em Crônicas, Quadrinhos

Existe, para mim, uma grande diferença entre quadrinho impresso e quadrinho digital. E não é apenas o lugar onde a pessoa vai ler a história.

São duas formas bem diferentes de consumo de histórias em quadrinhos.

Nesta semana eu publiquei um vídeo no meu canal do Youtube onde falo um pouco sobre a esta diferença de experiência de leitura entre quadrinhos impressos e quadrinhos digitais.

O vídeo foca especificamente em pensarmos na experiência que nossos leitores terão antes de começar a produzir a história.

Esse tema me fez pensar bastante.

Por que será que vivemos pensando em publicar os quadrinhos de forma impressa? Por que será que muitos de nós tendemos a dar mais valor ao quadrinho impresso do que ao quadrinho digital?

Nós vemos o quadrinho digital como uma forma de divulgar nosso trabalho para criar uma base de leitores e então conseguir publicar impresso de alguma forma no futuro.

Atualmente tenho mudado muito minha visão nesse sentido.

Eu vejo o quadrinho digital como uma nova maneira de curtir boas histórias. É uma mídia diferente, com um público mais amplo e também mais imediatista.

Um público que quer ver coisa nova o tempo todo, afinal qualquer conteúdo de internet precisa ter constância para ganhar relevância.

Tenho pensado sobre isso ultimamente e a Fliptru é a grande responsável por essa reflexão.

Muita gente pergunta se a Fliptru, que é uma plataforma de auto-publicação de quadrinhos digitais, vai se tornar uma editora de quadrinhos impressos… a resposta é não, não tenho essa intenção.

Na verdade eu quero que ela abra caminho para uma nova forma de consumir quadrinhos, consequentemente uma nova forma de vender/comprar quadrinhos.

Como eu falei no vídeo, se eu começasse a criar uma HQ do zero hoje em dia, certamente faria no formato vertical (pergaminho, webtoon) e focaria em entregar capítulos semanais para meu público.

A ideia seria vender estes capítulos semanais em um lugar como a Fliptru. Esse tipo de monetização é uma das coisas que quero permitir que autores façam na plataforma no futuro.

Ainda é um pensamento em início, mas vale levantar o assunto para entender a opinião das pessoas que estão lendo este texto.

Por favor, comente a sua opinião sobre esse tema.

Você acha que o quadrinho impresso tem mais “valor” do que o digital? Você acha que o quadrinho digital é apenas um meio de adquirir público? Ou você acredita que dá pra vender quadrinhos digitais consistentemente?

Temos que conversar sobre isso.

O mercado está mudando, os quadrinhos digitais já tem um apelo maior para a nova geração de leitores que está vindo por aí.

Porque não criar uma cultura de consumo de quadrinhos digitais aqui no Brasil, assim como acontece nos mercados de fora do país?

Sites como Webtoon e Tapas já estão vendendo quadrinhos digitais através de suas plataformas há anos!

Já existem autores e autoras gringos que ganham a vida ou vendendo seus quadrinhos por estes aplicativos ou sendo contratados para criarem quadrinhos exclusivos para estas plataformas.

Todos em um formato exclusivo para a ser lido pelo celular, o chamado formato webtoon.

Então porque nós por aqui ainda estamos tão atrasados em relação à isso?

Isso me faz pensar sobre formas de permitir que isso aconteça, principalmente como criador de uma plataforma de quadrinhos digitais nacionais.

Será que ter ferramentas para vender quadrinhos neste formato pela plataforma é um meio de fomentar esta mudança no mercado nacional?

Só testando para saber.

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Comentário

  1. Alô guerreiro ! É ótimo o tema aqui escolhido , estou abandonando os quadrinhos , impressos; e embarcando na produção de meus fanzines , em formato digital ! Alguns fatores me levaram á tomar esta atitude, cito como exemplo , o fato de poder
    explorar , de forma mais ampla o meu trabalho, não precisando limitar á apenas desenhar em preto e branco !
    A era do impresso (acredito eu) está no final ,assim como , foi o VHS , o Vinil, com eles suas características porém não seus consumidores.
    Exemplo: se eu sou fã do Roupa Nova … e colecionador , não irei deixar de adquirir um trabalho novo deles ,se quiserem gravar apenas , via-plataforma digital , não é mesmo?
    Antes de decidir ingressar neste formato ( digital) coloquei alguns “pesos” na balança :
    Impressos :
    Custo ?
    Valor de venda ?
    Distribuição ?
    Quantidade / meta ?
    Por último … Qualidade ?
    Bem vamos lá… No digital ( formato) podemos romper a “Barreira do anonimato” todos , grandes ou pequenos estamos agora, no mesmo nível para publicar suas obras !
    Espero ter contribuído com sua página , com minha humilde opinião. E espero poder conversamos, novamente com você ! Um forte abraço !
    Atenciosamente : Márcio Medeiros .
    Convite para facebook : Márcio Medeiros quadrinhos.

    • Muito bom seu comentário! Obrigado por participar. É exatamente essa discussão que quero abrir com o post. Eu não acho que o impresso vai acabar, mas sim que eles está virando artigo de luxo e com isso ficando mais elitizado. Quando algo é elitizado diminui-se o acesso à novas pessoas… o público vira um nicho tão pequeno que não se populariza. Eu acredito que o digital é o caminho para essa popularização e por isso também aposto nele =)

  2. Ola Marcus…estava pesquisando sobre locais para postagem de HQs e depois de quase desistir acabou aparecendo seu blog…Achei muito bacana seus comentários e sou daqueles da década de 80 em diante aficionado por quadrinhos como o Chiclete com Banana, Heavy Metal entre outros onde acabei tomando contato com obras de grandes artistas como Horácio Altuna, Moebius, Serpieri.
    Vejo hoje que e muito fácil de descer estes quadrinhos mas não tem o mesmo gosto de ir a banca e saborear página a página cada folha…Hoje são outras épocas e outras mídias e eu sou parte desta transição…Sou arquiteto de formação fiz parte da transição dá prancheta para os instrumentos de Cad e como visto não tem mais volta.
    Vejo o mesmo com as HQs minha dúvida é como funciona o ganha pão de artistas nesta nova mídia??

    • Ah, bons tempos de Heavy Metal! A experiência do digital realmente é bem diferente de ler um impresso, disso eu não tenho dúvida. Eu acredito que seja difícil mesmo na mídia tradicional o ganha-pão do artista nacional, mas vejo no digital uma oportunidade de “escalar” e atingir muito mais gente com um baixo custo. Então, se fomentarmos o consumo do quadrinho digital pago em plataformas como a Fliptru, temos uma chance de ganhar em quantidade. Esse tem sido o trabalho da minha vida, mas é claro que não é fácil criar um novo mercado do zero por aqui… obrigado pelo comentário!

  3. Cordial boa tarde a todos eu só dos tempos da Bloch editores adoro gibis em especial lógico impresso desculpa aí a galera mas nova mas o impresso sempre será o papal de fundo quando eu comprava os gibis da Abril cultural tinha aquele cheiro de tinta eu gostava muito os gibis da Marvel Disney Tex Zagor eu gosto de ler quase todos mas não só contra a galera do digital não só que eu particularmente gosto do impresso ok um forte abraço