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Como criar HQs

3 tipos de roteiro para histórias em quadrinhos

Aqui vou falar sobre 3 tipos de roteiro para histórias em quadrinhos. Não que existam apenas três… na verdade existem muitas formas diferentes de escrever quadrinhos.

Tudo depende se você vai ser o desenhista da história ou se vai repassar para outra pessoa criar a arte das suas páginas.

Também tem que considerar se essa outra pessoa tem um bom conhecimento de narrativa visual ou se precisa de mais informações vindas do roteirista.

Preparei um vídeo explicando sobre três formas que eu conheço e que já utilizei para roteiro de quadrinhos, mas também aproveitei para mostrar como alguns mestres da arte de escrever quadrinhos usam cada uma dessas formas.

Assista e me deixa um comentário sobre o assunto.

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Quem sou eu para falar sobre 3 tipos de roteiro para histórias em quadrinhos?

Meu nome é Marcus Beck e meus objetivos são:

  • Entreter através das minhas histórias;
  • ajudar quadrinistas independentes a divulgar seus trabalhos através da plataforma Fliptru;
  • e trazer o máximo possível de informação sobre como criar uma história em quadrinhos para o maior número de pessoas possível.

Publiquei minhas webcomics (quadrinhos online publicados na internet) por mais de dez anos e aprendi muitas lições sobre o que deve ou não ser feito para que as HQs sejam as melhores possíveis.

Quando eu comecei a criar meus quadrinhos eu gostaria muito que tivesse conteúdo sobre o assunto para que eu não tivesse que aprender tudo sozinho.

Por isso que criei meu canal do Youtube e também o meu blog, para ajudar quem está passando pela mesma situação que eu estive quando comecei.

Também sempre senti a necessidade de criar uma comunidade e uma plataforma onde quadrinistas nacionais pudessem publicar suas obras e entrar em contato com seus leitores.

Por isso em 2019 eu usei meus conhecimentos como desenvolvedor de software para criar e lançar a plataforma Fliptru.

Faço o possível para responder todas as perguntas, por isso fique a vontade para comentar com todas as suas duvidas. =)

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Narrativa Visual

Roteiro desenhado de HQ curta – Parte final

Este vídeo encerra o processo de roteiro desenhado para uma história em quadrinhos curta.

Depois de estruturar a história usando os três atos, eu comecei a roteirizar já em forma de desenho com narrativa visual.

No primeiro vídeo eu mostrei a roteirização do primeiro ato e em uma live eu mostrei o segundo ato.

Neste vídeo eu mostro o final, como fiz para a história encaixar em apenas 10 páginas.

É sempre complicado ser objetivo o suficiente, muitas vezes não conseguimos fazer com que a história se encaixe de forma satisfatória na quantidade de páginas que nos propomos a fazer.

Falo sobre isso neste vídeo. Assista e comente!

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Quem sou eu pra falar de roteiro desenhado?

Meu nome é Marcus Beck e sou quadrinista e professor de quadrinhos. Meu objetivo é trazer o máximo possível de informação sobre como criar uma história em quadrinhos.

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Narrativa Visual

Roteiro desenhado – Ato 2 – Narrativa visual de HQ

Na publicação anterior eu apresentei a primeira parte da criação de um roteiro desenhado para uma HQ curta que estou produzindo. É onde começo a aplicar a Narrativa Visual de HQ na história.

Para deixar claro, um roteiro de quadrinhos pode ser feito de diversas maneiras. Descrevendo quadro a quadro, escrevendo um argumento, entre outras maneiras.

Como sou eu mesmo que desenho as histórias que crio, então eu prefiro criar o roteiro desenhando rascunhos. Neles eu já marco toda a narrativa visual que estou escolhendo.

Claro que o roteiro não é o primeiro passo, eu não começo direto fazendo isso.

Primeiro eu escrevo um argumento geral da história e só depois eu começo o roteiro desenhando.

Em outra postagem eu mostrei essa fase do meu processo criativo, o que eu chamo de “resumo geral”.

