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Crônicas

Pregando uma peça

Uma viagem para visitar a família e os velhos amigos na cidade onde você cresceu é sempre acompanhada de um sentimento ingrato de nostalgia.

A diversão de contar as velhas histórias e as risadas que seguem cada uma delas. Algumas horas com amigos de anos deveria ser recomendação médica para longevidade.

Já a família… Ah! A família! Todo aquele amor que sempre acaba em discussão. Não importa sobre o que, pode ser sobre onde cada um vai dormir no amontoado de gente que se juntou para aquela festa ou quem vai pagar quanto naquela pizza que pediram para a janta. Dinheiro, débito ou crédito?

Um amor incondicional que nenhuma briga pode extinguir, mas que não impede que elas aconteçam por qualquer bobagem. Por isso, o modelo ideal para uma boa convivência é manter a saudade constante morando longe, para que os encontros rápidos sejam sempre mais amorosos do que raivosos.

E a sua velha cidade? Não continua linda e simples como nunca? Exatamente, ela nunca foi tão atrativa quanto nesta visita. Ela quebra sua rotina e o lembra que você já foi uma criança sem responsabilidades e livre de qualquer pressão. E por isso lhe parece tão atrativa agora.

Mas não se engane, ela está tentando lhe pregar uma peça. Assim que você voltar para ela, o feitiço se quebra e lhe parecerá tão monótona quanto sempre foi.

No final das contas, a volta para casa é esse momento introspectivo de pensar na vida. Por que escolheu as mudanças que fez? Por que mora onde mora e trabalha onde trabalha? Quando foi que perdi a inocência da criança que morava lá? Mas somente uma dúvida será respondida com clareza: será que um dia saberei?

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Ilustrações

Seu Madruga e as lembranças boas

Se você nasceu antes dos anos 90 certamente vai lembrar do Seu Madruga não como o ícone que ele é hoje nas redes sociais e entre as pessoas da internerds, mas sim como um hilário personagem de uma série mexicana que conquistou o país por anos com suas intermináveis reprises.

A mim Don Ramón, nome original do personagem, remete a uma das lembranças mais felizes da minha infância numa pequena cidade do litoral sul-catarinense…

Uma das grandes lembranças que tenho do meu falecido pai é a hora do almoço de quando eu era criança e morávamos ainda em uma pequena cidade do sul de Santa Catarina.

Ele chegava do trabalho para almoçar e logo depois ìamos para frente da TV para assistir aos episódios de Chaves e Chapolin (e as vezes do Pica-pau) no SBT. Era uma diversão só vê-lo rindo discretamente das palhaçadas daquela vila.

Esse desenho não foi feito com o intuito de homenagear meu pai, foi apenas mais um desenho de prática sem compromisso, mas coincidentemente eu o fiz no dia em que meu pai completaria 58 anos.

E ao ver esse desenho pronto não pude deixar de lembrar desses momentos felizes que passamos juntos…

Retirado da descrição da versão maior deste desenho na minha galeria do DeviantArt.

Materiais

– Papel A5 180g/m2
– Lápis Austria 160 Cretacolor 2H
– 12 Copic Original Warm Gray (W0 a W10)