em Crônicas

Uma viagem para visitar a família e os velhos amigos na cidade onde você cresceu é sempre acompanhada de um sentimento ingrato de nostalgia.

A diversão de contar as velhas histórias e as risadas que seguem cada uma delas. Algumas horas com amigos de anos deveria ser recomendação médica para longevidade.

Já a família… Ah! A família! Todo aquele amor que sempre acaba em discussão. Não importa sobre o que, pode ser sobre onde cada um vai dormir no amontoado de gente que se juntou para aquela festa ou quem vai pagar quanto naquela pizza que pediram para a janta. Dinheiro, débito ou crédito?

Um amor incondicional que nenhuma briga pode extinguir, mas que não impede que elas aconteçam por qualquer bobagem. Por isso, o modelo ideal para uma boa convivência é manter a saudade constante morando longe, para que os encontros rápidos sejam sempre mais amorosos do que raivosos.

E a sua velha cidade? Não continua linda e simples como nunca? Exatamente, ela nunca foi tão atrativa quanto nesta visita. Ela quebra sua rotina e o lembra que você já foi uma criança sem responsabilidades e livre de qualquer pressão. E por isso lhe parece tão atrativa agora.

Mas não se engane, ela está tentando lhe pregar uma peça. Assim que você voltar para ela, o feitiço se quebra e lhe parecerá tão monótona quanto sempre foi.

No final das contas, a volta para casa é esse momento introspectivo de pensar na vida. Por que escolheu as mudanças que fez? Por que mora onde mora e trabalha onde trabalha? Quando foi que perdi a inocência da criança que morava lá? Mas somente uma dúvida será respondida com clareza: será que um dia saberei?

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