Então vamos à continuação. A criação do roteiro desenhado do segundo ato de uma história em quadrinhos curta.

Eu gravei esse processo ao vivo no meu canal do Youtube e explico tudo que estou pensando durante as escolhas narrativas que faço.

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Narrativa Visual

Criando um roteiro desenhado – Ato 1

Um tempo atrás eu fiz um vídeo mostrando como estruturava uma história curta usando os três atos. Nele eu sugeri que poderia fazer um dando continuidade no processo, que é a criação do roteiro desenhado da HQ.

Como muitas pessoas gostaram da ideia e até me cobraram para eu fazer logo esse vídeo falando do roteiro desenhado e dos layouts das páginas, então resolvi fazer.

Neste vídeo eu mostro o processo de escolhas narrativas durante a produção de um roteiro desenhado para uma história curta que estou criando.

Se ainda não assistiu, então veja o vídeo da estrutura da história abaixo.

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Quadrinhos Storytelling

O que é Worldbuilding? Construindo um mundo do zero

Eu andei comentando sobre worldbuilding no meu último diário de criação de história em quadrinhos. Resolvi falar um pouco mais sobre o que é worldbuilding por aqui.

Vou começar esse assunto com a definição de worldbuilding segundo a Wikipedia em inglês (com minha tradução livre).

Worldbuilding é o processo de construção de um mundo imaginário, as vezes associado a todo um universo fictício.

Desenvolver um cenário imaginário com qualidades coerentes como história, geografia e ecologia é uma tarefa principal para muitos escritores de fantasia e ficção científica.

Worldbuilding costuma envolver a criação de mapas, história e população para o mundo construído.

A própria expressão em inglês worlbuilding já é bem autoexplicativa. World significa mundo e building construção. Ou seja, construção de mundo.

Como a própria Wikipédia sugere na citação que traduzi acima, o worldbuilding é muito comum para autores de ficção científica e fantasia, pois normalmente essas histórias não acontecem no mesmo mundo em que vivemos nosso dia-a-dia.

Eu citei essa questão no meu diário de criação de HQ.

Sempre escrevi e desenhei histórias que aconteciam no nosso mundo atual. Com exceção de um projeto chamado Zanecia em que eu criei todo um mundo de fantasia, com reinos, mitologia, história, população, etc. Um dia eu conto mais sobre esse meu projeto de 15 anos atrás que teve apenas uma HQ piloto.

Por isso tenho pouco experiência com worldbuilding e criar Magnos (meu atual projeto de história em quadrinhos) está me fazendo estudar muito sobre esse assunto.

Criando mundos

Existem diversas formas de criar um mundo novo para sua história. Pode ser um mundo completamente fictício com raças inventadas, com um sistema de magia próprio e etc, vide Senhor dos Anéis.

Como também pode ser um mundo futurista que também tem essas características, mas que tem como base a nossa própria história do passado, por exemplo Star Trek.

Eu admiro muito a construção do mundo de Fullmetal Alchemist, por exemplo. Esse estilo steampunk e com um sistema de magia único (uma alquimia meio mágica) são muito bem desenvolvidos. Mas o que mais me atrai é a abordagem do sistema político e social do país criado para o mangá.

Outro worlbuilding que eu gosto demais e que é extremamente detalhado e com um passado muito bem escrito é o de Game Of Thrones. Esse usa muito da própria história da Grã-Bretanha como referência, ou seja, eventos reais são inspirações para o autor criar os eventos fictícios do passado desse mundo construído.

Eu tenho tentado trabalhar de forma parecida na minha história em quadrinhos também. Usando um pouco de referência histórica do nosso país para tentar criar os eventos fictícios do mundo que estou construindo. Mas não é fácil.

Um dos mundos que mais admiro é da série de animação Avatar: The Last Airbender. É muito bom! Dá uma olhada no mapa detalhado do mundo de Avatar aí abaixo.

Métodos para criação do mundo

Ainda seguindo o artigo da Wikipédia, vamos ver dois métodos para criação de mundos que são descritos por lá.

