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Como criar HQs

Planejar sua história em quadrinhos

Sabe aquelas HQs que ficam sem pé nem cabeça e quando as pessoas leem dizem que existiam furos ou que a história tinha erro de continuidade. Isso pode acontecer porque falta planejar sua história em quadrinhos antes de começar a desenhar as páginas.

Tem muita gente que me fala que está desenhando sua história em quadrinhos, mas ainda não sabe quantas páginas ela vai ter no total…

Será que isso é uma boa ideia?

Eu falo um pouco sobre essa questão no vídeo abaixo.

E aqui vai um spoiler: não é uma boa ideia!

Eu tenho um outro vídeo que pode te ajudar a planejar uma história em quadrinhos curta (não só a história mas também o projeto de criação dela) e executar em apenas algumas semanas.

Assista o vídeo abaixo e comece a planejar sua história em quadrinhos!

Links úteis para você

Quem sou eu pra falar para você planejar sua história em quadrinhos?

Meu nome é Marcus Beck e sou quadrinista e criador do curso HQ na Prática. Meu objetivo é trazer o máximo possível de informação sobre como criar uma história em quadrinhos.

Publiquei minhas webcomics (quadrinhos online publicados na internet) por mais de dez anos e aprendi muitas lições sobre o que deve ou não ser feito para que as HQs sejam as melhores possíveis.

Quando eu comecei a criar meus quadrinhos eu gostaria muito que tivesse conteúdo sobre o assunto para que eu não tivesse que aprender tudo sozinho. É por isso que criei esse canal e também o meu blog, para ajudar quem está passando pela mesma situação que eu estive quando comecei.

Faço o possível para responder todas as perguntas, por isso fique a vontade para comentar com todas as suas duvidas. =)


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HQs para ler online

Minha primeira HQ de 2019!

Neste final de semana eu publiquei minha primeira HQ de 2019!

Essa história em quadrinhos se chama Passageiro e publiquei na noite de sábado, logo após terminar a última página e fazer a revisão, lá na minha conta do Instagram.

Eu comecei a desenhá-la logo que este ano começou, o roteiro rascunhado eu fiz ainda no final do ano passado. Foram cerca de 20 dias usando meu tempo livre para a produção dessa história.

E todo esse trabalho deu um bom resultado!

Fiquei muito feliz com a repercursão, a história teve mais de 4200 likes, mais de 240 comentários e mais de 330 compartilhamentos.

Foi uma repercursão muito maior do que eu esperava.

Sua história remete ao ano de 2015 quando escrevi o que viria a ser o roteiro original dessa história.

Não tinha ideia do que era aquilo, apenas me veio a história na cabeça e resolvi escrever. Depois de escrever, simplesmente esqueci que existia. Até que ano passado eu a achei sem querer no meu Evernote.

Depois de quatro anos “engavetada” eu resolvi produzir essa história em um formato curto de 10 páginas para publicar no meu Instagram e aqui.

Essa é minha primeira HQ de 2019! =)

Essa é a primeira história curta que publico este ano e pretendo criar mais nesse formato.

Um dos meus grandes objetivos fazendo isso é incentivar o pessoal que irá participar do Desafio HQ Curta 2019!

Publicando minhas histórias curtas eu tenho mais chance de incentivar as pessoas mostrando que é possível criar histórias curtas de qualidade e que ganham boa repercursão.

Então, se você quer participar do desafio também, não esqueça de marcar suas postagens com o andamento da sua história (fotos de páginas em que está trabalhando, por exemplo) ou sua história já completa com a hashtag #desafioHQCurta2019 no Instagram ou em outras redes sociais.

Até a próxima!


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Quadrinhos Storytelling

O que é Worldbuilding? Construindo um mundo do zero

Eu andei comentando sobre worldbuilding no meu último diário de criação de história em quadrinhos. Resolvi falar um pouco mais sobre o que é worldbuilding por aqui.

