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Personagens Quadrinhos

Criando bons personagens para sua história

Na hora de contar uma boa história nada é mais importante do que sobre quem ela nos fala. Personagens interessantes fazem parte de histórias interessantes. Mas como criar bons personagens?

Lembrando que criar quadrinhos é contar uma história através de imagens e texto. Por isso eu sempre indico que se estude sobre estrutura de história na hora de começar a criar uma HQ.

Desenvolver personagens interessantes é o maior desafio em qualquer história, não apenas nos quadrinhos.

Já falei um pouco sobre esse tópico no post sobre os 3 erros que cometi criando HQs, mas esse assunto não é simples o suficiente para apenas um item em um post ou até para apenas um ou dois textos.

Então vou levantar mais alguns pontos sobre criação de personagens.

Nem todos esses pontos são obrigatórios para que um personagem seja bom, mas podem ser combinados e adaptados para dar forma à sua criação.

Personagens que geram empatia

Um bom personagem deve gerar empatia no seu leitor. Mas o que é empatia?

Segundo o site Significados:

Empatia significa a capacidade psicológica para sentir o que sentiria uma outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. Consiste em tentar compreender sentimentos e emoções, procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente outro indivíduo.

Simplificando. É uma maneira de dizer que o leitor deve conseguir se colocar, de um jeito ou de outro, na pele do personagem.

Se o seu leitor conseguir sentir o que seu personagem sente ou se colocar no lugar dele, a chance de que ele se envolva mais com sua história e queira continuar acompanhando é muito maior.

O leitor pode até não gostar do seu personagem, mas se entender os seus motivos ou seus sentimentos tem mais chance de se interessar pela história.

Personagens com grande capacidade de execução ou geniais

Personagens gênios, que são muito bons em algo ou que executam uma tarefa com maestria podem chamar muito a atenção dos leitores.

Esses personagens são interessantes pelas suas qualidade de execução e não necessariamente pela sua personalidade adorável.

Muito provavelmente a sua genialidade não gere muita empatia do leitor, porque gênios costumam ser muito excêntricos, mas isso será compensado pela vontade de vê-lo executando algo ou colocando suas habilidades incríveis em prática.

Nos quadrinhos temos o exemplo do Batman, um detetive gênio e estrategista, mas um ser humano sombrio e abalado por seus traumas do passado.

Temos também aqueles com grande capacidade de execução de alguma tarefa, porém com uma personalidade mais leve e de mais fácil identificação. Que geram mais facilmente uma empatia do leitor.

Personagens com falhas de caráter

Esse é o tópico que já comentei no post 3 erros que cometi criando HQs. As fraquezas do personagem são parte fundamental do que o deixa interessante.

Citando meu próprio texto:

O leitor precisa se identificar com os personagens que está lendo e fica muito difícil isso acontecer se ele é um ser humano ideal, cheio de virtudes e sem nenhuma falha de caráter.

Um personagem “perfeito” deixa a história chata. Para ser interessante é preciso que o personagem tenha falhas e cometa erros.

Voltamos ao primeiro tópico agora, falando sobre empatia.

Como seres humanos nós tendemos a nos identificarmos com coisas parecidas conosco. E seres humanos possuem falhas. Simples assim.

Por isso não conseguimos acreditar em personagens sem falhas. Eles não são críveis, não parecem reais o bastante.

Mas quais falhas poderíamos usar?

Podemos ter um personagem preguiçoso, mentiroso, covarde ou qualquer outra falha que nós todos podemos ter.

O importante é que se forme o caráter do personagem tanto com qualidades como com fraquezas.

Essas falhas podem (e devem) ser exploradas para ajudar na evolução do personagem durante a história, mas esse é outro tópico que quero abordar em um conteúdo futuro aqui no blog.

Alguns exemplos…

Vou finalizar mostrando alguns personagens que combinam os tópicos que mostrei aqui.

Lembrando que são apenas alguns dos itens importantes, servem mais para começo de conversa sobre criação de personagens interessantes.

Que tal analisarmos o exemplo anterior, o Batman. Ele possui muitas qualidades como detetive, estrategista, lutador, etc. Mas também possui falhas como problemas de relacionamento e traumas de infância que o deixam com mais facilidade de gerar empatia dos leitores.

Entretanto, o que mais chama a atenção nele é sua capacidade de execução e genialidade.

