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Como criar HQs

Planejar sua história em quadrinhos

Sabe aquelas HQs que ficam sem pé nem cabeça e quando as pessoas leem dizem que existiam furos ou que a história tinha erro de continuidade. Isso pode acontecer porque falta planejar sua história em quadrinhos antes de começar a desenhar as páginas.

Tem muita gente que me fala que está desenhando sua história em quadrinhos, mas ainda não sabe quantas páginas ela vai ter no total…

Será que isso é uma boa ideia?

Eu falo um pouco sobre essa questão no vídeo abaixo.

E aqui vai um spoiler: não é uma boa ideia!

Eu tenho um outro vídeo que pode te ajudar a planejar uma história em quadrinhos curta (não só a história mas também o projeto de criação dela) e executar em apenas algumas semanas.

Assista o vídeo abaixo e comece a planejar sua história em quadrinhos!

Links úteis para você

Quem sou eu pra falar para você planejar sua história em quadrinhos?

Meu nome é Marcus Beck e sou quadrinista e criador do curso HQ na Prática. Meu objetivo é trazer o máximo possível de informação sobre como criar uma história em quadrinhos.

Publiquei minhas webcomics (quadrinhos online publicados na internet) por mais de dez anos e aprendi muitas lições sobre o que deve ou não ser feito para que as HQs sejam as melhores possíveis.

Quando eu comecei a criar meus quadrinhos eu gostaria muito que tivesse conteúdo sobre o assunto para que eu não tivesse que aprender tudo sozinho. É por isso que criei esse canal e também o meu blog, para ajudar quem está passando pela mesma situação que eu estive quando comecei.

Faço o possível para responder todas as perguntas, por isso fique a vontade para comentar com todas as suas duvidas. =)


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Como criar HQs

Porque publicar sua HQ online

Neste post: Porque você deve publicar sua HQ online e não começar tentando vender uma versão impressa com suas histórias.

Finalmente a temporada 2019 do canal do Youtube está começando. Nesse ano a ideia é trazer várias dicas práticas sobre criação de quadrinhos e também responder o máximo de dúvidas possíveis de quem comenta no canal.

A estréia da temporada vem com um vídeo falando porque você deve começar publicando sua HQ online e não tentando fazer uma versão impressa para vender.

Muitos quadrinistas que estão começando querem ver seu trabalho impresso, mas o melhor jeito para começar é publicando sua hq online e de forma gratuita.

Uma publicação impressa além de muito trabalhosa, também exige um gasto financeiro muito grande. Coisa que não existe se você publicar sua hq online.

Espero seu comentário e também seu feedback, porque todo o meu conteúdo é feito para você e direcionado pelos seus feedbacks!

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Quem sou eu pra falar de publicar sua hq online?

Meu nome é Marcus Beck e sou quadrinista e criador do curso HQ na Prática. Meu objetivo com este canal é trazer o máximo possível de informação sobre como criar uma história em quadrinhos.

Publiquei minhas webcomics (quadrinhos online publicados na internet) por mais de dez anos e aprendi muitas lições sobre o que deve ou não ser feito para que as HQs sejam as melhores possíveis.

Quando eu comecei a criar meus quadrinhos eu gostaria muito que tivesse conteúdo sobre o assunto para que eu não tivesse que aprender tudo sozinho. É por isso que criei esse canal e também o meu blog, para ajudar quem está passando pela mesma situação que eu estive quando comecei.

Faço o possível para responder todas as perguntas, por isso fique a vontade para comentar com todas as suas duvidas. =)

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Crônicas

Retrospectiva 2018

Todo final do ano, desde 2015, eu criei o costume de escrever uma retrospectiva do ano que passou. Para não quebrar a tradição, aqui vamos nós.

Esse ano é impossível de descrever em apenas um texto. Foram muitos acontecimentos e resolvi dividir em tópicos para a leitura ficar mais agradável para aqueles que escolherem ler essa minha retrospectiva.

Cronista?

Comecei esse ano com uma vontade imensa de investir na escrita de crônicas para o meu blog. Escrever é algo que adoro fazer e me parece natural, não preciso de muito esforço para expressar minhas ideias através da palavra escrita.

Então em janeiro de 2018 eu decidi que iria fazer uma crônica por semana.

Bem, digamos que essa “meta” mal chegou à fevereiro.

Escrevi toda semana em janeiro, mas em fevereiro apenas duas novas crônicas e parei… hoje não consigo lembrar o motivo.

Talvez escrever sob pressão de ter que postar toda semana tenha me desmotivado.

Infelizmente funciona assim para muitas coisas na minha vida. Até faço bem, mas se transformo em obrigação a produtividade cai muito.

Criei um curso online de quadrinhos!

O próximo passo para 2018 era lançar meu primeiro curso.

Venho trabalhando na criação de conteúdo sobre como criar uma história em quadrinhos desde 2015.

Dei uma pausa por conta de trabalho, mas em 2017 voltei a publicar conteúdo sobre o assunto, principalmente no meu canal do Youtube.

Esse ano eu gravei um curso chamado HQ na Prática – Narrativa Visual que apresenta a teoria da narrativa das histórias em quadrinhos e faz os alunos aprenderem sobre o assunto com exercícios práticos.

HQNAPRÁTICA
Narrativa Visual

A primeira turma não foi muito bem, apesar de atingir a meta que havia definido para as matrículas, senti que o curso não chegou onde eu queria.

Um balde de água fria na minha motivação. Mas não desisti e continuei investindo MUITO do meu tempo livre nos conteúdos sobre criação de quadrinhos.

Com isso, na Black Friday desse ano eu tive um novo lançamento, o da segunda turma do curso HQ na Prática – Narrativa Visual e foi um sucesso!

Alguns alunos já até concluíram o curso e outros ainda estão fazendo, mas boa parte deles interage no grupo exclusivo do curso e tiram suas dúvidas e mostram os exercícios. É muito legal ver o crescimento deles!

Ano que vem a meta é lançar o meu curso completo HQ na Prática que vai mostrar de forma prática todos os passos para criar uma história em quadrinhos do zero!

E os quadrinhos?

Ah, eu também publiquei histórias em quadrinhos neste ano!

Foram mais de sete anos sem publicar novos quadrinhos, mas finalmente em 2018 publiquei coisa nova!

Em 2015 eu cheguei a desenhar mais de cinquenta páginas de quadrinhos, mas jamais concluí a história e nem sequer publiquei.