Eles não são métodos únicos ou obrigatórios, mas podem dar uma ajuda para quem está começando.

Método “de cima para baixo” (top-down)

Neste método o autor começa criando uma visão abrangente do mundo, determinando características gerais como os habitantes, o nível de tecnologia, as características geográficas, o clima e a história.

A partir daí, é desenvolvido o resto do mundo aumentando o nível de detalhamento.

Um mundo construído a partir desse método costuma ser bem integrado. Mas pode exigir muito trabalho antes de você conseguir começar a sua história.

Método “de baixo para cima” (bottom-up)

Neste método o criador foca em uma pequena parte do mundo que será necessária para atingir seus objetivos. Uma quantidade considerável de detalhes é desenvolvida para essa pequena parte, como geografia local, cultura, estrutura social, governo, política, comércio e história.

Indivíduos importantes para esse local podem ser descritos, incluindo o relacionamento entre eles.

As áreas em volta são descritas com um nível menor de detalhe e podem ser melhores desenvolvidas a medida que a história vá avançando e possa envolver algum desses locais.

Esse método traz uma facilidade, porque o cenário pode ser usado quase que imediatamente para a história, não cabe tanto esforço para sua criação. Entretanto, pode acabar trazendo um mundo cheio de inconsistências.

Abaixo o mapa do território de Amestris, da série Fullmetal Alchemist, e que pode ser um bom exemplo de worlbuilding com o método bottom-up.

Combinando os dois

Combinando os dois métodos descritos o autor pode se beneficiar muito, ganhando a consistência do top-down com os detalhes do bottom-up.

Mas além de difícil de se fazer ainda pode trazer o dobro de trabalho para o mesmo.

Elementos a serem trabalhados no worldbuilding

Os melhores mundos fictícios possuem os seguintes elementos muito bem desenvolvidos.

Não são os únicos a serem detalhados, mas podem ser um início para quem quer começar a trabalhar no seu mundo inventado (como eu, por exemplo).

Trabalhar os detalhes em cada um deles já pode dar um direcionamento para o seu worldbuilding.

Geografia e história

Algo que me agrada muito na criação de mundos é a geografia do lugar.

Gosto de mapas e de imaginar como as divisões aconteceram. Isso envolve os dois items: geografia e história.

Na criação do mundo de Zanecia, que citei antes, a própria geografia se misturava com a mitologia do lugar. Um grande vale, que mais parecia um corte na terra visto no mapa, era creditado a uma batalha entre os seres mitológicos da cultura local.

As grandes cordilheiras que separavam o ocidente do oriente nesta mesma história também tinham uma ligação com a mesma batalha mitológica.

Desenhar mapas e localizar o que acontece em cada lugar é algo que faz parte do conceito de worldbuilding, principalmente em histórias de fantasia.

A história também é muito importante.

Como chegou até onde está, social e politicamente, o mundo que você criou?

Como o rei que domina a região, por exemplo, chegou até o poder? Ele vem de uma família de conquistadores ou de comerciantes que compraram o território de um outro reino que estava falido?

São muitas as possibilidades, mas criar uma história para seu mundo traz mais curiosidade para o leitor saber detalhes sobre esse lugar inventado.

Pessoalmente, a história é algo que me atrai muito nos mundos construídos pelos meus autores favoritos.

População e cultura

Alguém precisa habitar o seu mundo construído, não é mesmo? Então criar os habitantes ou a população é uma parte importante.

Você pode criar raças diferentes, com origens diferentes, culturas, etc. Mas o importante é que tenha uma coesão entre os viventes do seu mundo.

Por exemplo, se um povo viveu isolado durante muito tempo e depois foi dominado ou misturado com um outro povo, faz sentido que ambos tenham culturas divergentes e que um absorva um pouco da cultura do outro. Como acontece no mundo real.

Conflitos entre diferentes culturas também são importantes para dar credibilidade. Infelizmente é assim que nosso mundo funciona e esses conflitos vão ajudar o leitor a relacionar seu mundo inventado com algo que ele possa acreditar que existiria.

