Sempre recebo perguntas sobre as coisas que uso para fazer quadrinhos.
Qual o software? Que fonte para os textos dos balões? Qual o material para desenho? E muitas outras.
Por isso no vídeo dessa semana no meu canal eu me esforcei pra falar sobre o máximo de coisas que uso na criação das minhas HQs.
Fiz até um índice na descrição do vídeo para que seja uma espécie de “vídeo de fácil consulta”. Assim vou postar o link dele toda vez que alguém me perguntar sobre estas coisas.
Quem sou eu para falar o que uso para fazer quadrinhos?
Meu nome é Marcus Beck e meus objetivos são:
Entreter através das minhas histórias;
ajudar quadrinistas independentes a divulgar seus trabalhos através da plataforma Fliptru;
e trazer o máximo possível de informação sobre como criar uma história em quadrinhos para o maior número de pessoas possível.
Publiquei minhas webcomics (quadrinhos online publicados na internet) por mais de dez anos e aprendi muitas lições sobre o que deve ou não ser feito para que as HQs sejam as melhores possíveis.
Quando eu comecei a criar meus quadrinhos eu gostaria muito que tivesse conteúdo sobre o assunto para que eu não tivesse que aprender tudo sozinho.
Por isso que criei meu canal do Youtube e também o meu blog, para ajudar quem está passando pela mesma situação que eu estive quando comecei.
Também sempre senti a necessidade de criar uma comunidade e uma plataforma onde quadrinistas nacionais pudessem publicar suas obras e entrar em contato com seus leitores.
Por isso em 2019 eu usei meus conhecimentos como desenvolvedor de software para criar e lançar a plataforma Fliptru.
Faço o possível para responder todas as perguntas, por isso fique a vontade para comentar com todas as suas duvidas. =)
Hoje eu quero mostrar para vocês a gambiarra que eu faço para gravar os vídeos de desenho do Quick Sketch que posto toda semana. Não tenho tripé e nem uma câmera decente, então me arranjo com o que dá!
Deixe sua sugestão nos comentários se quer algum tutorial específico, farei o possível para ajudar!
A pedidos, começo um novo quadro no canal Quick Sketch: Tutorial. A ideia é fazer tutoriais sobre desenho, ilustração e sketch, começando pelos materiais que utilizo nos vídeos do Quick Sketch.
Este é o primeiro vídeo em que eu me arrisco a falar com você, portanto me perdoe se parece um pouco sem jeito! 😉
Se você tiver alguma dúvida ou sugestão para os próximos vídeos deixe um comentário no youtube.
Tenho notado que muita gente chega até o blog através de um velho post que fiz sobre os materiais para arte-final que experimentei durante os anos de tentativas e erros no meu pequeno mundinho de quadrinhos e ilustrações.
Como o ano passado foi um ano de extrema mudança na minha arte, resolvi atualizar um pouco este assunto aqui no blog. Vou escrever sobre os materiais de desenho, arte-final e pintura que utilizo atualmente para produzir minhas ilustrações.
Materiais para desenho base (sketch)
Sempre começo a ilustração com uma ideia rabiscada em um bloco de rascunhos ou uma folha A4 em uma prancheta de mão. Na maioria das vezes na frente da televisão assistindo à alguma série ou filme.
Nesta fase eu costumo usar minha idosa lapiseira pentel 0.9, um clássico que me acompanha a muitos anos. Ela tem um traçado ótimo e é macia o suficiente para deixar fluir as ideias psicodélicas do momento.
Papel
Quando a ideia do rascunho me agrada é momento de passar para o papel onde ela será consolidada. Eu costumo utilizar os tamanhos A4 e A5 para isso por dois motivos: o primeiro é porque são os dois que costumo ter por aqui, principalmente o A4. Este utilizei desde pequeno para desenhar e acostumei com o tamanho. O A5 eu adquiri a pouco tempo por ser o único com gramatura maior (180g/m2) que encontrei na época em que comecei a brincar com a técnica da aguada.
O legal é que já experimentei várias vezes o A3 (180g/m2) e sempre me sentia meio perdido em tanto espaço, até a última ilustração que fiz. Foi onde me senti mais a vontade com este formato.
Agora no início do ano eu adquiri muitos materiais novos, que incluem dois blocos de papel A4 para aquarela (300g/m2). Mas devido a algumas mudanças que terei que fazer, ainda nem tirei os novos materiais do pacote.