Aqui estão as HQs desse ano:

Cão de Rua (Outubro/Novembro de 2018)

A que mais me satisfez foi Cão de Rua, porque foi o primeiro Inktober que eu consegui fazer uma página por dia durante os 31 dias.

A história foi baseada em parte na forma como o Chico, meu cachorro, foi encontrado com sua ninhada e a ideia veio da minha namorada, como explico nesse vídeo.

Essa HQ conquistou muita gente. Fiquei muito feliz pela resposta dos leitores!

Baguadao (Setembro de 2018)

Mas Baguadao foi a que me mostrou que publicar no Instagram valia a pena e também teve uma resposta muito boa dos leitores.

Ah, e estou trabalhando em mais HQs curtas para publicar no meu Instagram para 2019!

Magnos – Prólogo (Maio de 2018)

Já o prólogo de Magnos me ajudou a começar a trabalhar em alguns personagens e um mundo que estou criando desde 2017.

Além disso, me mostrou que muita gente tinha interesse em ler minhas HQs, afinal foi essa a que quebrou o tabu de sete anos sem publicar.

E a saúde?

No primeiro semestre desse ano eu consegui atingir um bom resultado no sentido de saúde. Emagreci e voltei a me exercitar duas vezes por semana.

Aí entra algo interessante… a frustração que tive com o primeiro lançamento do meu curso me fez parar tudo que eu estava fazendo para minha saúde.

Eu acho impressionante como você precisa estar bem mentalmente para seguir um objetivo e se cuidar.

Não é apenas “força de vontade”! Existe uma questão mais forte do que isso. O externo pode afetar muito esse processo.

A frustração leva à autossabotagem. Ainda vou escrever sobre esse assunto…

Vamos marcar mais uma meta para ano que vem. Mais saúde sempre!

E a viagem?

Desde o ano passado eu tenho feito uma viagem com a Luciana para algum lugar que não conhecemos.

Essa experiência é muito renovadora e nos ajuda a dar um “pause” no dia-a-dia para apenas relaxar e curtir a vida um pouco.

Ano passado foi Paraty e esse ano fomos para Arraial do Cabo, Cabo Frio e Búzios.

Eu e Luciana

Tivemos a infelicidade de não pegar um clima muito bom durante a maioria dos dias por lá, mas mesmo assim aproveitamos nosso tempo para conhecer esses lugares e foi ótimo.

E a Tikal Tech?

Sobre o trabalho, venho falando muito do que fazemos na Tikal Tech e o quanto crescemos e nos desenvolvemos nas últimas retrospectivas.

Bem, esse ano foi um pouco mais conturbado, muita coisa aconteceu e é uma reflexão que não vale escrever TUDO por aqui.

Uma das coisas mais legais é que assumi como Líder Técnico e pude aprender muito mais sobre como gerir pessoas e projetos. Ainda estou engatinhando nisso, mas ter essa experiência foi incrível!

Só que a questão é que a empresa que eu ajudei a levantar quase do zero não será mais meu local de trabalho no ano que vem.

Uma proposta muito boa para minha carreira surgiu em outra empresa e senti que era o momento de encerrar minha participação na Tikal Tech depois de mais de três anos.

Não existem palavras para descrever tudo que passamos juntos, principalmente como membro da equipe daquele que se tornou um grande amigo, Fernando Freitas Alves.

Essa foi uma homenagem que todos os membros da equipe fizeram para o Fernando, CTO da Tikal Tech, apenas para ilustrar o quanto ele é importante para nossa equipe.

Foram anos incríveis com a equipe Tikal Tech!

Muitos aprendizados, muita evolução como profissional e também como ser humano. Os produtos que fizemos, as pessoas que ajudamos e toda a diversão que tivemos juntos nessa empresa jamais serão esquecidos.

Desejo toda a sorte e sucesso do mundo para as pessoas de lá!

Não estou nessa foto, mas acho que ela resume bem o que essa galera é e representa para mim. Um grupo incrível de se trabalhar e grandes amigos.

Agora é hora de seguir em frente e que esse novo desafio seja tão inspirador quanto a Tikal foi para mim nos últimos três anos!

No meu último dia na empresa eu ganhei uma caneca com a frase “These pretzels are making me thirsty!” e um pretzel pra acompanhar, é claro. Quem conhece Seinfeld vai entender a referência =)
Almoço de despedida com toda a equipe no meu último dia na Tikal Tech.

Conclusão

Como eu sempre digo nestes textos de retrospectiva:

Essa retrospecitva vale mais para quem escreve do que para quem lê, porque a parte mais legal é repassar o ano na sua cabeça. Rever o que foi feito e pensar em como melhorar no ano seguinte.

Então agradeço se você leu até aqui e gostaria de saber mais sobre o seu ano aqui nos comentários.

Um feliz 2019 para todos nós.

Até ano que vem!

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Como criar HQs

Desafio Crie uma HQ curta em 2019!

Fiz este vídeo para encerrar a temporada 2018 no meu canal do Youtube e propor um desafio para todos que buscam aprender a criar quadrinhos: Crie uma HQ curta em 2019!

Montei uma playlist com os principais vídeos do meu canal que tenham um conteúdo que pode ajudar qualquer um a cumprir o desafio.

Segue a transcrição do vídeo.

Transcrição do vídeo Desafio Crie uma HQ curta em 2019:

Olá, aqui é o Marcus Beck.

No vídeo de hoje eu quero propor um desafio para você que acompanha o meu canal.

Mas antes quero dizer que esse é o último vídeo da temporada 2018.

Sou muito grato a todos vocês que me acompanharam durante essa jornada e que fizeram parte da nossa comunidade de criadores de quadrinhos.

Neste ano todos vocês juntos assistiram mais de 5300 horas de vídeos sobre como criar quadrinhos aqui no meu canal. Se juntarmos todas essas horas que vocês investiram em aprender aqui, dá mais de 220 dias!

Isso é bem impressionante pra mim. E por isso sou grato pelo apoio e pelos comentários de todos vocês durante todo esse ano!

Agora vamos ao que interessa, o desafio!

O Desafio

Passamos o ano todo juntos falando de como criar uma história em quadrinhos, agora chegou a hora de… criar uma história em quadrinhos.

O desafio que eu quero propor é que você crie uma HQ curta em 2019!

Isso mesmo, colocar em prática tudo que você vem aprendendo e sentir na pele o que é ter uma HQ pronta.

