um pouco mais desleixada. Entretanto pode ser humilde mas muito preocupada com sua aparência, o que pode fazê-la ter roupas simples, mas sempre limpas e bem arrumadas.

O cabelo e o rosto também refletem muito sobre a personalidade da personagem. Tudo tem que ser bem pensado para compor a aparência de cada um dos participantes da sua história.

Existe muito mais a se levar em conta quando criamos um character design para alguma de nossas histórias. Se quiser saber mais sobre esse assunto, dexe um comentário no post.

Até a próxima!

 

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Quadrinhos Vídeo

Criando uma história em quadrinhos – Passo 4: Desenhando as páginas

Chegamos ao final da série Criando uma História em Quadrinhos! Demorou para concluir esse projeto, mas ele finalmente chegou ao final.

Este é o último vídeo da série e mostra como desenhar as páginas da história em quadrinhos. Pra ver o vídeo anterior clique aqui.

Lembrando que em breve vou lançar o ebook Como criar uma história em quadrinhos e vou distribuí-lo gratuitamente para os membros da minha lista de emails.

Se você quer receber o ebook, se inscreva clicando aqui.

Deixe nos comentários sua opinião sobre a série e o que mais você quer ver nos vídeos.

Agora eu preciso do seu comentário para continuar criando mais conteúdo para você. Me diga o que mais você quer saber sobre quadrinhos e desenhos nos comentários.

Até a próxima.