Vou começar esse assunto com a definição de worldbuilding segundo a Wikipedia em inglês (com minha tradução livre).

Worldbuilding é o processo de construção de um mundo imaginário, as vezes associado a todo um universo fictício.

Desenvolver um cenário imaginário com qualidades coerentes como história, geografia e ecologia é uma tarefa principal para muitos escritores de fantasia e ficção científica.

Worldbuilding costuma envolver a criação de mapas, história e população para o mundo construído.

A própria expressão em inglês worlbuilding já é bem autoexplicativa. World significa mundo e building construção. Ou seja, construção de mundo.

Como a própria Wikipédia sugere na citação que traduzi acima, o worldbuilding é muito comum para autores de ficção científica e fantasia, pois normalmente essas histórias não acontecem no mesmo mundo em que vivemos nosso dia-a-dia.

Eu citei essa questão no meu diário de criação de HQ.

Sempre escrevi e desenhei histórias que aconteciam no nosso mundo atual. Com exceção de um projeto chamado Zanecia em que eu criei todo um mundo de fantasia, com reinos, mitologia, história, população, etc. Um dia eu conto mais sobre esse meu projeto de 15 anos atrás que teve apenas uma HQ piloto.

Por isso tenho pouco experiência com worldbuilding e criar Magnos (meu atual projeto de história em quadrinhos) está me fazendo estudar muito sobre esse assunto.

Criando mundos

Existem diversas formas de criar um mundo novo para sua história. Pode ser um mundo completamente fictício com raças inventadas, com um sistema de magia próprio e etc, vide Senhor dos Anéis.

Como também pode ser um mundo futurista que também tem essas características, mas que tem como base a nossa própria história do passado, por exemplo Star Trek.

Eu admiro muito a construção do mundo de Fullmetal Alchemist, por exemplo. Esse estilo steampunk e com um sistema de magia único (uma alquimia meio mágica) são muito bem desenvolvidos. Mas o que mais me atrai é a abordagem do sistema político e social do país criado para o mangá.

Outro worlbuilding que eu gosto demais e que é extremamente detalhado e com um passado muito bem escrito é o de Game Of Thrones. Esse usa muito da própria história da Grã-Bretanha como referência, ou seja, eventos reais são inspirações para o autor criar os eventos fictícios do passado desse mundo construído.

Eu tenho tentado trabalhar de forma parecida na minha história em quadrinhos também. Usando um pouco de referência histórica do nosso país para tentar criar os eventos fictícios do mundo que estou construindo. Mas não é fácil.

Um dos mundos que mais admiro é da série de animação Avatar: The Last Airbender. É muito bom! Dá uma olhada no mapa detalhado do mundo de Avatar aí abaixo.

Métodos para criação do mundo

Ainda seguindo o artigo da Wikipédia, vamos ver dois métodos para criação de mundos que são descritos por lá.

Eles não são métodos únicos ou obrigatórios, mas podem dar uma ajuda para quem está começando.

Método “de cima para baixo” (top-down)

Neste método o autor começa criando uma visão abrangente do mundo, determinando características gerais como os habitantes, o nível de tecnologia, as características geográficas, o clima e a história.

A partir daí, é desenvolvido o resto do mundo aumentando o nível de detalhamento.

Um mundo construído a partir desse método costuma ser bem integrado. Mas pode exigir muito trabalho antes de você conseguir começar a sua história.

Método “de baixo para cima” (bottom-up)

Neste método o criador foca em uma pequena parte do mundo que será necessária para atingir seus objetivos. Uma quantidade considerável de detalhes é desenvolvida para essa pequena parte, como geografia local, cultura, estrutura social, governo, política, comércio e história.

Indivíduos importantes para esse local podem ser descritos, incluindo o relacionamento entre eles.

As áreas em volta são descritas com um nível menor de detalhe e podem ser melhores desenvolvidas a medida que a história vá avançando e possa envolver algum desses locais.