Queremos ver o Batman usando suas qualidades para resolver os problemas que enfrente. É isso que chama tanta atenção nesse personagem. Ele é genial.

No caso do Superman, temos um personagem formado somente de virtudes. Ele praticamente não tem falhas de caráter, apesar de ser um personagem icônico.

Talvez por isso muitas das histórias criadas com esse personagem acabem não sendo tão interessantes. Ele é o arquétipo do ser humano perfeito, aquele que não existe. Isso torna o trabalho dos escritores ainda mais complicado.

Mesmo assim, grandes roteiristas de quadrinhos criaram grandes histórias para esse personagem. Isso mostra o quanto eles são ótimos story tellers, ou contadores de histórias.

Uma das histórias do Superman que me chama a atenção é exatamente sobre suas possíveis fraquezas. Falo dos quadrinhos de Injustice. Nessa história ele comete uma falha e passa a não acreditar mais nas virtudes do mundo. Isso faz com que ele acabe se tornando um ditador tirano.

Bem, é isso por hoje. Como eu já comentei, esse é um começo de conversa sobre criação de personagens interessantes para nossas histórias em quadrinhos.

Se você quer mais conteúdo sobre esse assunto, deixe um comentário aí embaixo!

Até a próxima!

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Quadrinhos Storytelling

Por que estudar estrutura de histórias? Roteiro de quadrinhos.

Durante muitos anos eu criei minhas histórias em quadrinhos sem nenhum tipo de orientação. Não pensava muito na estrutura da história, em como seria o desenvolvimento dos personagens e como faria o roteiro se encaixar para ser mais interessante ao leitor.

Simplesmente criava a partir do que estava na minha cabeça e, graças à isso, acabei por cometer diversos erros de roteiro. Alguns deles eu falo no post 3 erros que cometi criando histórias em quadrinhos.

O que eu fazia era um roteiro colcha de retalhos com base nas histórias que eu gostava de ler e assistir. Isso é uma das primeiras formas que utilizamos para criar nossas histórias: a cópia.

Nessa fase você usa tudo que mais gosta nas histórias preferidas para montar a sua própria.

Acho importante passar por essa fase como autor. Suas referências sempre serão a base de suas criações. Mas existe um momento onde você quer levar suas HQs para o próximo nível!

Já falei algumas vezes, inclusive no meu ebook Como criar uma História em Quadrinhos, que HQ é uma das muitas formas de contar histórias.

Por isso, para criar a nova história em quadrinhos que venho trabalhando nos últimos tempos, eu investi um bom tempo para estudar estrutura de histórias antes de começar a escrever o roteiro. Passei a procurar muito por referências e conteúdo sobre esse assunto.

Nessa jornada de compreensão do que era necessário para criar boas histórias, eu percebi que entender como montar uma boa estrutura é essencial para evoluir como um story teller, ou seja, como um contador de história. O que nos leva automaticamente a evoluir como quadrinista.

Por isso é importante estudar como os grandes contadores de histórias estruturam seus trabalhos. Falo de roteiristas de cinema, de quadrinhos e autores de literatura.

Como eles fazem para estruturar suas histórias? Como pensam em cada motivação de cada personagem? Como criam o mundo de ficção onde seus personagens irão viver?

Existem algumas estruturas prontas muito utilizadas, como a famosa Jornada do Herói, entretanto abusar desse tipo de estrutura mais popular pode acabar caindo muito na mesmice ou talvez no clichê.

Não que isso seja um problema, afinal um clichê muito bem feito pode se tornar uma história muito boa!

Bem, para finalizar… A questão aqui é que você não deve fazer uma história apenas com aquilo que seja legal ou divertido para você ou copiando o que você acha de mais interessante nas histórias que você gosta.

É preciso pensar no leitor e no que você pode fazer para envolvê-lo e atiçar sua vontade de se manter no mundo de ficção que você está criando para ele.

Estruturar a história, o desenvolvimento do personagem, as motivações de tudo que está acontecendo… isso é algo obrigatório para qualquer contador de história.

Por isso fica a dica aqui é: pesquise sobre estrutura de histórias para melhorar seu roteiro de quadrinhos!

Quero postar mais conteúdo sobre esse assunto. O que acha disso? Deixe um comentário abaixo.

Até a próxima!

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Narrativa Visual Quadrinhos

O que é narrativa visual de histórias em quadrinhos?