Como já citei anteriormente, podemos nos basear em eventos reais para chegar nesses conflitos ou nas organizações política-social desses povos.

Como por exemplo em Game of Thrones, onde os selvagens de depois-da-muralha são baseados em povos que existiram na Grã-Bretanha.

Os selvagens têm estruturas sociais semelhantes aos britânicos pré-romanos ou escoceses: as sociedades principais organizadas em tribos e clãs que não eram politicamente unificadas.

Fonte: History Behing Game Of Thrones

Dentro do quesito cultura também podemos inserir o contexto espiritual. Uma religião ou um conjunto de crenças dominantes em um povo específico.

Para ser ainda mais realista seria interessante que dentro da mesma religião houvesse mais de uma linha, como na vida real o cristianismo não segue somente através do catolicismo, mas também nas religiões protestantes.

O importante é que as pessoas que vivem no seu mundo sejam críveis, ou seja, que o seu leitor possa acreditar que aquele povo realmente pudesse existir de alguma forma.

População de vila da minha história Magnos.

Concluindo…

Esses são alguns dos pontos importantes sobre criação de mundos ou worldbuilding.

Espero ter conseguido explicar este conceito importante tanto nos quadrinhos como em qualquer outra mídia usada para contar histórias de fantasia ou ficção científica.

Se você gostou do assunto e quer que nos aprofundemos mais nesse assunto no futuro, deixei um comentário me avisando.

Se quiser dar uma olhada em como estou criando minha HQ chamada Magnos, leia os diários de criação de HQ: Diário 001, diário 002 e diário 003.

Até a próxima!

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Magnos Quadrinhos

Diário de criação de uma HQ #002

Este diário de criação de uma HQ tem como objetivo mostrar na prática os métodos e teorias do ebook gratuito Como criar uma história em quadrinhos. Isso será feito acompanhando o processo de criação da HQ a qual estou trabalhando no momento: Magnos.

Essa é a segunda entrada no meu “diário” de criação de uma HQ. Eu chamo de “diário” (entre aspas) porque não estou escrevendo todos os dias e as primeiras entradas estão voltando um pouco no tempo, como a primeira entrada do diário que fala sobre o argumento da história e o desenvolvimento dos personagens.

Hoje vou falar sobre como comecei a escrever o roteiro do primeiro volume da história e todo o processo de criação do capítulo piloto.

O roteiro tipo Resumo Geral

Originalmente eu pensei nessa história como três grandes volumes formados por vários capítulos cada um.

Mas como não achei produtivo começar escrevendo capítulo por capítulo separadamente, resolvi escrever tudo que vai acontecer no primeiro volume inteiro diretamente.

Eu usei o modelo de roteiro que chamo no ebook de Resumo Geral.

Eu escolhi essa abordagem porque estava com toda a história borbulhando na minha cabeça e precisava colocar isso em algum lugar. Então saí escrevendo.

Com isso eu tenho um textão com os acontecimentos e diálogos que eu imaginei em um primeiro momento até o final do primeiro volume.

Fiz isso porque eu tinha uma ideia bem clara de onde eu queria chegar no final do primeiro volume, no contexto da história inteira. Eu sabia qual era o ponto que marcaria o encerramento desse volume.

No caso dos outros volumes eu tenho uma ideia geral do que vai acontecer, mas não tenho a história detalhada ainda.

Como tem muito trabalho pela frente nos capítulos que formam o primeiro volume, não vale a pena para mim escrever tudo que vai acontecer nos outros. Até porque o processo de desenvolvimento do primeiro volume pode acabar fazendo com que eu tenha novas ideias para os outros volumes.

Como falo no ebook, o roteiro do tipo Resumo Geral combina bem com o tipo Layouts.

Então o próximo passo é dividir esse textão em vários páginas e alguns capítulos. E escolhi fazer os layouts das páginas nesse processo, como explico na parte de roteiro Layouts no ebook.

Mas antes…

Antes de começar eu ainda tinha muitas dúvidas sobre os personagens, os locais que eu estava criando (world building) e várias outras coisas da história.