Esse método traz uma facilidade, porque o cenário pode ser usado quase que imediatamente para a história, não cabe tanto esforço para sua criação. Entretanto, pode acabar trazendo um mundo cheio de inconsistências.

Abaixo o mapa do território de Amestris, da série Fullmetal Alchemist, e que pode ser um bom exemplo de worlbuilding com o método bottom-up.

Combinando os dois

Combinando os dois métodos descritos o autor pode se beneficiar muito, ganhando a consistência do top-down com os detalhes do bottom-up.

Mas além de difícil de se fazer ainda pode trazer o dobro de trabalho para o mesmo.

Elementos a serem trabalhados no worldbuilding

Os melhores mundos fictícios possuem os seguintes elementos muito bem desenvolvidos.

Não são os únicos a serem detalhados, mas podem ser um início para quem quer começar a trabalhar no seu mundo inventado (como eu, por exemplo).

Trabalhar os detalhes em cada um deles já pode dar um direcionamento para o seu worldbuilding.

Geografia e história

Algo que me agrada muito na criação de mundos é a geografia do lugar.

Gosto de mapas e de imaginar como as divisões aconteceram. Isso envolve os dois items: geografia e história.

Na criação do mundo de Zanecia, que citei antes, a própria geografia se misturava com a mitologia do lugar. Um grande vale, que mais parecia um corte na terra visto no mapa, era creditado a uma batalha entre os seres mitológicos da cultura local.

As grandes cordilheiras que separavam o ocidente do oriente nesta mesma história também tinham uma ligação com a mesma batalha mitológica.

Desenhar mapas e localizar o que acontece em cada lugar é algo que faz parte do conceito de worldbuilding, principalmente em histórias de fantasia.

A história também é muito importante.

Como chegou até onde está, social e politicamente, o mundo que você criou?

Como o rei que domina a região, por exemplo, chegou até o poder? Ele vem de uma família de conquistadores ou de comerciantes que compraram o território de um outro reino que estava falido?

São muitas as possibilidades, mas criar uma história para seu mundo traz mais curiosidade para o leitor saber detalhes sobre esse lugar inventado.

Pessoalmente, a história é algo que me atrai muito nos mundos construídos pelos meus autores favoritos.

População e cultura

Alguém precisa habitar o seu mundo construído, não é mesmo? Então criar os habitantes ou a população é uma parte importante.

Você pode criar raças diferentes, com origens diferentes, culturas, etc. Mas o importante é que tenha uma coesão entre os viventes do seu mundo.

Por exemplo, se um povo viveu isolado durante muito tempo e depois foi dominado ou misturado com um outro povo, faz sentido que ambos tenham culturas divergentes e que um absorva um pouco da cultura do outro. Como acontece no mundo real.

Conflitos entre diferentes culturas também são importantes para dar credibilidade. Infelizmente é assim que nosso mundo funciona e esses conflitos vão ajudar o leitor a relacionar seu mundo inventado com algo que ele possa acreditar que existiria.

Como já citei anteriormente, podemos nos basear em eventos reais para chegar nesses conflitos ou nas organizações política-social desses povos.

Como por exemplo em Game of Thrones, onde os selvagens de depois-da-muralha são baseados em povos que existiram na Grã-Bretanha.

Os selvagens têm estruturas sociais semelhantes aos britânicos pré-romanos ou escoceses: as sociedades principais organizadas em tribos e clãs que não eram politicamente unificadas.

Fonte: History Behing Game Of Thrones

Dentro do quesito cultura também podemos inserir o contexto espiritual. Uma religião ou um conjunto de crenças dominantes em um povo específico.

Para ser ainda mais realista seria interessante que dentro da mesma religião houvesse mais de uma linha, como na vida real o cristianismo não segue somente através do catolicismo, mas também nas religiões protestantes.

