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Final de tarde de domingo

O ser humano sofre por antecedência. Antes mesmo de algo acontecer, ele começa a reagir àquilo. As vezes com tristeza, raiva, ou qualquer outro sentimento autodestrutivo.

“Estão começando um corte de gastos, vão demitir um monte de gente!”. Sem saber se será demitida ou não, a pessoa começa a ficar depressiva, triste e sofre demais. Tem gente que até pede demissão! Mas está sofrendo por algo que nem ao menos sabe se ocorrerá!

Será que faz sentido reagir desta forma? Atacar seu corpo com energias negativas sem um motivo real. Não é melhor aproveitar o momento e deixar para se preocupar com as coisas quando (e se) realmente acontecerem?

Veja bem, não estou afirmando que devemos viver sem pensar no futuro, mas sim que não deixemos que o futuro (ou algo que talvez venha a ser o futuro) obscureça nossa visão do presente. Afinal, o presente é a única coisa que podemos viver de verdade, pois o passado já se foi e o futuro “a Deus pertence”.

Isso me lembra um final de tarde de domingo, pois desde pequeno sempre foi a hora da semana que menos gostava. Por quê? Simplesmente porque eu sabia que quando eu chegasse a ela, significaria que o final de semana estava no fim. E ao invés de aproveitar o resto do tempo livre com a cabeça limpa, acabava ficando chateado.

Hoje, final de tarde de domingo, ainda sinto essa sensação, mas agora sei que preciso melhorar esse sentimento e buscar viver o momento com tudo que ele pode me proporcionar.

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Ensinar Arte Marcial

Sendo jogado em 2005

Desde o início de minha adolescência morei em Florianópolis. Lá conheci o Pa-kua e me apaixonei por arte marcial, algo que antes somente admirava em filmes e documentários.

Pouco mais de um ano praticando arduamente (leia 4 a 5 horas de treino por dia) tive a oportunidade de começar a ensinar. Não tinha maturidade suficiente para saber, ou até mesmo questionar, se podia ou não ensinar arte marcial. Era algo que almejava desde que entrei na escola de Pa-kua. Vendo hoje em dia, talvez em termos técnicos, eu não estava pronto para aquilo.

Depois de um tempo ensinando, larguei a informática, algo que trabalhava meio que por falta de opção, e passei a dedicar 100% do meu tempo à ensinar Pa-kua. Descobri que viver de arte marcial é um tarefa muito mais árdua do que treinar cinco horas por dia. Ganhar dinheiro com isso é muito complicado.

Vim para São Paulo cerca de um ano atrás, como havia uma escola de Pa-kua aqui e 11 milhões de possíveis alunos, as coisas seriam “mais fáceis”. Poderia receber mais para ensinar. E ralmente recebi. Mesmo assim, não era o suficiente para me manter e pagar minhas contas.

Praticando Jian em 2006

Acabei voltando para a informática aqui mesmo em São Paulo. Minhas contas estão pagas e posso viver tranquilamente. Porém a paixão pela arte marcial é muito forte.

Pratiquei Boxe por um mês, visando melhorar a forma física, que está péssima desde que parei de treinar quatro horas por dia. Acabei desistindo do Boxe, pois gosto mesmo das artes orientais. Fiz aulas experimentais de Wing Chun, Jow Ga, Tai Chi Pai Lin, Haidong Gumdo e Hapkido. Hoje estou praticando Hapkido e iniciando no Kung Fu Garra de Águia.

Mas tudo isso somente serve para expandir minha mente e aumentar meu conhecimento do corpo e de técnicas de combate e defesa pessoal. Estou voltando para Florianópolis no início do ano que vem e pretendo continuar a trabalhar com a informática, estou até fazendo um curso de Java para arranjar um bom emprego por lá, mas quero muito voltar a ensinar Pa-kua, porém sem ter que sobreviver disso. Dessa vez, com o conhecimento extra que estou ganhando com as experiências em São Paulo e com mais de seis anos de prática ininterrupta de arte marcial, me sinto pronto de verdade para ensinar arte marcial.