Então eu fiquei pensando por um tempo como começar esse processo. Queria me sentir mais confortável em relação à história e aos personagens.

Além disso, eu já tinha decidido que produziria a HQ de forma digital, ou seja, desenharia direto no computador através do tablet.

Só que eu nunca desenhei uma HQ dessa maneira e só no final do ano passado comecei a desenhar de forma digital. E uma nova ferramenta exige tempo para adaptação.

Fiquei pensando durante um tempão sobre isso. Essas dúvidas acabavam me deixando na procrastinação e isso estava atrasando o início da produção.

Foi então que veio a ideia de fazer histórias curtas com a protagonista para ir construindo sua personalidade e já aproveitar para montar o mundo à sua volta também.

Comecei a pensar em uma história curta para a Catarina. Sentei e escrevi a história que se tornou o prólogo em uns 10 minutos, da mesma maneira que havia escrito o roteiro do volume um. Usando o Resumo Geral.

É claro que faz todo o sentido que essa história curta seja produzida exatamente como os capítulos dos volumes serão, por isso segui o mesmo processo.

O argumento/a ideia

Nesse caso nem cheguei a escrever a ideia, só tinha o resumo da história curta na minha cabeça. A ideia básica era a Catarina sendo presa por invadir uma biblioteca e encontrar alguém que entendesse os motivos dela e a ajudasse a fugir.

Os personagens

A protagonista eu já tinha definido que seria a Catarina, então ela já estava pronta.

Mas o velho Magno que está preso com ela eu desenvolvi enquanto escrevia o roteiro. Acabou que o Silvano Montenagua, nome que dei a ele, acabou se saindo melhor do que eu esperava na história.

Primeiro desenho do personagem Silvano

O roteiro

Escrevi o Resumo Geral em uma tacada só. Sentei e escrevi a história, os eventos e os diálogos de uma vez só.

O que iria em cada página foi definido no momento do Layout. Fase que fiz com mais calma, definindo a narrativa visual que ia usar em cada quadro e página, além de fazer algumas alterações na história também.

Layouts das páginas do prólogo de Magnos

Desenho das páginas

Com tudo pronto e já definido, parti para o desenho das páginas usando o tablet Wacom Intuos e o software Clip Studio Paint.

O Clip Studio facilita bastante esse processo. Desenhar páginas assim é mais rápido do que meu antigo processo de desenhar à mão e depois digitalizar para tratar no computador e inserir retículas e textos.

O tempo que eu levava para desenhar a página no papel, sem contar a parte de digitalizar e tratar, é o tempo que eu levo para fazer uma página completa hoje.

Foto da tela enquanto desenhava a primeira página do prólogo de Magnos no Clip Studio Paint

Distribuição

Assim que terminei de desenhar todas as páginas eu já havia definido que essa história curta seria o prólogo do primeiro volume.

Desenhei a capa do prólogo e criei o PDF com todas as páginas para disponibilizar para quem quisesse ler através do meu bot do Messenger na minha fanpage do Facebook.

Fiquei feliz com o resultado. Centenas de pessoas já leram e recebi vários feedbacks, o que é muito importante para manter a empolgação para o projeto!

Uma curiosidade

O nome da história, Magnos, não era o nome oficial do projeto quando eu tive as primeiras ideias no ano passado. O primeiro nome era Colosso.

Colosso é o nome que eu queria dar ao continente onde a história acontece.

Talvez esse ainda seja o nome do território, mas não achei que faria sentido dar esse nome para a história toda, sendo que a queda do império dos Magnos é o foco principal.

Somente no momento em que eu desenhei a capa é que eu tomei a decisão final de usar o nome Magnos.

No próximo diário de criação de uma HQ

Depois de voltar no tempo nos dois primeiros diários, estamos quase chegando nos dias atuais, onde acabei de fazer os layouts das páginas do primeiro capítulo do primeiro volume e estou produzindo as páginas.

Se você está gostando desse diário me avise nos comentários. Também me fale o que achou do prólogo de Magnos que já está disponível para download gratuito.