O importante é que as pessoas que vivem no seu mundo sejam críveis, ou seja, que o seu leitor possa acreditar que aquele povo realmente pudesse existir de alguma forma.

População de vila da minha história Magnos.

Concluindo…

Esses são alguns dos pontos importantes sobre criação de mundos ou worldbuilding.

Espero ter conseguido explicar este conceito importante tanto nos quadrinhos como em qualquer outra mídia usada para contar histórias de fantasia ou ficção científica.

Se você gostou do assunto e quer que nos aprofundemos mais nesse assunto no futuro, deixei um comentário me avisando.

Se quiser dar uma olhada em como estou criando minha HQ chamada Magnos, leia os diários de criação de HQ: Diário 001, diário 002 e diário 003.

Até a próxima!

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Quadrinhos Vídeo

Como organizar seu projeto de história em quadrinhos

Nesse vídeo falo sobre como organizar a produção de sua HQ como um projeto de história em quadrinhos para que você possa começar e terminar sua história em pouco tempo.

Segue abaixo a transcrição do vídeo.

Transcrição:

Hoje quero falar sobre um assunto que não vejo muita gente falando, mas que é importante. Trate a produção da sua HQ como um projeto de história em quadrinhos!

O que quero dizer com projeto de história em quadrinhos?

É muito comum começarmos nossa HQ, pensar na história, nos personagens e começar logo a desenhar as páginas para por as ideias que estão fervendo na nossa cabeça logo para o papel.

Para depois de um tempo perder a empolgação ou ter outra ideia que você acha melhor do que a que está trabalhando e acabar parando a história sem chegar ao final.

Não acho que isso seja um problema tão grave. Já aconteceu muitas vezes comigo no passado. Só acho que é uma perda de tempo.

É muito importante para nossa evolução como quadrinistas terminar o que começamos. Ajuda na nossa formação.

Uma forma de chegar nisso é tratar a criação da sua história em quadrinhos como um projeto.

Imagine que você é uma empresa e precisa entregar um produto para um cliente. É esse tipo de projeto que eu digo.

Vamos fazer uma checklist para isso então:

  1. Defina um prazo para “entrega” do projeto.
  2. Coloque uma meta semanal
  3. Pense em como você vai “entregar” esse projeto para o “cliente”

Definindo um prazo

Definir um prazo é complicado, é difícil saber exatamente o tempo que você vai levar para finalizar todas as páginas, principalmente se você não tem o dia inteiro para fazer só isso. No caso de trabalhar ou estudar.

Mas definir um prazo serve exatamente para isso. Para que você possa se planejar e saber o quanto você precisa se dedicar para conseguir chegar nesse objetivo.

Com o prazo definido, divida seu projeto em metas semanais.

Criando metas semanais

Sabendo o prazo que você tem, ou melhor, que você mesmo se colocou para terminar o projeto agora é a hora de saber o quanto você precisa se dedicar para chegar nele.

Por isso colocar uma meta em um período de tempo pequeno ajuda.

Digamos que sua HQ vai ter 15 páginas e que você precisará trabalhar no desenvolvimento dos personagens, no roteiro e nos layouts das páginas antes de começar a desenhar.

Você definiu que quer ter esse projeto pronto em dois meses.

Para isso você coloca as seguintes metas semanais.

Na primeira semana vai concluir o desenho dos personagens (também chamado de character design) e escrever suas características importantes como personalidade e o “tom de voz” que ele vai ter.

Na segunda semana, por exemplo, você pode colocar como meta terminar o roteiro escrito ou o roteiro com os layouts das páginas onde você trabalhou a narrativa visual.

Então você começaria a desenhar as páginas a partir da terceira semana.

Aí coloca uma meta de três páginas concluídas por semana.

Assim você tem as duas semanas iniciais e mais as cinco semanas de desenho de páginas.

Com isso em mais ou menos dois meses você terá sua HQ pronta.