Neste texto vou introduzir o assunto narrativa visual de histórias em quadrinhos e mostrar uma forma rápida de avaliar se suas páginas de HQ tem uma boa narrativa na hora de montar uma cena.

O que é narrativa visual de histórias em quadrinhos? Para responder a essa pergunta vou começar explicando sobre a primeira das duas palavras, a “narrativa”.

Segundo o site Significados:

Narrativa é uma exposição de fatos, uma narração, um conto ou uma história. As narrativas são expressas por diversas linguagens: pela palavra (linguagem verbal: oral e escrita), pela imagem (linguagem visual), pela representação (linguagem teatral) etc.

No caso do nosso tema, narrativa visual, estamos falando sobre o uso das imagens para expressar a narrativa.

Alguns dos elementos importantes de uma narrativa são os seguintes:

  • o que;
  • quando;
  • onde;
  • com quem;
  • por que;
  • como;
  • e qual o resultado (consequência).

Ou seja, para verificar se sua narrativa está bem estruturada tente responder à essas perguntas.

  • O que acontece na sua história?
  • Quando acontece?
  • Onde acontece?
  • Com quem acontece?
  • Por que acontece?
  • Como acontece?
  • E qual a consequência do que acontece?

Isso já é o suficiente para você começar montar o enredo da sua história. Mas e a narrativa visual de histórias em quadrinhos nisso tudo?

Bem, para contar sua história com uma sequencia de imagens e textos (ou uma história em quadrinhos) existem algumas ferramentas importantes.

É preciso conhecer essas ferramentas e trabalhar com elas em conjunto para transmitir as emoções corretas, a sensação de passagem de tempo correta, para representar uma noção de espaço e etc.

Eu considero entender de narrativa visual muito mais importante do que ser um bom desenhista na hora de fazer histórias em quadrinhos.

Avaliando sua narrativa visual de histórias em quadrinhos

Não vou falar sobre as ferramentas da narrativa visual neste texto, já abordei algumas delas aqui no blog e com os vídeos no meu canal do Youtube.

Neste texto vou mostrar uma forma rápida de avaliar sua narrativa visual.

Para avaliar se sua composição de páginas de quadrinhos está com uma boa narrativa visual, vamos responder algumas perguntas parecidas com as que fizemos anteriormente.

Imagine que você quer montar uma cena narrando uma parte da sua história, você consegue responder essas perguntas?

  • Dá pra saber o que está acontecendo na cena?
  • Onde a cena está acontecendo?
  • Quem está envolvido na cena?
  • Como a cena está se desenvolvendo?
  • Quanto tempo esta cena levou para acontecer?
  • Qual a consequência das ações dessa cena?

Se você conseguir responder estas perguntas, já pode dizer que a cena está com uma boa estrutura. Agora se você fizer estas mesmas perguntas para um leitor e ele conseguir responder sem problemas, quer dizer que sua cena está com uma boa narrativa visual de histórias em quadrinhos.

Isto tudo é só a introdução do estudo de narrativa visual de quadrinhos. Existe muito o que se aprender.

As ferramentas que falei anteriormente são essenciais e cada uma delas tem um motivo para funcionar e passar a sensação certa para o leitor.

Enquanto não falamos sobre elas, faça a avaliação das suas páginas e cenas e veja se consegue responder às perguntas acima.

Aguardo seu comentário sobre o que achou desse método de avaliação de narrativa visual e aproveite para me falar o que mais você quer saber sobre o assunto.

Até a próxima!

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Quadrinhos

Dica: Quadrinhos e Arte Sequencial de Will Eisner

Will Eisner era um mestre da narrativa visual dos quadrinhos. Por isso a dica de livro de hoje é Quadrinhos e Arte Sequencial.

Esta é uma das obras do mestre que fala sobre as técnicas de narrativa visual.

Quadrinhos e Arte Sequencial é sensacional e obrigatório para quem quer criar histórias em quadrinhos!

Nele Eisner compila anos de experiência desenhando HQs de todos os tipos. Ele aborda desde quadrinhos educacionais e institucionais até as Graphic Novels, que, pra quem não sabe, foi uma expressão que ele mesmo criou.

A primeira HQ a sair com o nome Graphic Novel foi “Um Contrato com Deus”, de sua autoria, e a partir daí mais de 20 outras foram lançadas por Eisner.