Lápis
Ultimamente comecei a utilizar lápis ao fazer o desenho no papel final. O motivo foi utilizar um grafite mais duro, que riscasse mais “leve” e deixasse menos marca após a arte-final com nanquim. Estou utilizando um 2H da Cretacolor.
O grafite mais macio é ótimo para sombreamentos, estudos e rascunhos, mas como eu tenho mania de riscar muito forte no papel, ele sempre deixava uma quantidade de marcas que não me agradava. Então eu acabava tendo que usar muita força na hora de apagar o lápis por baixo do nanquim com a borracha, por isso a mudança para o 2H.
Materiais para a arte-final
Já comentei diversas vezes que a parte que mais gosto no desenho é arte-finalizar com nanquim. Para mim é uma terapia.
No post sobre materiais de arte-final que fiz em 2009 eu conto um pouco sobre minha “história” com diversos tipos de canetas e outros materiais que experimentei. No final do post eu concluí que a caneta Stabilo Point Fine 0.4 foi a melhor, mais barata e simples opção.
Durante muitos anos ela supriu todas as minhas necessidades, principalmente na hora de desenhar quadrinhos. O fato de eu não ter dinheiro para outras opções também manteve ela como minha companheira por todo este tempo.
Em 2010 eu experimentei as canetas Pitt Artist Pen da Faber Castell e adorei. A ponta pincel (Brush ou “B”) traz uma experiência muito boa para o traço. Ela ajuda o artista a mudar facilmente a espessura das linhas, facilitando a representação de volume.
Mas agora tudo mudou, encontrei minha paixão para arte-final na influência de um dos meus ídolos dos quadrinhos, Fábio Moon. Graças à acompanhar o trabalho dele e de seu irmão Gabriel Bá resolvi experimentar o pincel e o nanquim.
Agora falando do material em si, eu utilizo um pince filete pelo de marta n°0 para quase tudo que se refere a linhas e traços no desenho, nos grandes preenchimentos uso pincéis um pouco mais vagabundos (a falta de dinheiro ainda não permite tanta variedade de pincel bom).Em 2011, o ano dos experimentos, eu comecei a utilizar bico-de-pena com nanquim, mas quando utilizei um pincel filete não consegui mais querer outra coisa. Até o bico-de-pena ficou mais de lado…
O nanquim que tenho usado é o Winsor & Newton preto. Tenho tido bons resultados com ele e é a melhor opção que encontro atualmente aqui na minha cidade.
Materiais para colorir
Quem acompanha meu blog sabe que sempre tive problemas para colorir. Nunca gostei de me envolver com cores e até preferia que outras pessoas colorissem as capas da minha já abandonada webcomic. Raramente eu tinha lápsos de vontade e utilizava o Photoshop para colorir.
Aguada de nanquim
Novamente com a influência de alguns artistas que conheci mais nos últimos dois anos fiquei com muita vontade de aprender a utilizar a aquarela para colorir. Mas é claro que não tinha como simplesmente gastar uma fortuna em material e me jogar de cara na tentativa e erro (de novo).
Foi então que acompanhando as tiras Quase Nada dos irmãos Bá & Moon eu conheci a técnica de aguada de nanquim. Era o mais próximo que eu chegaria de aquarela no momento. Comprei um godê e sai misturando meu nanquim preto em água para ver no que dava.
A experiência foi ótima, mas aprender sozinho sempre é mais difícil. Fiquei cheio de desenhos enrugados por falta de um papel decente e conhecimento da técnica correta.
Copic Markers
Adorei utilizar a aguada, mas ainda não eram cores, apenas tons de cinza. Eu queria algo mais… mas a aquarela ainda não estava ao meu alcance.
Foi então que no meu aniversário eu pedi para minha esposa (e acabei ganhando) um kit de marcadores originais da Copic. O kit era o Warm Gray com doze Copic Markers.
Dessa vez a influência veio do artista de comics Adam Hughes e um vídeo onde ele mostra como usa os marcadores para fazer seus sketches nas convenções de quadrinhos. Nele Hughes dizia que utilizava o tons Warm Gray e Cool Gray, mas é claro que eu não tinha como ganhar (e nem comprar) os dois, então escolhi o mais “colorido” dos dois. É mais um material que ainda estou na fase experimental, mas que já posso dizer que adorei.