Você conseguiu atingir o prazo que definiu no começo do projeto graças às metas semanais.

Além disso, quando concluímos alguma coisa sentimos prazer e mais motivação. E dividindo o projeto em partes menores por semana você vai ter essa sensação ao final de cada uma delas e não somente no final do projeto inteiro.

Definindo a forma de entrega

Agora chegou a hora de cumprir o último item da lista.

Você definiu que sua HQ será lida online, por exemplo. Então onde os leitores irão consumir?

Você vai usar as redes sociais, ter um site ou blog ou entregar via PDF para quem quiser ler.

Se você escolher distribuir de forma impressa, os arquivos precisam ser preparados de forma diferente do que online. É preciso ver com gráficas o quanto isso vai custar e se você vai vender online e enviar pelo correio ou vender em eventos, por exemplo.

Ainda existe a opção de desenhar apenas no papel e fazer cópias em xerox. Isso tem um custo menor e você pode vender e distribuir pelo correio ou em eventos também.

Escolher qualquer uma das opções no começo é importante, porque vai definir como você deve preparar as suas páginas.

Com as páginas prontas, a forma de distribuição (ou entrega) definida, agora é só deixar sua HQ ser consumida pelos seus “clientes”.

E pronto!

Mais um projeto iniciado e concluído com sucesso!

Falando em projeto, você já leu minha nova HQ? Ela está disponível para download gratuito no bot da minha página do Facebook. Basta acessar a página Marcus Beck no Facebook e clicar em “Enviar Mensagem”. A resposta automática da página já virá com o link para o download da minha HQ Magnos.

Então é isso!

Se você tiver dúvidas sobre esse assunto ou sobre qualquer outro tema na criação de histórias em quadrinhos, deixe nos comentários para que eu possa ajudar. Quando posso respondo todos!

Obrigado por acompanhar os meus vídeos e não esqueça de me seguir nas redes sociais (links na descrição do vídeo).

INSTAGRAM http://instagram.com/themarcusbeck
FACEBOOK http://facebook.com/themarcusbeck
TWITTER http://twitter.com/marcusbeckart

Até a próxima!

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Personagens Quadrinhos

5 dicas de desenvolvimento de personagens

No post anterior falamos sobre os 5 erros no desenvolvimento de personagens descritos pela escritora C.S. Marks. Agora vamos continuar com as 5 dicas de desenvolvimento de personagens.

Caso saiba ler em inglês, você pode acessar o artigo original clicando aqui.

Obs: Os itens a seguir com as dicas de desenvolvimento de personagens foram traduzidos diretamente do artigo e adaptados para se referir à autora em terceira pessoa quando fala de suas próprias experiências.

1. O importante são os detalhes.

Muitas vezes queremos apresentar demais ao leitor de uma só vez – dar uma descrição física completa, contar a história da vida e revelar os pensamentos mais íntimos de um personagem assim que ele for apresentado. Mas isso não é necessariamente a melhor abordagem.

Pense que você está apresentando o personagem como alguém que o leitor está conhecendo pela primeira vez.

Não percebemos tudo de primeira quando conhecemos uma pessoa nova, mas geralmente notamos alguns detalhes que podem nos dar uma ideia da personalidade e situação de vida dessa pessoa.

O personagem está bem vestido? Ele morde as unhas? Ela tem cicatrizes de acne, maquiagem pesada, manicure profissional, maneirismos nervosos? O personagem faz contato visual?

Estes são os tipos de coisas que podemos notar durante um primeira contato. Então, interagimos com as pessoas e as observamos interagindo com os outros e é assim que realmente as conhecemos.

Isso também é verdade para os personagens. Quando você os apresenta pela primeira vez você deve incluir alguns detalhes, mas o resto de suas personalidades, motivações e histórias secundárias devem ser reveladas gradualmente através de suas ações.

2. Basear personagens em pessoas reais.

Alguns escritores acham que isso é trapaça, mas a autora diz que faz isso o tempo todo.

