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A ansiedade para terminar logo suas HQs

Incrivelmente um dos assuntos que mais tem recebido engajamento nas minhas redes sociais é a ansiedade.

No mundo de hoje todos vivemos com esse mal, essa angustia constante de que não estamos fazendo o suficiente ou que devíamos fazer mais.

Na minha opinião um dos principais fatores para que isso aconteça são as redes sociais.

Elas nos ajudam demais como quadrinistas. Podemos divulgar nosso trabalho e atingir milhares de pessoas sem depender diretamente de editoras ou grandes portais.

Mas ao mesmo tempo, se você não atualiza constantemente suas redes corre o risco de “perder a atenção” das pessoas e ser “esquecido”.

Vivemos nessa pressão: poste páginas em andamento, pelo menos um desenho por dia, responda a todos que comentarem… e etc.

O medo de perder essa atenção e de querer postar mais gera muita ansiedade.

E a ansiedade pode atrapalhar a qualidade do trabalho, como eu falei em parte deste vídeo que está abaixo.

Eu não saberia dizer como evitar isso.

Acredito que é um mal que muita gente enfrenta e que não está no meu alcance conseguir resolver.

Só que falar sobre isso já abre uma porta para muita gente.

Quando eu postei o seguinte texto no meu Instagram tive muitas pessoas dizendo que foram palavras que elas precisavam ouvir.

As vezes fica difícil arranjar tempo nessa vida corrida pra parar e trabalhar no projeto de quadrinhos.

Muita gente passa por isso! Ainda mais quando criar HQ é um projeto paralelo. O que não devemos fazer é desistir por causa da ansiedade. Ansiedade de fazer logo… quando você vê que não está conseguindo, que está demorando porque a vida coloca um monte de obstáculos, lembre-se que você faz isso porque gosta. E que não deve ser mais um peso e sim um prazer!

Então, quando surgir aquele tempinho livre, sente e crie. Sem pressão e sem o “desespero” de ter algo pronto logo.

A tecnologia nos permite divulgar nosso trabalho pra muita gente, mas ela também causa essa ansiedade do imediatismo.

Por isso, continue no seu tempo. Sem pressa! ^.^

Eu nunca imaginaria que essa postagem pudesse levantar uma questão tão importante.

Eu escrevi apenas para desabafar um pouco sobre o fato de não estar conseguindo manter o ritmo de criação das páginas de quadrinhos e por isso estar me sentindo ansioso.

Quando escrevi percebi que era algo que outras pessoas poderiam estar passando também, então adicionei essa pequena catarse que tive sobre fazer o que gosta e por diversão.

Sei que a maioria da minha audiência, assim como eu, faz quadrinhos no seu tempo livre. Então imaginava que eles também sofressem com isso.

Nós nos cobramos de mais. E isso gera ainda mais ansiedade.

Então a ideia é simplesmente tentar relaxar um pouco e lembrar de fazer coisas que são divertidas também.

Sei que não vou resolver o problema do mundo com esse texto, mas gosto de escrever e estou me divertindo fazendo isso.

E se ajudar uma pessoa, nem que seja um pouco, a ficar menos ansiosa… então está valendo!

Links úteis para você

Quem sou eu pra falar de ansiedade e quadrinhos?

Meu nome é Marcus Beck e sou quadrinista e professor de quadrinhos. Meu objetivo é trazer o máximo possível de informação sobre como criar uma história em quadrinhos.

Publiquei minhas webcomics (quadrinhos online publicados na internet) por mais de dez anos e aprendi muitas lições sobre o que deve ou não ser feito para que as HQs sejam as melhores possíveis.

Quando eu comecei a criar meus quadrinhos eu gostaria muito que tivesse conteúdo sobre o assunto para que eu não tivesse que aprender tudo sozinho. É por isso que criei esse canal e também o meu blog, para ajudar quem está passando pela mesma situação que eu estive quando comecei.

Faço o possível para responder todas as perguntas, por isso fique a vontade para comentar com todas as suas duvidas. =)

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Começou o Inktober 2018!

Hoje, dia primeiro de outubro, começou o Inktober 2018.

Mas o que é isso? 

No ano passado eu fiz um post explicando o que é o Inktober e como fazer para participar. Você pode ler aqui. Mesmo assim vou dar uma resumida a seguir.

O Inktober foi criado pelo ilustrador Jake Parker em 2009 como um desafio para melhorar suas técnicas de arte-final e desenvolver um hábito de desenhar diariamente.

Desde então, tornou-se um empreendimento mundial com milhares de artistas que assumiram o desafio todos os anos.