No final das contas descobri que colorir digitalmente era o que não me empolgava de verdade. Pintar um desenho à mão e vê-lo pronto ali, artesanalmente, é uma sensação indescritível para mim.
Aquarela
Agora seria o momento onde eu falaria sobre aquarela. Finalmente CORES de verdade nas minhas ilustrações e não apenas variações dos tons de cinza… Pois é, mas como comentei antes, comprei tudo que precisava para começar a me aventurar com este novo material, mas as mudanças da vida ainda não me deixaram começar esta nova experiência.
Quem acompanha o blog verá como vou me sair nessa primeira experiência em breve.
Comentários, dúvidas ou sugestões?
Por ora é isso, use os comentários abaixo para deixar sua opinião sobre os materiais de desenho que costuma usar. Ou se tiver alguma dúvida ou sugestão eu adoraria “ouvir”.
Quem me conhece há algum tempo sabe que não sou um cara muito de cores. Adoro ilustrações coloridas, mas nunca tive um dom para trabalhar com elas, e por isso acabei me desenvolvendo mais na parte de arte-final em preto e branco.
Mas de uns tempos pra cá eu estou querendo ultrapassar alguns limites e quebrar alguns paradigmas pessoais. Foi por isso que comecei a praticar com a técnica da aguada e ainda estou louco para conseguir um curso de aquarela!
Então alguns dias atrás eu assisti um vídeo (veja abaixo) de Adam Hughes, um dos meus desenhistas preferidos, onde ele ensinava a trabalhar com os marcadores nas ilustrações. Foi então que acabei me dando de presente de aniversário um kit de marcadores Copic Original com os tons Warm Gray. São doze marcadores que vão de W0 a W10 e mais um “0” que é transparente.
Chegaram neste sábado, logo após o almoço. Foi então que resolvi testá-los e daí saíram estas três ilustrações do começo do post.
O que posso dizer sobre esta experiência é que é muito divertido utilizar os marcadores, fica superfácil trabalhar os tons e as vezes dá até a impressão de voltar à infância, quando coloríamos com canetinhas hidrocor. É uma delícia mesmo!
Bem, ainda preciso me acertar com o scanner para não perder os tons mais claros. Mas vou continuar praticando com estes novos materiais e tenho certeza de que eles vão somar muito à minha arte!
Hoje adquiri alguns novos materiais para experimentar nas minhas ilustrações e quadrinhos. Esse desenho foi feito em papel tamanho A5 e gramatura 180g/m2, arte-finalzado com pincel e bico-de-pena com tinta nanquim preta. O mesmo nanquim foi utilizado para a técnica de aguada que deu os sombreamentos do desenho. É a primeira vez que uso essa técnica… vivendo e aprendendo.
Quem costuma acompanhar meus desenhos vai notar que estou experimentando um estilo diferente de desenho também e não só materiais diferentes.
Quando comecei a desenhar, com nove anos de idade e copiando as revistas informativas que traziam imagens dos Cavaleiros do Zodíaco e Zillion, eu usava papel vegetal (transparente) e copiava por cima dos desenhos com um lápis qualquer.
Logo depois abandonei o papel vegetal (acabou o estoque) e parti pra cópias “de olho”. O próximo passo foi desenhar sem copiar… só sabia fazer perfil no estilo Zillion.
Well, depois de um tempo comecei a entender melhor e perceber que as revistas não eram feitas a lápis e pronto. Então resolvi começar a desenhar usando caneta… bic! E como o bom autodidata que aprende fazendo besteira atrás de besteira (como eu queria ter tido oportunidade de fazer um curso) eu cheguei a desenhar algumas hqs, incluindo uma de 113 páginas, direto na caneta bic, sem nem sequer fazer um rascunho antes.
Assim foi até começar a perceber e entender como funcionava a arte final. Comprando algumas revistas resolvi procurar alguns materiais. E abaixo listo os materiais que testei durante os últimos 15 anos de trapalhadas e acertos nas produções independentes de hqs.
Caneta nanquim descartável
Minha primeira experiência (vou desconsiderar a bic, se me permite) foi a caneta nanquim descartável.
Na época era uma opção barata e muito boa para iniciantes. Utilizei-a por algum tempo, mas sempre tive um traço a lápis (pior ainda quando tinha uma lapiseira) muito forte que marcava a folha, então quando precisava apagar com a borracha as linhas do rascunho eu precisava fazer com força e acabava desbotando o traço da arte final.