E um aviso: não é pra ser perfeito! Pode ser uma HQ usando boneco palito! Desde que você use a narrativa visual dos quadrinhos e conte uma história com começo, meio e fim.

Pode ter 5, 10, 15 páginas. Não importa, precisa ser feita!

Quando terminar, publique em qualquer rede social ou site, coloque a hashtag #DesafioHQCurta2019 e me mande o link nos comentários desse vídeo ou nas minhas redes sociais!

Se você não tiver onde postar, entre em contato via Facebook ou Instagram que eu quero muito ver o trabalho que você criou.

Em algum momento da temporada do ano que vem eu vou fazer um vídeo mostrando as melhores HQs que eu recebi através desse desafio e a sua pode ser uma delas!

Ah! E para te ajudar eu preparei uma playlist organizada com todos os vídeos aqui do canal que podem te ajudar a completar o desafio!

Vou deixar o link para a playlist na descrição do vídeo e nos cards aqui em cima.

Vá lá, maratone os vídeos da playlist e comece o seu desafio!

A ideia é você tirar uma HQ do mundo das ideias e levar para o mundo real!

Lembre-se, não precisa ser perfeita, só precisa ser feita!!

Continuo respondendo suas dúvidas nas minhas redes sociais, então aproveite para me contatar se tiver dúvidas sobre o desafio.

Bem, com esse desafio e esse vídeo eu encerro a temporada 2018 aqui no Youtube.

Estou preparando muito mais conteúdo para a temporada do ano que vem!

Se inscreva no canal e ative as notificações clicando no sininho, porque ano que vem tem muito mais!

Um feliz ano novo com muitas HQs autorais para todos vocês e até a próxima!

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Storytelling

5 dicas para fazer histórias curtas

Neste vídeo eu apresento cinco dicas para fazer histórias curtas.

Estou sempre falando a importância de começar a fazer quadrinhos através de histórias curtas, por isso fiz mais um vídeo abordando o assunto.

Criar histórias curtas não é fácil, mas se você tiver um foco e entender sobre estrutura de histórias pode fazer um ótimo trabalho!

Segue a transcrição completa do vídeo.

Transcrição do vídeo “5 dicas para fazer histórias curtas”:

Olá, aqui é o Marcus Beck.

No vídeo anterior eu falei sobre como estruturar uma história curta usando uma das minhas HQs como exemplo prático.

Para dar continuidade nesse assunto eu resolvi procurar algumas dicas para criação de histórias curtas.

E aqui estão algumas delas.

Dica número um: limite-se a um personagem principal.

Em uma HQ curta você não terá tanto espaço para desenvolver um grupo de personagens e talvez ainda menos para trabalhar nos coadjuvantes da sua história.

Então busque trabalhar com um protagonista com uma motivação clara.

Imagine uma história de 20 páginas, você não poderá gastar metade só apresentando personagens e suas características e motivações.

Por isso, limite sua história em um personagem principal.

Você irá precisar de coadjuvantes para auxiliar a história, mas não tente desenvolve-los demais.

Dica número dois: use os três atos.

Eu falei mais sobre os três atos no vídeo anterior, vou deixar o link na descrição aqui em baixo e nos cards aqui em cima.

Agora que você já limitou sua história a um personagem, vamos pensar em qual é o conflito ou situação que ele vai enfrentar.

Seguindo a mesma lógica da dica anterior, não tente colocar muitos conflitos em uma mesma história curta.

Escolha um conflito desse personagem e como ele irá fazer para supera-lo e trabalhe isso em sua HQ.

Assim que você tiver escolhido o conflito, você precisa pensar em como a situação irá se desenrolar para que o personagem resolva o conflito, de preferência mudando de alguma forma durante o processo, e como você vai fechar a história.

Relembrando os três atos…

Primeiro ato: apresente o personagem e o conflito.
Segundo ato: o personagem se desenvolve em torno do conflito e a história chega no clímax.
Terceiro ato: o clímax leva o conflito a ser resolvido.

Dica número três: escreva toda a história em uma tacada só.

O que quero dizer com isso é, uma história curta não deve ser muito complexa, deve ter uma ideia geral simples e você provavelmente já sabe como começa e como termina, pelo menos.

Então pegue um lápis ou vá para o computador e escreva tudo que vai acontecer na história de uma vez só.

Não escreva como um roteiro, simplesmente descreva a história toda.

Essa com certeza não será a versão final da sua história curta, mas é o momento onde você começa a fazer sua história acontecer.

No momento que você começa a escrever a história ela começa a tomar forma e fica mais fácil definir as cenas, os conflitos, você começa a “conhecer” o personagem.

Escreva o que vier na cabeça e verá que isso ajuda muito no desenrolar da história.

Depois disso, você começa a transforma-la em um roteiro de quadrinhos.

Dica número quatro: mantenha um caderno de ideias.

Não precisa ser um caderno físico, mas um lugar onde você mantem suas ideias.

Eu costumo guardar tudo em um software de documentos na nuvem, tipo o Evernote ou o Google Drive.

Quando eu tenho uma ideia eu vou direto lá e começo a escrever.

As vezes até esqueço que coloquei por lá…

Uns meses atrás eu encontrei no Evernote uma ideia que tinha escrito em 2015.

A história já estava toda escrita lá, só não tinha os diálogos bem definidos, mas dizia o que deveria ter em cada um.

Agora eu estou trabalhando nela para fazer mais uma HQ curta para publicar no meu Instagram.

Se eu não tivesse escrito em algum lugar essa ideia mais de três anos atrás, provavelmente eu nunca lembraria que algum dia eu tinha pensado nessa história.

Por isso eu deixo essa dica aqui, mantenha um caderno de ideias! Mesmo que a ideia lhe pareça boba agora, anote, porque você pode revisitá-la e usá-la no futuro.

A quinta e última dica: valide sua ideia!

Se você já leu meu ebook gratuito Como criar uma História em Quadrinhos, que tem o link para baixar aqui na descrição do vídeo, você já deve saber que essa dica não serve apenas para histórias curtas.

Apresente sua ideia para alguém.

Conte sua história, com suas palavras mesmo, e peça para a pessoa dar um feedback brutalmente honesto. Honesto de verdade!

Isso vai ser de grande ajuda para que você não perca tempo fazendo algo que as pessoas não querem ler.

Mas atenção, não é porque uma pessoa não gostou da ideia que você deve desistir.

Se o feedback for algo como “achei ruim”, “ah, não gostei”, não adianta de nada. É apenas uma opinião.

Tem que ser algo construtivo.