Até a próxima!

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Magnos Quadrinhos

Diário de criação de uma história em quadrinhos #001

Esta é a primeira entrada no meu diário de criação de uma história em quadrinhos.

Poucos dias atrás eu disponibilizei para download o prólogo da minha nova HQ chamada Magnos. A recepção foi muito boa. Fiquei feliz com o feedback dos leitores!

Agora quero aproveitar que estou trabalhando no primeiro capítulo para compartilhar com você o processo que eu uso para criar minhas histórias em quadrinhos.

Vou começar falando um pouco do passado porque precisamos começar contextualizando todo o processo que já aconteceu.

A ideia é que a medida que for passando pelas fases desse processo de criação de uma história em quadrinhos eu publique postagens para mostrar o que está acontecendo.

Então vamos voltar para o ano passado e começar pela ideia que deu início a toda essa história.

O argumento (a ideia)

O primeiro passo de todo o processo aconteceu ano passado, quando tive as primeiras ideias para o mundo onde a história acontece. Especificamente um continente desse mundo.

Passei um tempo pesquisando e escrevendo sobre a história desse lugar. Pensei em como os primeiros habitantes de fora chegaram e a relação deles com os nativos do continente.

Cheguei a passar uma madrugada escrevendo evento por evento desde a chegada desse povo até certo ponto na história. Cada um dos governantes e como eles foram conhecidos em seu tempo.

Não cheguei a escrever tudo até o ponto onde a história principal vai mesmo acontecer, mas deu uma boa base para o passado desse continente.

Depois comecei a trabalhar na história mais recente do continente. Com isso foram surgindo as primeiras ideias do que seria a linha de história principal da HQ.

A ideia de um império que caiu há poucos anos atrás e a religião que dominou o lugar a partir disso… Não vou falar muito mais para não estragar a surpresa de ler a história.

Usei muita coisa da história da humanidade e até do Brasil para compor esse enredo. Só que depois de um tempo ele vai tomando seus próprios rumos e as referências vão ficando cada vez mais distantes.

Foi a partir de aí que passei para a próxima fase da criação de uma história em quadrinhos. Comecei a desenvolver os personagens.

Desenvolvendo os personagens

A linha de história principal envolve três personagens. Sendo cada um deles de um local diferente desse continente. Cada um com seu próprio passado e história pessoal.

A forma como eles vão se relacionar ao longo da história é importante, mas nesta fase o foco é no desenvolvimento de cada um deles de forma separada.

Comecei escrevendo motivação, personalidade, desenvolvimento e background de cada um deles.

Segue um exemplo do que escrevi:

Catarina
Motivação:
– Provar que o pai estava certo (?)
– Conhecimento.

Personalidade:
– Curiosa. Investigativa. Aventureira. Motivada. Gosta de fazer as coisas por conta própria, a não ser que precise de alguém para descobrir uma coisa nova. Autossuficiente.

– Se acha mais esperta e melhor do que os demais. Adora a adrenalina de estar em perigo.

– Acima de tudo, ela está em uma jornada para aprender sobre coisas novas. Está sempre atras de aventuras que possam lhe ensinar alguma coisa nova.

– Quer entender mais sobre as raças do continente e saber mais sobre a verdade por trás das histórias que cresceu ouvindo. Sempre busca fugir da zona de conforto.

Desenvolvimento:
– O grande desenvolvimento dela será aprender a confiar nos companheiros e admitir que não está sempre certa. Além de compreender que nem tudo que você deseja, você consegue.

Background:
– Deixou sua família muito cedo para viajar pelo continente. Seu pai era um historiador e foi condenado por questionar gente poderosa sobre como a história fora escrita. Ele foi levado quando ela tinha apenas 10 anos de idade. Sua mãe tinha mais dois filhos e ela era a filha do meio. Seu irmão mais velho trabalha para o governo que condenou seu pai e seu irmão mais novo segue o mesmo caminho para o futuro. Sentindo-se indignada pelo que ela considera frieza de sua família ela resolveu deixar sua casa e achar um jeito de mostrar para as pessoas que nem tudo que elas ouvem é verdade.