Ela pega um personagem de fantasia e dá a ele a personalidade de alguém que conhece e, como conhece muito bem essa pessoa real, tudo que tem que fazer é imaginar o que fulano faria em determinada situação. É uma maneira de aperfeiçoar um personagem muito rapidamente.

Também fica mais fácil manter a consistência, porque você tem uma ideia totalmente desenvolvida da personalidade do personagem desde o início.

Você também pode basear personagens em pessoas reais que você também não conhece. A autora diz que gosta de observar as pessoas e de ir a lugares onde as pessoas se reúnem e observá-las – como elas falam, seus maneirismos, o que vestem, suas atitudes e linguagem corporal. Assim pode incorporar tudo isso em minhas histórias.

3. Lembre-se que todo mundo tem uma história.

Somos moldados pelas nossas origens. E mesmo que você não revele o passado de seus personagens para seus leitores, você deve saber tudo sobre eles, pelo menos para seus personagens principais.

Você deve ter biografias completas de seus personagens principais em sua mente para que você entenda o que os impulsiona.

Por que isso é importante? Porque se você não entender um personagem, seus leitores também não entenderão.

Vejamos um exemplo de um histórico de personagens efetivos.

A história do Capitão Quint no filme Tubarão é ótima.

Em uma cena, os três heróis, Quint, Chief Brody e Matt Hooper, estão na cabine do barco de pesca de Quint e estão comparando velhas cicatrizes.

Quint tem uma tatuagem que foi removida, e Brody inocentemente pergunta a ele sobre isso.

Em resposta, Quint conta aos outros personagens uma história horrível sobre muitos de seus amigos no USS Indianapolis sendo comidos por tubarões, e de repente é fácil entender esse homem e por que ele é do jeito que é. A autora diz que não pode imaginar esse filme sem essa história.

4. Não negligencie seus personagens secundários.

Personagens secundários podem ser os personagens mais simpáticos e interessantes da história. Muitas vezes, eles são os favoritos dos leitores.

Um exemplo disso é o fenômeno Boba Fett. Todo mundo ama Boba Fett; ele certamente é um personagem secundário, mas ele enriquece o cenário de Star Wars.

Da mesma forma, personagens bem desenvolvidos podem enriquecer seu livro. Eles são como os instrumentos de apoio em uma sinfonia.

Eles podem ser uma mina de ouro e cada um serve a um propósito.

Alguns adicionam cor ou ajudam na construção do mundo, e alguns são contrapartes para os personagens principais.

Contrapartes são personagens que não suportam o seu herói ou a sua heroína e não fazem nada além de reclamar pelas suas costas. Eles podem ser muito divertidos.

A autora diz que sempre sabe muito sobre meus personagens secundários, mesmo que acabe não revelando tudo para o leitor.

5. Dedique muita atenção ao vilão.

Muitos autores dizem que o vilão é o personagem favorito deles, aquele sobre o qual eles adoram escrever. C.S. Marks é uma deles.

Os maus podem ser muito difíceis de fazer e pode ser ainda mais difícil fazer com que os leitores se identifiquem com eles.

Sempre que você escrever um vilão tenha em mente que ele ou ela precisa ser tão bem desenvolvido quanto seus personagens principais.

Em vez de ser falho, no entanto – porque obviamente todos os vilões são falhos – o vilão deve ser imperfeitamente mau. Em outras palavras, os vilões devem ter características redentoras, onde nossos heróis têm falhas.

Gollum em O Senhor dos Anéis é um ótimo exemplo disso. Temos empatia com Gollum e sentimos pena dele às vezes. Nós temos esperança por ele. Nós desejamos que ele pudesse se redimir. E então nós o odiamos, e o desprezamos, e desejamos que alguém simplesmente o esmague como um inseto, porque ele é tão chato.