Tipo “não entendi porque o personagem fez isso” ou “não faz sentido isso ter acontecido”.

Com esse tipo de ajuda você pode melhorar sua história ou até reescrever de outra maneira.

Bom, essas são as dicas que tenho para hoje! Espero que você tenha gostado. E se gostou, clica aí no curtir!

Se achar que mais alguém pode gostar das dicas, compartilhe esse vídeo por WhatsApp ou Facebook!

E não esqueça de se inscrever no canal e clicar no sininho pra ativar as notificações e ser avisado quando sair vídeo novo aqui!

Muito obrigado por assistir e até a próxima!

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Como criar HQs Storytelling

Como estruturar sua história curta

“Como faço para começar a criar meus quadrinhos?” Comece com uma história curta.

Todo mundo me pergunta isso e me fala que está começando uma série… Só que eu já sei o que vai acontecer. Depois de alguns capítulos vai ter uma ideia melhor e aí perde o interesse na que está fazendo e quer começar outra.

Eu não precisava nem que as pessoas falassem isso pra mim, porque essa experiência eu tive muitas vezes na minha vida. Comecei um monte de séries e parava depois de alguns capítulos. Minhas ideias eram incríveis, de várias sagas com muitos personagens… mas nunca chegava lá.

Do que me serve ter um monte de quadrinhos inacabados… uma série longa com vários capítulos exige muito compromentimento e pode te causar mais frustração do que satisfação.

Por isso eu sempre falo para quem vem me falar que está começando a fazer quadrinhos. Foque em histórias curtas!

Mesmo que sejam histórias curtas com os personagens que você quer utilizar na sua série ou história mais longa. Pegue um recorte do que é este personagem e crie uma história de algumas páginas com ele.

Assim você acaba desenvolvendo seu personagem melhor antes de começar histórias mais longas com ele e de quebra ainda treina sua arte, seu roteiro, sua narrativa visual… além disso, ainda começa a mostrar seu trabalho para os futuros leitores da sua história mais longa.

Tudo bem, mas fazer histórias curtas é mais difícil do que longas. Eu sei! Porque queremos contar muitas coisas sobre os personagens ou eventos incríveis das nossas histórias… difícil mesmo é conseguir pegar apenas o que importa de verdade para a história funcionar.

Por isso eu postei um vídeo explicando como estruturar uma história curta, usando os três atos.

Transcrição do vídeo

Oi, aqui é o Marcus Beck!

Hoje vou mostrar como estruturar uma a história curta usando uma HQ minha como exemplo e no final do vídeo vou passar um exercício para praticar isso!

No vídeo da semana passada eu mostrei como usei a metodologia do ebook Como criar uma HQ para fazer a história em quadrinhos do Cão de Rua (essa daqui).

Se você ainda não baixou o ebook gratuito, veja o link na descrição do vídeo.

Bem, no vídeo anterior eu perguntei se vocês gostariam que eu falasse sobre como estruturei a história nas 31 páginas da HQ.

Como tive respostas positivas, aqui estou para falar de estrutura de histórias.

Ah, se você ainda não viu o vídeo que acabei de falar, o link está na descrição e também nos cards aqui em cima, nesse “izinho” aqui.

Vamos começar com a pergunta: o que é estrutura de história?

É a forma como você organiza os eventos que acontecerão na sua história. Por exemplo, o que vai acontecer no início, no meio e no fim da sua história.

Já falei sobre isso no vídeo “Um bom quadrinista é um bom storyteller“, onde eu explico por cima sobre algumas estruturas de história, como a Jornada do Herói, por exemplo.

Neste vídeo eu quero abordar esse assunto de forma mais prática, usando um exemplo real. No caso, a minha HQ do Cão de Rua.

Ela é uma história curta. Isso quer dizer que tem como objetivo contar uma história inteira em poucas páginas.

Esse é o primeiro ponto que devemos levar em conta na hora de estruturar a história. Não adianta eu querer fazer uma estrutura cheia de eventos se a história não vai ter espaço o suficiente para isso.

É preciso escolher bem as ideias que mais tem valor para que a história seja contada e descartar aquilo que não é tão importante.

Dividindo histórias em três atos

Boa parte das histórias é tradicionalmente dividida em três atos.

Mesmo que a história seja longa, uma série por exemplo, você consegue dividi-la em três atos. Como eu mostro nesse infográfico da Jornada do Herói.

Os três atos na jornada do Herói

Isso é a forma mais comum de dividir uma história curta.

No primeiro ato, você define a cena e apresenta seu público aos personagens, cenário e sementes do conflito.

No segundo ato, seus personagens crescem e mudam em resposta a conflitos e circunstâncias.

Eles começaram a tentar resolver o grande problema.

Normalmente, o conflito vai escalar para um clímax.

No terceiro ato, os personagens resolvem o grande problema e a história termina.

OS três atos na história curta de exemplo

Agora vamos ver como isso se encaixou no nosso caso de exemplo.

Nas primeiras quatorze páginas nós temos o primeiro ato.

O cãozinho é apresentado, o cenário e a situação atual em que ele se encontra são mostrados.

Neste mesmo ato ele se afasta de sua caixinha e sua família porque é curioso e vai atrás do pássaro.

Isso mostra algo sobre a personalidade dele. Essa parte também serve para preparar a transição para o segundo ato da história.

Se afastando dos outros cães ele assume um risco sem nem mesmo saber.

A partir da página quinze entramos no segundo ato, onde o cão precisa aprender a viver sozinho nas ruas e enfrenta as dificuldades que essa situação traz.

No meio do segundo ato, mais ou menos na página dezenove, chegamos à cena da perseguição e o ataque do outro cão de rua.

Essa é a cena que vai escalar a situação de rua dele, que começou a parecer controlada nas páginas anteriores, para o nível mais tenso. Isso leva a história ao seu clímax!

Na página 26 entramos no terceiro e último ato, onde o cão, agora ferido, é encontrado pela pessoa que vai “resolver a situação”, cuidando e em seguida adotando nosso protagonista.

Essa é uma história bem simples, sem muitas camadas e com personagens simplistas que são exatamente o que é mostrado deles.

Isso não quer dizer que toda história curta precisa ser simples assim. O importante é escolher a mensagem que você quer passar com a história que quer contar e garantir que ela seja clara ao final da história.

Eu não dividi a história dessa maneira de forma deliberada, eu simplesmente fui pensando no que eu queria contar e a acabou se desenrolando dessa forma.