O conteúdo do livro Quadrinhos e Arte Sequencial varia entre técnicas, quadrinização, narrativa, formas de publicação, e muito mais.

O autor utiliza as páginas das suas próprias HQs para exemplificar com estupenda clareza tudo que explica em cada um dos capítulos desta obra.

Não tenho certeza absoluta, mas acredito que Eisner foi um dos primeiros, senão o primeiro, a analisar e documentar as técnicas de narrativa gráfica e lançar como livros “didáticos” explicando suas obras. Ele era mais do que apenas um quadrinista muito bom, ele era um estudioso da arte sequencial.

Seu trabalho é reconhecido mundialmente por todos os mais importantes artistas de quadrinhos. Não sei se você sabe, mas o “Oscar dos quadrinhos” tem o nome dele, o The Will Eisner Comic Industry Awards, mais conhecido como Eisner Awards.

Conclusão

Bem, em resumo, este livro é muito bom e, na minha opinião, é obrigatório para quem cria ou quer criar quadrinhos de qualquer estilo ou tema.

Obs: Eu falei sobre esse livro anos atrás em outra postagem.

Quero saber o que achou dessa dica. Por favor, deixe seu comentário me falando se quer mais dicas como essa aqui no blog. Estou pensando em instituir a “Dica de Sexta”, o que você acha? Fico aguardando seu comentário.

Até a próxima!

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Narrativa Visual Vídeo

Tutorial – Narrativa Visual – Timing nas histórias em quadrinhos

Começou a temporada 2018 de vídeos no meu canal do Youtube! Para começar mais um tutorial sobre narrativa visual, dessa vez falo sobre timing nas histórias em quadrinhos.

Passar a sensação de tempo através da narrativa visual de quadrinhos é um desafio.

A cena é rápida ou slow motion? Aquele quadro focando o personagem, sem balão de fala, durou algum tempo ou foi um pensamento rápido?

Você quer construir uma cena de ação onde tudo acontece muito rapidamente, mas em alguns momentos quer usar a câmera lenta para dar mais dramaticidade em alguma parte da ação.

Tudo isso é o que chamo de timing e explico como fazer no novo vídeo do canal.

Saiba o que são as calhas, ou sargetas, nas páginas de quadrinhos. Entenda como o tamanho dos quadros pode afetar o ritmo de leitura da sua página. Saiba como passar mais tensão ou dramaticidade às cenas de sua HQ.

Aguardo seu comentário falando o que achou sobre esse novo vídeo.

Com esse primeiro vídeo eu considero aberta a nova temporada de vídeos do meu canal para este ano. Quero entender mais sobre o que você quer saber do assunto criando histórias em quadrinhos.

Não esqueça que o ebook Como criar uma história em quadrinhos já está disponível para download gratuito. Também quero saber mais sobre o que você achou do conteúdo do ebook! Aguardo seu comentário.

Até a próxima!

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Personagens Quadrinhos Storytelling

3 erros que cometi criando histórias em quadrinhos

Quero compartilhar com você os 3 erros que cometi criando histórias em quadrinhos. Não são os únicos, mas são alguns dos principais.

Uma das melhores maneiras de aprender é errando. Você tenta algo e descobre que aquilo não dá certo. Esse aprendizado vem com experiência, sendo ela sua ou de outra pessoa.

Esse texto vai servir para que você possa aprender com os meus erros. Então vamos lá.

1. Começar criando séries de histórias em quadrinhos

Nós somos fãs de séries famosas. Adoramos os personagens e suas muitas aventuras. Por isso queremos criar nossos próprios personagens e sua saga enorme com muitos personagens coadjuvantes.

Esse é um erro que cometi muitas vezes. Logo quando comecei a publicar quadrinhos online por volta de 1999. Criei uma série, mas acabei descontinuando.

Em seguida criei outra que chegou a ter mais capítulos. Publicando online, consegui um certo sucesso recebendo feedbacks positivos (na época apenas por email, não haviam redes sociais ainda) e um certo grupo de fãs. Acabei descontinuando a série mais uma vez.

Por fim, minha maior série começou a ser publicada online. Nessa cheguei longe, com mais de 120 páginas e 11 capítulos. Essa certamente foi a que tive mais sucesso e foi publicada em diversos sites, mas mesmo assim, acabou sendo descontinuada.

