Uma verdade que nem sempre aceitamos
Um tempo atrás eu tive um sonho que virou pesadelo quando, do nada, uma pessoa com quem eu interagia sofreu um acidente e morreu.
Acordei em choque. E passei boa parte daquele dia com essa sensação ruim.
Depois de um tempo mastigando o sonho/pesadelo eu entendi que o choque era causado pelo entendimento de algo que poucos queremos aceitar: a brevidade da vida.
Ontem a noite, ao chegar em casa, liguei a televisão e estava passando o documentário Senna, de Asif Kapadia. Assistindo, lembrei da primeira vez na vida que tive essa sensação. Eu tinha dez anos quando Senna sofreu seu acidente fatal e me lembro de ter ficado em choque.
Hoje acordei com a notícia da tragédia que aconteceu com o time da Chapecoense.
Um time do meu estado. Um time do meu esporte favorito. Um time que vi jogando o Campeonato Catarinense quando era novo e agora estava à caminho de sua primeira final internacional.
Novamente a brevidade da vida bate à minha porta. Fiquei mais uma vez em choque.
Não importa quantas vezes essa verdade for jogada na minha cara, vou continuar em choque.
Seja por atletas no auge de uma carreira ou por um conhecido da minha idade que acabou de ter um filho. Vou ficar em choque com a morte inesperada, sem aviso.
Não importa o quanto achamos que estamos no controle, o quanto necessitamos da sensação de que temos as rédeas da nossa vida. A qualquer momento ela pode se acabar. Sem aviso prévio.
Uma tragédia. Algo difícil de acreditar e de aceitar, mas algo possível de acontecer com qualquer um.