Isso porque eu já estou acostumado a pensar em histórias com pelo menos os três atos.

Exercício

Um bom exercício pra praticar esse tipo de estrutura é pegar alguma das suas histórias curtas preferidas e tentar dividi-las em três atos. Assim você começar a compreender melhor como eles funcionam!

Tente identificar o primeiro ato, onde os personagens e o problema são apresentados. O segundo ato, onde eles mudam ou crescem de alguma forma. E o terceiro ato, onde o problema apresentado é resolvido de alguma forma.

Agora é sua vez! Faça o exercício e nos conte qual história e onde estão os três atos aí nos comentários.

E se ficou com alguma dúvida sobre esse tópico, deixa sua pergunta nos comentários também!

Além disso, não esquece de se inscrever no canal e ativar o “sininho” para receber notificações toda vez que vídeo novo sair!

Se acha que mais alguém vai curtir esse vídeo, compartilha com essa pessoa!

Obrigado por assistir e até a próxima!

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HQs para ler online

Como fiz esta HQ – Fazer história em quadrinhos

Neste vídeo eu explico como fazer história em quadrinhos usando o exemplo prático da HQ que fiz durante o mês de Outubro no desafio Inktober.

No final da transcrição do vídeo tem o link para leitura da HQ completa.

Transcrição do vídeo:

Olá, aqui é o Marcus Beck!

Estou de volta depois de um mês intenso com a produção do meu projeto do Inktober, o meu Comictober.

Talvez você tenha acompanhado, talvez não, mas eu entrei no desafio Inktober deste ano.

Em resumo, Inktober é um desafio de arte onde você deve fazer um desenho por dia durante todo o mês de outubro.

Vou deixar um vídeo no card aí em cima e na descrição do vídeo onde explico melhor o que é esse desafio.

Bem, como eu adoro fazer história em quadrinhos, resolvi modificar o desafio e fazer um Comictober.

Ou seja, durante todo o mês de outubro eu fiz uma página de quadrinhos por dia e postei no meu Instagram e aqui no Youtube.

Vou deixar o link para os vídeos que postei no card aqui em cima e na descrição do vídeo, se você quiser dar uma olhada.

Não é fácil fazer história em quadrinhos do zero. Principalmente quando você tem um número exato de páginas pré determinado.

Para dificultar ainda mais o que já estava difícil, eu resolvi que a história ia ser muda, ou seja, sem falas, o que exige ainda mais na hora de criar a narrativa visual.

Desse jeito eu conseguiria colocar em prática tudo que falo sobre narrativa visual de quadrinhos aqui no canal.

Vamos ao passo-a-passo da criação dessa HQ então?

Vamos seguir o método que apresento meu ebook Como criar um História em Quadrinhos, que você pode baixar de graça, o link está na descrição do vídeo.

No ebook, o passo número um para fazer história em quadrinhos é a ideia!

Antes de começar a história é preciso ter o argumento dela.

Eu tive algumas ideias gerais da história que queria contar, mas não conseguia me decidir.

Cheguei a começar a rascunhar uma outra ideia, mas tomando um café da manhã com a minha namorada dois dias antes de começar o desafio, eu contei pra ela a minha ideia e não senti firmeza na reação…

Pra quem já leu o ebook, uma das dicas que dou é apresentar sua ideia de história para algumas pessoas e receber feedback do que pode ser melhorado.

Bem, o feedback dela não foi dos melhores.

Então começamos um brainstorm, ou seja, discutimos várias possibilidades de ideias para a história.

Como ela ama cachorros, todas as ideias dela incluiam os animaizinhos…

Até que ela sugeriu a história do cão de rua.

Fomos evoluindo a ideia durante a conversa até que decidi que essa seria a escolhida!

E pronto! O passo um da criação dessa HQ estava concluído.

Chegamos ao segundo passo para fazer história em quadrinhos: Os personagens!

A ideia geral era de um cachorrinho abandonado que passaria por situações ruins nas ruas até que alguém o encontrasse e o adotasse.

São pelo menos dois personagens: o cachorro e a pessoa que o adotaria.

Comecei pelo cachorro, meu personagem principal.

Três anos atrás nós adotamos o Chico, que você talvez já tenha visto em alguns dos vídeos aqui do canal, e ele foi a base para a criação do nosso cãozinho de rua.

Olha o chico aí!

Ele foi encontrado com sua ninhada em uma caixa na beira da estrada e foi daí que surgiu a ideia para a primeira parte da história.

Essa é uma dica que costumo dar na criação de personagens. Quando você usa alguém que já existe como referência, acaba sendo mais fácil.

Bem, agora faltava a pessoa que iria adotar o cachorro. Eu queria que fosse uma mulher, mas não tinha certeza ainda de como ela seria.

Só que ela só iria aparecer no final e bem rapidamente, então não precisaria gastar tanta energia desenvolvendo detalhes dela.

Além disso, eu já estava com o prazo apertado, pois faltava apenas um dia para começar o desafio.

Acabei deixando essa personagem para pensar depois.

Passei para o passo três para fazer história em quadrinhos , o roteiro.

Eu tinha um número fixo de páginas, que é a mesma da quantidade de dias do mês de outubro, 31.

Como eu falo no ebook, gosto de fazer o roteiro da HQ no modelo “layout” ou rascunho. Onde já rascunho como a página vai ficar enquanto desenvolvo os detalhes da história.

É nessa parte que defino a narrativa visual da minha história em quadrinhos.

Já era a noite final do dia 30 de setembro e eu tinha rascunhado boa parte das páginas, mas precisava começar a desenhar a primeira.

Então, mais uma vez por causa do prazo, precisei deixar um dos passos da criação da HQ incompleto.

Passei para o passo final, o desenho das páginas.

Como estou desenhando de forma digital e já fiz boa parte do roteiro rascunhado direto no computador, desenhar as páginas era basicamente melhorar os rascunhos e fazer a arte-final.

Só que inventei de publicar o making of de cada página aqui no meu canal durante todo o desafio. Isso acabou criando muito mais estresse do que eu imaginava.

Precisava gravar a tela durante todo o processo de desenho e depois editar o vídeo para aumentar a velocidade e adicionar uma trilha sonora que fizesse sentido com o que aquela página estava querendo dizer.

Eu escolhi a dedo cada trilha sonora para atingir esse objetivo.

Eu gostei do resultado, mas foi muito, mas muito trabalhoso.