– Sua origem é da região sul, nascida nos arredores de Portofrio.

– Ganha a vida achando pequenos tesouros que encontra em suas pesquisas históricas. Normalmente através de algum mapa que encontra em bibliotecas que invade para pesquisar.

Isso não reflete a personagem como ela é hoje na história, mas sim um rascunho inicial do que eu imaginava que ela seria em agosto do ano passado.

Pensar em todos esses pontos é importante para começar, mas ainda é insuficiente para o quanto você precisa conhecer do seu personagem quando começar a escrever a história para valer.

Em seguida eu escrevi o que chamei de “ideia de plot” que na verdade seria como esses personagens estariam relacionados de alguma forma. Mas isso já foi o começo da próxima fase de criação de uma história em quadrinhos, a parte de roteiro da história em si.

Antes de continuar me empolgando com o plot da história, voltei para o desenvolvimento dos personagens.

Passei para o visual, o desenho dos personagens.

Desenho dos personagens

A aparência dos personagens é algo muito importante na criação de uma história em quadrinhos. Por isso merece uma atenção especial.

Busquei utilizar algumas referências sobre formas geométricas que podem ser usadas no visual de personagens para representar características de personalidade diferentes.

O quadrado, por exemplo, passa uma sensação de seriedade, rigidez, força, etc. O triângulo e o círculo refletem outras características e assim por diante.

Esses são os primeiros rascunhos do visual dos três personagens principais da história.

Claro que eles mudaram bastante desde setembro do ano passado. Mas temos que começar por alguma coisa.

Com o tempo você vai pensando em como o visual reflete de verdade esse personagem que você está “conhecendo” agora.

Aqui segue uma segunda versão, já melhor trabalhada, de cada um deles.

Eu acredito que devemos “pegar o jeito” dos personagens antes de começar a desenhar a história para valer.

Eu tive a sorte de ter criado os personagens pouco antes de um Inktober. Pra quem ainda não sabe o que é o Inktober tem um post explicando tudo aqui. Resumindo, é um desafio de desenho. Você deve fazer um desenho por dia durante todo o mês de outubro, ou seja, 31 desenhos em 31 dias.

Aproveitei o desafio para desenhar bastante cada um deles.

Você pode ver como esses desenhos ficaram neste post aqui. Mas aproveito para mostrar um dos meus preferidos aqui.

O diário de criação de uma história em quadrinhos continua…

Bem, esse post já ficou bem maior do que eu esperava.

Vou continuar escrevendo esse diário de criação de uma história em quadrinhos em breve. Ainda vou falar mais sobre personagens, o roteiro do primeiro volume da história e também sobre o roteiro da história piloto.

Se você curtiu essa ideia de acompanhar a criação de uma história em quadrinhos, me avise nos comentários.

Até a próxima!

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Quadrinhos

Criando roteiro de história em quadrinhos

Ontem foi o dia de sentar e repensar o roteiro do final da minha história em quadrinhos atualmente em produção.

Aproveitando o embalo do vídeo Criando uma História em Quadrinhos – Parte 3: O roteiro eu vou aproveitar para mostrar aqui (e com ainda mais detalhes na lista VIP) o dia-a-dia da criação de uma HQ.

Usei o método de Layouts que eu explico no vídeo para reescrever o final da história. Eu usei esse método durante todo o processo de criação dessa história.

Desenho o layout da página na lateral e os textos dos balões logo ao lado, marcando de qual balão é aquele texto. Dá uma olhada como fica.

Lembrando que esse método normalmente é um complemento de algum outro processo que foi feito antes.

Aqui eu já tenho a ideia bem definida, os personagens desenvolvidos e o rascunho geral da história já escrito. Ou seja, eu já sei o que vai acontecer e por isso tenho a liberdade de já criar o roteiro e os layouts das páginas ao mesmo tempo.

Agora me diga, qual sua maior dificuldade na hora de escrever roteiros? Me fale nos comentários e vamos conversar.

Até a próxima.