Funciona da seguinte maneira: Você faz um desenho todos os dias do mês de outubro e posta nas redes sociais com as hashtags do desafio #inktober e #inktober2018.

Para facilitar as coisas todo ano o Jake Parker libera uma lista com sugestões de assuntos para cada um dos dias do mês, mas você é livre para desenhar o que quiser durante o desafio. Não precisa seguir a lista não.

Lista oficial de ideias para o Inktober 2018

Ano passado foi a primeira vez que participei do desafio e nos primeiros 18 dias eu fiz uma pequena história em quadrinhos postando um quadro por dia. Você pode ler essa HQ clicando aqui.

No resto dos dias eu aproveitei para desenhar os personagens do meu projeto de HQ Magnos para pegar o jeito deles. Você pode ver esses desenhos clicando aqui.

Originalmente eu postei tudo no meu Instagram: @themarcusbeck e esse ano vou postar tudo por lá também.

Este ano eu decidi que vou fazer uma HQ de 31 páginas, cada uma será uma das ilustrações do Inktober 2018. Dessa maneira, ao final do desafio, a história estará completa.

E você? Vai participar do desafio? Me fale nos comentários!

As regras são simples.

1) Faça um desenho com nanquim.

2) Publique online.

3) Coloque as hashtags #inktober e #inktober2018.

4) Repita todos os dias de outubro.

É isso!

Regras oficiais do Inktober 2018

Neste vídeo eu explico tudo isso! Dá uma olhadinha:

Até a próxima!

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O caso dos animais de estimação

Animais de estimação, como o nome já diz, são bichinhos os quais estimamos e tornamos membros de nossa família. A partir do momento que adota-se ou compra-se um animal de estimação o ser humano assume uma grande responsabilidade para com esse ser vivo. Ele não é um ser independente quando domesticado, é preciso cuidar da saúde, alimentar, dar afeto e etc.

Todo mundo gosta de mostrar para os seus contatos em redes sociais o quão fofos são seus bichinhos. Receber likes e comentários confirmando isso é uma das grandes fatias do vício em redes sociais dos tempos atuais.

Eu conheço muitas pessoas que estão interessadas em adquirir um animal de estimação como um cachorro ou um gato, por exemplo. E isso é ótimo! Desde que não seja com o único motivo descrito no parágrafo acima.

Se esse não for o seu caso, sempre é bom lembrar que existem diversas ONGs que trabalham duro para resgatar animais das ruas e tratá-los para que alguém possa dar um novo lar para o bichinho.

São dessas ONGs que vem as piores histórias.

Tendo contato indireto recentemente com uma ONG que trata de centenas de animais a duras penas, tenho recebido notícias muito tristes sobre pessoas que querem ter seu animal de estimação.

“Quero um gato, mas não esse… É que ele tem um pouco de preto na cauda e eu queria um todo branco.”

Essa é uma transcrição adaptada de uma frase real.

Assim como o autor dessa frase, existem milhares. Não querem adotar um animal específico porque não é do padrão estético que procuram.

Isso nos leva à outro caso comum, pessoas que chegam a gastar até três mil reais para comprar um cachorro “de raça” em vez de adotar de algum abrigo.

Se eu posso comprar um “iDog” porque eu vou adotar um da versão baixa renda, não é? Vira-lata não vai ficar bem no meu “inxta”. Eu discordo…

Isso é um grande problema, ainda mais sabendo os maltratos que os animais “de raça” sofrem para gerar ninhadas diversas vezes por ano. Mesmo assim existem casos muito piores…

Acredite se quiser, nesta ONG que citei já houve devolução de um gato adotado com o seguinte motivo:

“Ele faz cocô.”

Sim, ele vai fazer cocô. Vai dar despesa no veterinário. Dependendo da idade, vai destruir coisas dentro da sua casa. Vai soltar pêlos. E muito mais.

Animais de estimação não são produtos. São seres vivos.

Se você quer um produto de marca, um boneco para brincar ou só alguma coisa para postar em suas redes sociais, não adote ou compre um animal de estimação. Porque ele não serve para isso.

Agora, se você gosta de animais mas não quer assumir a responsabilidade de adotar um por falta de tempo, condições financeiras, etc, algo que é completamente compreensível, então procure uma forma de ajudar essas ONGs. Porque só quem vê de perto o trabalho que elas fazem sabe o quanto é difícil manter um projeto como este.

Até a próxima!

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Machine Learning está arruinando as timelines

Machine Learning é incrível.

Hoje em dia temos máquinas aprendendo o tempo todo e os dados se tornaram o novo petróleo. Quem tem quantidades gigantescas de dados de usuários tem grande valor de mercado. Isso acontece porque quanto maior a quantidade de dados mais as máquinas podem aprender sobre qualquer coisa. O que você gosta, o que você quer comprar, quais são as suas inclinações políticas e sociais, por onde você costuma andar, etc.