Eu continuei fazendo esse processo por todo o mês de outubro, até que cheguei na parte onde deveria voltar aos passos anteriores.

Ou seja, desenvolver os personagens que faltavam e o final da história.

O resultado você pode ver clicando no link que está na descrição, lá você vai para uma página do meu site com todas as páginas da HQ em sequencia.

Você também pode ver através do meu Instagram ou assistir todos os 31 vídeos aqui no canal com a história do cão de rua.

Estou pensando em fazer um vídeo explicando como eu estruturei a história dentro das 31 páginas. O que acha dessa ideia? Me fala nos comentários se quer ver um vídeo sobre isso!

Ah, pode me contar o que achou dessa história também. Quero saber a sua opinião!

Bem, se inscreva no canal, ative o sininho para receber notificações quando sair novos vídeos e dê um like se gostou do vídeo!

Até a próxima!

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O que é Worldbuilding? Construindo um mundo do zero

Eu andei comentando sobre worldbuilding no meu último diário de criação de história em quadrinhos. Resolvi falar um pouco mais sobre o que é worldbuilding por aqui.

Vou começar esse assunto com a definição de worldbuilding segundo a Wikipedia em inglês (com minha tradução livre).

Worldbuilding é o processo de construção de um mundo imaginário, as vezes associado a todo um universo fictício.

Desenvolver um cenário imaginário com qualidades coerentes como história, geografia e ecologia é uma tarefa principal para muitos escritores de fantasia e ficção científica.

Worldbuilding costuma envolver a criação de mapas, história e população para o mundo construído.

A própria expressão em inglês worlbuilding já é bem autoexplicativa. World significa mundo e building construção. Ou seja, construção de mundo.

Como a própria Wikipédia sugere na citação que traduzi acima, o worldbuilding é muito comum para autores de ficção científica e fantasia, pois normalmente essas histórias não acontecem no mesmo mundo em que vivemos nosso dia-a-dia.

Eu citei essa questão no meu diário de criação de HQ.

Sempre escrevi e desenhei histórias que aconteciam no nosso mundo atual. Com exceção de um projeto chamado Zanecia em que eu criei todo um mundo de fantasia, com reinos, mitologia, história, população, etc. Um dia eu conto mais sobre esse meu projeto de 15 anos atrás que teve apenas uma HQ piloto.

Por isso tenho pouco experiência com worldbuilding e criar Magnos (meu atual projeto de história em quadrinhos) está me fazendo estudar muito sobre esse assunto.

Criando mundos

Existem diversas formas de criar um mundo novo para sua história. Pode ser um mundo completamente fictício com raças inventadas, com um sistema de magia próprio e etc, vide Senhor dos Anéis.

Como também pode ser um mundo futurista que também tem essas características, mas que tem como base a nossa própria história do passado, por exemplo Star Trek.

Eu admiro muito a construção do mundo de Fullmetal Alchemist, por exemplo. Esse estilo steampunk e com um sistema de magia único (uma alquimia meio mágica) são muito bem desenvolvidos. Mas o que mais me atrai é a abordagem do sistema político e social do país criado para o mangá.

Outro worlbuilding que eu gosto demais e que é extremamente detalhado e com um passado muito bem escrito é o de Game Of Thrones. Esse usa muito da própria história da Grã-Bretanha como referência, ou seja, eventos reais são inspirações para o autor criar os eventos fictícios do passado desse mundo construído.

Eu tenho tentado trabalhar de forma parecida na minha história em quadrinhos também. Usando um pouco de referência histórica do nosso país para tentar criar os eventos fictícios do mundo que estou construindo. Mas não é fácil.

Um dos mundos que mais admiro é da série de animação Avatar: The Last Airbender. É muito bom! Dá uma olhada no mapa detalhado do mundo de Avatar aí abaixo.

Métodos para criação do mundo

Ainda seguindo o artigo da Wikipédia, vamos ver dois métodos para criação de mundos que são descritos por lá.

Eles não são métodos únicos ou obrigatórios, mas podem dar uma ajuda para quem está começando.

Método “de cima para baixo” (top-down)

Neste método o autor começa criando uma visão abrangente do mundo, determinando características gerais como os habitantes, o nível de tecnologia, as características geográficas, o clima e a história.

A partir daí, é desenvolvido o resto do mundo aumentando o nível de detalhamento.

Um mundo construído a partir desse método costuma ser bem integrado. Mas pode exigir muito trabalho antes de você conseguir começar a sua história.

Método “de baixo para cima” (bottom-up)

Neste método o criador foca em uma pequena parte do mundo que será necessária para atingir seus objetivos. Uma quantidade considerável de detalhes é desenvolvida para essa pequena parte, como geografia local, cultura, estrutura social, governo, política, comércio e história.

Indivíduos importantes para esse local podem ser descritos, incluindo o relacionamento entre eles.

As áreas em volta são descritas com um nível menor de detalhe e podem ser melhores desenvolvidas a medida que a história vá avançando e possa envolver algum desses locais.

Esse método traz uma facilidade, porque o cenário pode ser usado quase que imediatamente para a história, não cabe tanto esforço para sua criação. Entretanto, pode acabar trazendo um mundo cheio de inconsistências.

Abaixo o mapa do território de Amestris, da série Fullmetal Alchemist, e que pode ser um bom exemplo de worlbuilding com o método bottom-up.

Combinando os dois

Combinando os dois métodos descritos o autor pode se beneficiar muito, ganhando a consistência do top-down com os detalhes do bottom-up.

Mas além de difícil de se fazer ainda pode trazer o dobro de trabalho para o mesmo.

Elementos a serem trabalhados no worldbuilding

Os melhores mundos fictícios possuem os seguintes elementos muito bem desenvolvidos.

Não são os únicos a serem detalhados, mas podem ser um início para quem quer começar a trabalhar no seu mundo inventado (como eu, por exemplo).

Trabalhar os detalhes em cada um deles já pode dar um direcionamento para o seu worldbuilding.

Geografia e história

Algo que me agrada muito na criação de mundos é a geografia do lugar.

Gosto de mapas e de imaginar como as divisões aconteceram. Isso envolve os dois items: geografia e história.

Na criação do mundo de Zanecia, que citei antes, a própria geografia se misturava com a mitologia do lugar. Um grande vale, que mais parecia um corte na terra visto no mapa, era creditado a uma batalha entre os seres mitológicos da cultura local.

As grandes cordilheiras que separavam o ocidente do oriente nesta mesma história também tinham uma ligação com a mesma batalha mitológica.