1.1. E por que isso acontece?

Primeiro porque uma série longa exige muita dedicação e um grande investimento de tempo. Então o comprometimento precisa ser muito maior.

É comum perdermos o interesse em uma história tão longa, querendo desenvolver novas ideias e colocar no papel nossos novos personagens.

Por isso, quem está começando a criar histórias em quadrinhos precisa começar com histórias curtas. Podem ser todas do mesmo universo ou personagens, mas precisam ser histórias com um começo, meio e fim. De preferência com poucas páginas.

Isso vai servir para ajudar a desenvolver a habilidade do autor com a narrativa gráfica dos quadrinhos. Vai melhorar sua habilidade de escrever histórias que fazem sentido, que começam e terminam.

Nenhum diretor de cinema iniciante vai estrear com um longa metragem.

Focar em histórias curtas será sempre um bom caminho para melhorar o trabalho do quadrinista, fazendo com que ele ganhe experiência e aprenda os atalhos para boas histórias.

Quando sentir que está pronto para se comprometer com uma série, comece com mini-séries em três capítulos. Somente depois passe para séries maiores.

Essa dica vai ajudá-lo a publicar mais histórias prontas que podem ser mais prazerosas de ler para quem ainda não conhece seu trabalho.

2. Não planejar a história antes de sair desenhando

Nada melhor do que pensar em uma história e sair desenhando as páginas para vê-la pronta o quanto antes.

O problema é que essa atitude pode causar arrependimento no futuro.

Várias vezes cometi esse erro, principalmente por começar meus primeiros quadrinhos diretamente como séries e sair criando a história da cabeça página a página, só tendo uma vaga ideia do que iria acontecer no futuro.

Sem saber para onde a história vai,  o autor pode se arrepender de ter desenhado o personagem de um jeito ou até de ter adicionado um acontecimento que não faz mais sentido para a história lá na segunda ou terceira página. Agora que está desenhando a décima página já gostaria que a história tivesse começado diferente.

Em um dos capítulos da minha última série, Tailer, acabei inserindo uma cena dentro de um navio cargueiro (imagem ao lado) porque achei interessante que a base dos inimigos fosse em alto-mar.

O problema é que essa cena aconteceu cedo demais na história. Ainda não era o melhor momento para apresentar alguma dica de quem eram os inimigos dos protagonistas.

Alguns capítulos passaram e a base não foi mais mencionada. Uma falha de planejamento da história.

Por isso pensar o roteiro, escrever e desenhar os rascunhos das páginas para marcar o layout são passos importantes antes de começar a desenhar a história.

3. Não pensar nos personagens como pessoas

Criar personagens interessantes é uma das partes legais de se criar histórias em quadrinhos.

Mas as vezes nos apegamos muito no que queremos que o personagem seja, num modelo de pessoa ideal. Só que pessoas não seguem modelos ideais.

O leitor precisa se identificar com os personagens que está lendo e fica muito difícil isso acontecer se ele é um ser humano ideal, cheio de virtudes e sem nenhuma falha de caráter.

Um personagem “perfeito” deixa a história chata. Para ser interessante é preciso que o personagem tenha falhas e cometa erros.

Os meus protagonistas costumavam ser exatamente como eu gostaria de ser na época. Só que analisando hoje de forma fria, vejo que eram personagens sem graça e superpoderosos demais.

Quem acabava salvando a história eram alguns personagens coadjuvantes, como o Professor Wu (imagem ao lado) da minha antiga série Tailer. Ele era um personagem divertido e cheio de falhas de caráter, mas que falava o que era preciso de vez em quando.

Conclusão

Como já mencionei, são alguns dos principais erros que cometi ao criar histórias em quadrinhos durante os primeiros anos de publicações independentes na internet.

Agora que você já conhece alguns desses erros, me diga se esse texto lhe ajudou de alguma forma nos comentários. Estou ansioso para saber.

Até a próxima!

Obs: O livro Como criar HQs está disponível para download. Clique aqui!

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Vídeo

Vem aí a temporada 2018

Estamos prestes a começar a temporada de 2018 no canal Marcus Beck!

Para comemorar que atingimos os 5000 inscritos no dia 08 de janeiro desse ano, vou deixar uma lista dos vídeos sobre criação de quadrinhos e desenho que publiquei na temporada de 2017.

Estou muito feliz pelo reconhecimento do trabalho. Sempre com o objetivo de aumentar o acesso a conteúdo de qualidade sobre criação de quadrinhos.