Isso não foi grande problema na época, pois não distribuia e não mostrava minhas hqs pra quase ninguém. Era um artista solitário…
Essas canetas são muito práticas e podem ser encontradas com diversas espessuras de pontas. Muito bom para a variação no traço que uma boa arte final precisa ter.
Bico de pena e nanquim
Continuando a comprar revistas informativas que traziam fotos de desenhistas americanos e japoneses utilizando bico de pena e nanquim, parti para essa experiência.
Primeira constatação: “ô, coisinha que faz sujeira!“.
Segunda constatação: “Sim, o nanquim brasileiro é uma porcaria, assim como as revistas falavam…”
Acabei tendo o mesmo problema de desbotar o traço após apagar o lápis por baixo com o nanquim, afinal o nanquim nacional era ruim demais e eu não tinha dinheiro para comprar material importado. Posso falar o mesmo dos bicos de pena.
Mas não desisti, passei desenhando (e destruindo páginas de hq inteiras com uma escorregadela no último quadrinho) com essas ferramentas por alguns anos.
Pode parecer complicado no começo, mas garanto que o resultado, depois de algum tempo de prática, ajuda muito na coordenação motora e na firmeza da mão do desenhista.
O controle de espessura e fluidez do traço são excepcionais se você se dedica ao treino.
Nesta mesma época utilizava pincéis para as partes de grande preenchimento do preto com o nanquim. Bico de pena e pincéis precisam de cuidado, pois a higienização de ambos é importante para manter a qualidade do traço.
Caneta nanquim recarregável
A próxima experiência, que aconteceu durante os anos em que utilizei o bico de pena, foi a utilização das canetas nanquim recarregáveis.
Essas eram bem mais caras que as descartáveis, porém duravam muito mais tempo.
O trabalho que dava para limpar era muito grande, bem maior do que o necessário para tratar com um bico de pena, que já não é tão simples.
Você precisa retirar os recipientes onde o nanquim é carregado na caneta e lavar por dentro, porque se não fizer direitinho uma crosta de nanquim seco se formará, atrapalhando o fluxo de tinta para a ponta da caneta.
Uma boa vantagem é que facilmente se encontrava variações da espessura da ponta, pois é um material muito utilizado na área de arquitetura. Eu comprei uma 0.1 e uma 0.3 na época, e me servia muito ter as duas opções.
Caneta Stabilo preta
Este tipo de caneta me acompanhou durante toda a minha experiência com arte final, nos intervalos de uso de todos os materiais acima listados era essa belezinha baratinha que supria minhas necessidades artísticas. O motivo disso é a facilidade e qualidade que encontrei nesse simples material.
A Stabilo Point Fine não é nanquim e não se encontra variações de espessura da ponta aqui no país, porém ela combinou com meu estilo de arte final, pois tem fácil controle de fluxo através da pressão e não desbotava nem com meu traço grosseiro por baixo!
Depois de experimentar os materiais acima eu acabei ficando com essa opção até os dias de hoje. Mas ainda sonho em ter a chance de voltar a trabalhar com o bico de pena, pois de todos foi a experiência que mais gostei.
Dica: Para traços mais finos guardo as canetas já gastas, pois liberam bem menos tinta e me permitem um traço mais preciso e sutil, ótimo para hachuras.
Arte Final Digital com tablet
Até hoje nunca experimentei a arte final digital, pois não tive oportunidade de comprar uma tablet. Mas ainda sou um fã da arte à moda antiga, gosto de ver o desenho pronto na minha mão, antes mesmo de scanear.
Lógico que adicionar detalhes e melhorias no computador é inevitável para mim. 😉
Quem sabe um dia eu experiemente essa forma digital de arte final e exponha minha experiência novamente aqui.
Conclusão
Muitas pessoas acham que existe uma fórmula para desenhar quadrinhos, mas eu tenho a opinião de que existem apenas opções e que todas devem ser experimentadas pelo artista para que este possa escolher a que mais lhe deixa confortável e combina com seu traço.
Sempre devemos manter os olhos abertos e observar ao nosso redor, assim não perdemos a chance de encontrar algo melhor, mas não o que alguem diz ser melhor, e sim o que é melhor para nós mesmos.