Desenhar mapas e localizar o que acontece em cada lugar é algo que faz parte do conceito de worldbuilding, principalmente em histórias de fantasia.

A história também é muito importante.

Como chegou até onde está, social e politicamente, o mundo que você criou?

Como o rei que domina a região, por exemplo, chegou até o poder? Ele vem de uma família de conquistadores ou de comerciantes que compraram o território de um outro reino que estava falido?

São muitas as possibilidades, mas criar uma história para seu mundo traz mais curiosidade para o leitor saber detalhes sobre esse lugar inventado.

Pessoalmente, a história é algo que me atrai muito nos mundos construídos pelos meus autores favoritos.

População e cultura

Alguém precisa habitar o seu mundo construído, não é mesmo? Então criar os habitantes ou a população é uma parte importante.

Você pode criar raças diferentes, com origens diferentes, culturas, etc. Mas o importante é que tenha uma coesão entre os viventes do seu mundo.

Por exemplo, se um povo viveu isolado durante muito tempo e depois foi dominado ou misturado com um outro povo, faz sentido que ambos tenham culturas divergentes e que um absorva um pouco da cultura do outro. Como acontece no mundo real.

Conflitos entre diferentes culturas também são importantes para dar credibilidade. Infelizmente é assim que nosso mundo funciona e esses conflitos vão ajudar o leitor a relacionar seu mundo inventado com algo que ele possa acreditar que existiria.

Como já citei anteriormente, podemos nos basear em eventos reais para chegar nesses conflitos ou nas organizações política-social desses povos.

Como por exemplo em Game of Thrones, onde os selvagens de depois-da-muralha são baseados em povos que existiram na Grã-Bretanha.

Os selvagens têm estruturas sociais semelhantes aos britânicos pré-romanos ou escoceses: as sociedades principais organizadas em tribos e clãs que não eram politicamente unificadas.

Fonte: History Behing Game Of Thrones

Dentro do quesito cultura também podemos inserir o contexto espiritual. Uma religião ou um conjunto de crenças dominantes em um povo específico.

Para ser ainda mais realista seria interessante que dentro da mesma religião houvesse mais de uma linha, como na vida real o cristianismo não segue somente através do catolicismo, mas também nas religiões protestantes.

O importante é que as pessoas que vivem no seu mundo sejam críveis, ou seja, que o seu leitor possa acreditar que aquele povo realmente pudesse existir de alguma forma.

População de vila da minha história Magnos.

Concluindo…

Esses são alguns dos pontos importantes sobre criação de mundos ou worldbuilding.

Espero ter conseguido explicar este conceito importante tanto nos quadrinhos como em qualquer outra mídia usada para contar histórias de fantasia ou ficção científica.

Se você gostou do assunto e quer que nos aprofundemos mais nesse assunto no futuro, deixei um comentário me avisando.

Se quiser dar uma olhada em como estou criando minha HQ chamada Magnos, leia os diários de criação de HQ: Diário 001, diário 002 e diário 003.

Até a próxima!

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Um grande erro – Diário de criação de uma HQ #003

Essa é mais uma entrada no diário (que não é feito todo dia) de criação de uma história em quadrinhos.

Já falei sobre o começo da criação da HQ na entrada #001 e falei sobre o desenvolvimento dos personagens na entrada #002.

Hoje quero falar sobre algo que acredito que aconteça com muitos quadrinistas independentes por aí e que aconteceu comigo nestas últimas semanas.

Fiquei totalmente travado na hora de desenhar as páginas.

O erro que cometi

Mesmo já tendo o roteiro pronto para o primeiro capítulo da minha história em quadrinhos e faltando apenas sentar em frente ao computador e desenhar as páginas… eu travei.

Cheguei a desenhar duas páginas, mas tive muitas dúvidas sobre como seriam certas coisas no mundo em que a história acontece.

Como seriam as cidades, as roupas das pessoas, etc. Apesar de ter uma ideia bem clara das referências que vou usar para a criação do mundo, senti que faltou me preparar melhor para essa fase.

No momento em que vamos desenhar as páginas precisamos ter tudo isso muito bem pensado. É preciso já ter as referências que você vai usar e já ter planejado a maioria das coisas.

Percebi isso tarde demais. E acabei travado para continuar criando as páginas.

Foi um erro que me atrasou muito no planejamento dessa HQ, mas só agora percebo o que preciso fazer.

Antes de colocar toda a história no papel de vez, vou desenhar as coisas necessárias para todo o cenário e os figurantes desse capítulo. Assim, durante o processo de desenho das páginas eu não vou mais ficar travado com a decisão de como fazer alguma coisa.

Analisando o erro

Parece um erro muito bobo esse. E foi mesmo. Um erro de principiante. Mas então porque eu cometi esse erro já tendo desenhado tantas HQs no passado?

Analisando friamente agora, com mais calma, eu só criei histórias em quadrinhos que aconteciam no tempo atual e no mesmo mundo em que vivo meu dia-a-dia.

Tailer, minha última aventura em criar quadrinhos antes da atual, acontecia em uma cidade normal dos dias atuais e com referências do lugar onde cresci.

Com isso não precisava planejar o que usaria como referência para roupas, pois via as pessoas com as roupas que desenhava todos os dias. Não precisava pensar nos cenários, pois andar na rua já era o suficiente para entender como deveriam ser as construções e ruas onde a aventura acontecia.

No caso de Magnos, a HQ que estou criando agora, eu resolvi criar um mundo novo. Diferente de tudo que já fiz e baseado não na Europa Medieval ou no Japão Feudal, mas sim na época mais colonial da América do Sul.

Esse é um grande desafio para mim, pois não existem muitas referências na arte popular para esse tipo de world building.

Foi essa decisão que me levou ao erro de achar que eu já podia desenhar as páginas, quando na verdade ainda falta uma fase de planejamento antes disso acontecer.

Nas próximas entradas do diário vou mostrar essa fase que eu estava “pulando” sem perceber.

O resultado

Como resultado desse erro eu vou jogar fora algumas horas de trabalho. Vou ter que redesenhar as duas primeiras páginas da história, afinal estou repensando o mundo em que ela acontece.

Na primeira página eu tive horas de trabalho apenas no primeiro quadro. Onde eu desenhei um cenário enorme baseado em uma foto. Só que ele não ficou de acordo com o que eu quero para a Vila Peregrina, local onde o primeiro capítulo acontece.

Essa pequena vila acabou ficando aparentemente muito mais populosa do que deveria ser nesse quadro.