Gollum é um personagem que definitivamente é governado pelo mal na maior parte do tempo, mas ele também é, em muitos aspectos, uma vítima, e por isso podemos ter empatia com ele. Ele é um grande antagonista.

Estes podem ser os personagens mais difíceis de criar, mas também alguns dos mais satisfatórios.

Com essa última, fecho a tradução e adaptação do artigo da escritora C.S. Marks com os 5 erros e 5 dicas de desenvolvimento de personagens.

Ela conclui dizendo:

“Escrever bem ou mal vai determinar se seus leitores ficarão com você até o final da jornada ou sairão na primeira parada. Se os personagens falharem, a história falhará.”

Espero que esse artigo possa ajudar você como tem me ajudado no desenvolvimento dos meus personagens.

Se você quer mais conteúdo como esse, me avise nos comentários. Também quero saber como anda o desenvolvimento dos seus personagens e das suas histórias. Então me fale tudo isso nos comentários abaixo.

Até a próxima!

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Personagens Quadrinhos

5 erros no desenvolvimento de personagens

Continuando a conversa sobre criação de personagens que comecei no post anterior, aqui vou abordar 5 erros no desenvolvimento de personagens.

Esses erros, ou armadilhas, são de autoria da romancista C.S. Marks e foram encontradas em um artigo durante minha pesquisa permanente sobre criação de boas histórias.

Neste mesmo artigo existem cinco dicas para melhorar os personagens, mas será o tema de um próximo post por aqui. Se você consegue ler em inglês, já pode ir lá ver o artigo original clicando aqui.

1. Personagens unidimensionais não parecem reais. Eles são superficiais.

Você tem personagens unidimensionais quando não dedica tempo suficiente ao desenvolvimento de personagens.

Qualquer história tem personagens principais e secundários. Se você tentar desenvolver todos os personagens num nível profundo, sua história vai ficar imensa!

Tudo bem um personagem ser superficial se o papel dele na história não tiver muita importância. Mas se tiver, precisa ser muito bem desenvolvido.

Isso reforça o que já falei no post passado. Personagens unidimensionais ou superficiais não vão fazer o leitor criar uma relação. Ele vai esquecê-los rapidinho e não vai se interessar pelo que acontece com esses personagens.

2. Personagens estereotipados são desinteressantes porque não são exclusivos.

É importante notar aqui que ser estereotipado não é a mesma coisa que ser consistente. Seus personagens devem se comportar de maneira consistente com o modo como você os desenvolveu, mas isso não é o mesmo que ser estereotipado.

Imagine que todas as pessoas ricas em suas histórias são superficiais, gananciosas e indiferentes. Todas as mulheres ricas são altas e vestidas de forma extravagante, e todas fizeram cirurgias plásticas. Ou imagine que você está escrevendo uma história de fantasia e todos os elfos são arrogantes e todos os anões são rudes e se odeiam.

Esses são estereótipos.

É quando um personagem se liberta do estereótipo que ele ou ela se torna crível e memorável.

Pessoas reais raramente agem de acordo com estereótipos em todos os aspectos. Todo mundo é único de alguma forma.

3. O personagem muito perfeito tende a fazer os olhos do seu leitor rolarem.

Aqui a autora fala sobre pontos que já comentei no post passado também.

Às vezes, tudo bem ter um personagem que seja perfeito em todos os aspectos, especialmente se você estiver fazendo uma paródia.

Mas a perfeição não existe na vida real, então normalmente não deveria existir em sua história.

É difícil ter empatia com uma pessoa perfeita, porque nenhum de nós é perfeito.

Todo mundo, não importa quão nobre seja, é defeituoso de alguma forma.

Por exemplo, um personagem efetivo pode ser alguém que é heróico em quase todos os aspectos – ele é um bom lutador, ele é legal de se ver, ele anda bem e atira bem, e ele é corajoso e compassivo – mas ele é totalmente indeciso. Se assumir o comando em uma batalha, todo mundo vai morrer.