As possibilidades que podem ser criadas a partir da análise dos dados de uso de um aplicativo são incríveis. A ideia geral é que isso ajude na personalização de qualquer serviço que você usa.

Dois bons exemplos do uso de Machine Learning em redes sociais para mim são a página inicial do YouTube e a parte de Explore do Instagram. Ambos se ajustam muito bem ao tipo de conteúdo que eu me interesso nesses serviços.

Algo que poderia incomodar algumas pessoas sobre o uso de Machine Learning atualmente é a questão da privacidade, que é um assunto muito discutido nesse conceito de uso dos dados alheios.

Mas o que me chamou atenção e me incomodou mais ultimamente sobre o assunto é uma coisa que pode parecer muito mais boba e simples. As timelines das redes sociais.

A timeline tem esse nome porque deveria ser uma linha do tempo. É comum gostarmos de saber o que está acontecendo de mais atual com nossos contatos sociais e também aqueles influenciadores que seguimos.

Entretanto, com o uso do machine learning na maioria das timelines de todas as redes sociais, não temos mais uma linha do tempo. Temos uma lista de conteúdos que a máquina resolveu que é o mais interessante para o seu perfil. Perfil esse criado através da análise dos seus dados de uso da rede.

Eu tenho usado pouco as redes sociais ultimamente, meu acesso não passa de um por dia durante os dias úteis para algumas redes e um por semana para outros, e essa descrição que vou dar sobre a experiência que tenho pode não condizer com a experiência de alguém que usa muito as redes, portanto se esse for o seu caso enquanto lê, por favor, deixe um comentário me falando como funciona para você.

Toda vez que acesso uma rede acontece a mesma coisa: recebo conteúdos que foram postados há um bom tempo atrás misturados com conteúdos recentes. Cheguei a receber alguns com mais de um mês de idade na minha timeline.

Como eu disse antes, pode parecer bobo, mas eu não tenho interesse em receber coisas tão antigas para os padrões da internet. Isso é um pequeno problema que venho enfrentando, mas existe um pior. Pessoas que simplesmente não dão as caras mais no meu feed.

Você pode pensar “Ah, mas elas nem devem postar mais”. Foi exatamente o que pensei sobre essas pessoas até acessar seus perfis nas redes. Lá estavam conteúdos que eu gostaria de ter visto, provavelmente teria interagido, mas que nunca tive a chance.

A máquina decidiu que eu não deveria me interessar por um conteúdo de uma pessoa talvez porque ela poste de forma mais esporádica. Mas a máquina errou.

Eu não quero que a máquina escolha quem deve aparecer ou não no feed do meu aplicativo. Eu quero ter a opção simples de acessar as configurações da minha rede e escolher que a máquina não monte o minha timeline e deixe de escolher qual conteúdo eu devo ou não devo interagir.

Uma opção simples de configuração, mas que pode afetar todo um modelo de negócio de uma empresa que se baseia em análise de dados de uso para vender certo serviço de publicidade.

Como isso afeta o modelo de negócios das redes sociais? Vamos ver um exemplo.

Uma amiga minha vende produtos pela internet e o Instagram costumava ser sua maior fonte de clientes. Bem, ela teve uma queda gigantesca nas vendas assim que a nova timeline com Machine Learning entrou no ar neste aplicativo. Graças à isso agora precisa comprar posts patrocinados da rede social se quiser continuar conseguindo leads pelo app de fotos.

Você pode me perguntar se eu acho errado que se venda um serviço baseado no acesso dos meus dados. Bem, eu aceitei aquele termo de uso e sei que nada vem de graça nesse mundo. O Facebook não gasta milhões de dólares em servidores e funcionários para que você possa curtir aquela foto da sua tia. Ele investe para obter lucro.

É por isso que resolvi fazer uma mudança na forma como consumo conteúdo e voltar para algo que se usava muito na internet do passado. Escolher blogs e sites e seguir suas postagens através de um agregador de conteúdo, o Feedly. Ele também deve aproveitar meus dados para alguma coisa, mas pelo menos eu escolho de onde meus conteúdos vem, não é mesmo.

As redes sociais não são a internet. A internet é descentralizada por natureza. É por isso que apesar de publicar com certa frequência na minha conta do Medium eu também costumo postar sempre aqui no meu próprio blog. Fica aqui o link para um texto do Luciano Ramalho sobre o porque ter seu próprio site na internet.

Aguardo sua opinião nos comentários.

Até a próxima!