Confira se você já assistiu a toda a temporada de 2017 antes de começarmos a de 2018!

Deixe seus comentários aqui abaixo falando o que mais você quer saber sobre criação de quadrinhos, assim já terei mais e mais temas para os vídeos da temporada de 2018!

Até a próxima!

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Quadrinhos

Preciso saber desenhar para criar uma história em quadrinhos?

Muita gente se pergunta se é preciso saber desenhar para criar uma história em quadrinhos. Pode parecer uma pergunta absurda, mas na verdade não é.

Para começar é preciso entender o que é “saber desenhar”. Afinal de contas, aprendemos a fazer homens-palito desde a infância e isso pode ser considerado saber desenhar.

Você já deve ter visto diversas tirinhas espalhadas pela internet que são basicamente homens-palito interagindo. Podem até achar uma arte “tosca”, mas algumas dessas tirinhas são as mais engraçadas que já li!

Sem dúvida a arte é parte importante de uma história em quadrinhos, afinal é a ferramenta que escolhemos para contar a história. Só que assim como um escritor escolhe bem as palavras que mais encaixam no tipo de história que quer escrever, o quadrinista deve fazer o mesmo com o estilo de desenho que quer usar.

Nem sempre é preciso ser um mestre na arte de ilustrar para criar boas histórias em quadrinhos. O que vale é ser bom em narrativa visual, que é a verdadeira arte de um quadrinista. É importante sempre lembrar disso.

Portanto se você acredita que não pode criar sua primeira HQ porque acha que suas ilustrações não são boas o bastante, vou te mostrar uns estudos de caso que podem lhe impressionar. Fugindo um pouco dos homens-palito das tirinhas, é claro.

Você conhece a série de quadrinhos One Punch Man? Que tal dar uma olhada na webcomic original. A versão que se popularizou no ocidente é um “remake” da original desenhada por um desenhista de mangá profissional (e incrível) chamado Murata Yuusuke.

Na esquerda a arte original, na direita o remake. Note que a narrativa não mudou nada!

A série ficou famosa mesmo com a arte de “ruim”. A qualidade da história era tão boa que mesmo o remake manteve os mesmos personagens, os mesmos arcos… basicamente só mudou a arte para algo que o mercado editorial japonês aceita melhor.

E que tal os primeiros capítulos da série em quadrinhos Attack On Titan? Digamos que não é a arte mais bonita que você já viu em páginas de mangá, não é? Não chega nem perto da beleza de uma HQ como Berserk, por exemplo. Mesmo assim foi um sucesso enorme por conta da qualidade de sua história.

Uma boa história, uma boa narrativa, personagens interessantes com os quais o leitor se identifique. Isso é muito mais importante do que “saber desenhar”.

Devemos sempre continuar trabalhando para melhorar nossa arte, mas não deixe de começar aquele projeto de histórias em quadrinhos porque acha que seu desenho não é bom o bastante. Foque no que interessa: a história!

Até mais!

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Ilustrações Quadrinhos

Meu primeiro Inktober! #inktober2017

Eu falei do #inktober2017 em um dos posts aqui do blog. Lá eu disse que esse seria o meu primeiro Inktober e que a participação no desafio é muito legal para praticar sua arte.

Eu resolvi usar os 18 primeiros dias da minha participação para contar uma história com uma das personagens que estou desenvolvendo atualmente: Catarina.

Catarina adora invadir bibliotecas e casas para roubar mapas e documentos importantes que a ajudem a descobrir os segredos da queda do primeiro império.

A ideia do Inktober é trabalhar com qualquer material que você queira, mas como esta é minha primeira participação decidi manter a ideia de usar materiais mais tradicionais. Eu usei apenas uma lapiseira, bicos de pena, pincel e nanquim para construir cada painel dessa história em 18 quadros.

A partir de agora vou continuar o Inktober com outros desenhos mais livres e com algumas ilustrações digitais que quero começar a fazer para treinar. Eu acabei de adquirir uma Wacom e vai ser a primeira vez que vou experimentar fazer desenhos com uma mesa digitalizadora! D:

Também vou entrar de férias, então posso aproveitar as viagens de descanso para publicar alguns sketches de paisagens e pessoas! 🙂

Acompanhe tudo lá no meu Instragram ou Facebook!

Até a próxima!