É muito mais fácil para os leitores se relacionarem com alguém com uma falha, porque eles podem dizer: “Sim, é como meu amigo Jeff. Ele é um ótimo cara, mas ele não consegue tomar uma decisão.

Há também um tipo específico de personagem muito perfeito ao qual ela se refere no texto como “personagem do autor“.

Eu falei sobre isso no vídeo sobre os 3 erros que cometi criando quadrinhos. Meus personagens principais costumavam ser a minha própria versão idealizada de mim mesmo. Com eu gostaria de ser.

Como alguém vai se relacionar com isso, além do próprio autor? Nesse caso o autor está vivendo suas fantasias. Todos nós fazemos isso até certo ponto, mas precisamos ter cuidado com isso.

4. Inconsistência em seus personagens vai abalar seus leitores.

Na verdade, isso provavelmente tirará o leitor da história mais rapidamente do que qualquer outra coisa.

Você desenvolveu um personagem de uma certa maneira. Os leitores estão esperando que o personagem se comporte de acordo com sua personalidade e motivações como você os definiu. Se esse personagem se comportar de uma maneira que não faz sentido, seus leitores perceberão.

A consistência se aplica a tudo, desde pequenas coisas, como a cor do cabelo de um personagem, a coisas grandes como a maneira de falar do personagem e suas escolhas.

Se um personagem fala como um elfo em um minuto e usa gírias de rua no outro, isso vai tirar o leitor da história.

Ou se um personagem abate um grupo de crianças do jardim de infância e depois fala sobre os males do abuso infantil, isso também é inconsistente.

Os personagens fictícios que criamos precisam parecer pessoas reais para o leitor.

Se você não tiver uma imagem firme deles em mente, eles ficarão instáveis ​​na página.

5. Desenvolvimento de personagens chatos.

Alguns personagens são supostamente chatos, mas, nesse caso, são geralmente inimigos de personagens ou contrabalanceiam eventos mais interessantes.

Se você acha que pode ter um personagem chato na sua história, a primeira coisa que você deve perguntar é se você precisa desse personagem.

Por que esse personagem está aí? Qual é o papel dele ou dela na história? Se você não consegue encontrar uma resposta, então esse personagem é apenas um tapa-buraco.

Outra opção é fazer um personagem maçante ganhar vida adicionando algumas características únicas. Talvez seu personagem monótono tenha uma vida fantasiosa secreta ou um passatempo intrigante, indicando que ele é muito mais interessante do que parece superficialmente.

Esse tipo de coisa vai dar uma vida de personagem.

Bem, essas são os cinco erros ou cinco armadilhas no desenvolvimento de personagens que a escritora C.S. Marks nos descreve em seu artigo.

Evitando essas cinco armadilhas; seus personagens são tridimensionais, únicos, falhos, consistentes e interessantes.

Eu gostei muito desse conteúdo e por isso estou traduzindo, adaptando e compartilhando com você. Estou sempre estudando e tentando melhorar mais e mais minhas histórias e o desenvolvimento de personagens.

Se você gostou, me deixe um comentário e compartilhe esse texto com pessoas que também podem se beneficiar dele!

Até a próxima!

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Mais de 1300 downloads do ebook!

Fiz esse vídeo para comemorar os mais de 1300 downloads do ebook Como criar uma história em quadrinhos! Estou muito feliz por esse resultado.

Aproveito o vídeo para comentar alguns dos feedbacks que recebi do pessoal que leu o livro. Muitos falam sobre o quanto o conteúdo tem ajudado a começar suas HQs ou a melhorar suas histórias.

No momento em que escrevo este post a contagem já está chegando em 1400 downloads!

Mais uma vez agradeço a todos que se interessaram e mandaram seus feedbacks.

Se você não é um dos 1400 que já baixaram o livro, clique aqui para fazer o download do ebook agora.

Até a próxima!