Ela deveria ser muito menor, porque tem uma importância geopolítica praticamente insignificante e isso é um fato importante para o contexto da história.

Por isso a importância da experiência com diferentes tipos de histórias, para entender que cada uma traz desafios diferentes.

Bem, agora vou voltar para a prancheta e continuar trabalhando na construção do mundo, visualmente falando, em que Magnos acontece.

Me conte nos comentários se algo assim já aconteceu com você também.

Até a próxima!

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Magnos Quadrinhos

Diário de criação de uma HQ #002

Este diário de criação de uma HQ tem como objetivo mostrar na prática os métodos e teorias do ebook gratuito Como criar uma história em quadrinhos. Isso será feito acompanhando o processo de criação da HQ a qual estou trabalhando no momento: Magnos.

Essa é a segunda entrada no meu “diário” de criação de uma HQ. Eu chamo de “diário” (entre aspas) porque não estou escrevendo todos os dias e as primeiras entradas estão voltando um pouco no tempo, como a primeira entrada do diário que fala sobre o argumento da história e o desenvolvimento dos personagens.

Hoje vou falar sobre como comecei a escrever o roteiro do primeiro volume da história e todo o processo de criação do capítulo piloto.

O roteiro tipo Resumo Geral

Originalmente eu pensei nessa história como três grandes volumes formados por vários capítulos cada um.

Mas como não achei produtivo começar escrevendo capítulo por capítulo separadamente, resolvi escrever tudo que vai acontecer no primeiro volume inteiro diretamente.

Eu usei o modelo de roteiro que chamo no ebook de Resumo Geral.

Eu escolhi essa abordagem porque estava com toda a história borbulhando na minha cabeça e precisava colocar isso em algum lugar. Então saí escrevendo.

Com isso eu tenho um textão com os acontecimentos e diálogos que eu imaginei em um primeiro momento até o final do primeiro volume.

Fiz isso porque eu tinha uma ideia bem clara de onde eu queria chegar no final do primeiro volume, no contexto da história inteira. Eu sabia qual era o ponto que marcaria o encerramento desse volume.

No caso dos outros volumes eu tenho uma ideia geral do que vai acontecer, mas não tenho a história detalhada ainda.

Como tem muito trabalho pela frente nos capítulos que formam o primeiro volume, não vale a pena para mim escrever tudo que vai acontecer nos outros. Até porque o processo de desenvolvimento do primeiro volume pode acabar fazendo com que eu tenha novas ideias para os outros volumes.

Como falo no ebook, o roteiro do tipo Resumo Geral combina bem com o tipo Layouts.

Então o próximo passo é dividir esse textão em vários páginas e alguns capítulos. E escolhi fazer os layouts das páginas nesse processo, como explico na parte de roteiro Layouts no ebook.

Mas antes…

Antes de começar eu ainda tinha muitas dúvidas sobre os personagens, os locais que eu estava criando (world building) e várias outras coisas da história.

Então eu fiquei pensando por um tempo como começar esse processo. Queria me sentir mais confortável em relação à história e aos personagens.

Além disso, eu já tinha decidido que produziria a HQ de forma digital, ou seja, desenharia direto no computador através do tablet.

Só que eu nunca desenhei uma HQ dessa maneira e só no final do ano passado comecei a desenhar de forma digital. E uma nova ferramenta exige tempo para adaptação.

Fiquei pensando durante um tempão sobre isso. Essas dúvidas acabavam me deixando na procrastinação e isso estava atrasando o início da produção.

Foi então que veio a ideia de fazer histórias curtas com a protagonista para ir construindo sua personalidade e já aproveitar para montar o mundo à sua volta também.

Comecei a pensar em uma história curta para a Catarina. Sentei e escrevi a história que se tornou o prólogo em uns 10 minutos, da mesma maneira que havia escrito o roteiro do volume um. Usando o Resumo Geral.

É claro que faz todo o sentido que essa história curta seja produzida exatamente como os capítulos dos volumes serão, por isso segui o mesmo processo.

O argumento/a ideia

Nesse caso nem cheguei a escrever a ideia, só tinha o resumo da história curta na minha cabeça. A ideia básica era a Catarina sendo presa por invadir uma biblioteca e encontrar alguém que entendesse os motivos dela e a ajudasse a fugir.

Os personagens

A protagonista eu já tinha definido que seria a Catarina, então ela já estava pronta.

Mas o velho Magno que está preso com ela eu desenvolvi enquanto escrevia o roteiro. Acabou que o Silvano Montenagua, nome que dei a ele, acabou se saindo melhor do que eu esperava na história.

Primeiro desenho do personagem Silvano

O roteiro

Escrevi o Resumo Geral em uma tacada só. Sentei e escrevi a história, os eventos e os diálogos de uma vez só.

O que iria em cada página foi definido no momento do Layout. Fase que fiz com mais calma, definindo a narrativa visual que ia usar em cada quadro e página, além de fazer algumas alterações na história também.

Layouts das páginas do prólogo de Magnos

Desenho das páginas

Com tudo pronto e já definido, parti para o desenho das páginas usando o tablet Wacom Intuos e o software Clip Studio Paint.

O Clip Studio facilita bastante esse processo. Desenhar páginas assim é mais rápido do que meu antigo processo de desenhar à mão e depois digitalizar para tratar no computador e inserir retículas e textos.

O tempo que eu levava para desenhar a página no papel, sem contar a parte de digitalizar e tratar, é o tempo que eu levo para fazer uma página completa hoje.

Foto da tela enquanto desenhava a primeira página do prólogo de Magnos no Clip Studio Paint

Distribuição

Assim que terminei de desenhar todas as páginas eu já havia definido que essa história curta seria o prólogo do primeiro volume.

Desenhei a capa do prólogo e criei o PDF com todas as páginas para disponibilizar para quem quisesse ler através do meu bot do Messenger na minha fanpage do Facebook.

Fiquei feliz com o resultado. Centenas de pessoas já leram e recebi vários feedbacks, o que é muito importante para manter a empolgação para o projeto!

Uma curiosidade

O nome da história, Magnos, não era o nome oficial do projeto quando eu tive as primeiras ideias no ano passado. O primeiro nome era Colosso.

Colosso é o nome que eu queria dar ao continente onde a história acontece.

Talvez esse ainda seja o nome do território, mas não achei que faria sentido dar esse nome para a história toda, sendo que a queda do império dos Magnos é o foco principal.

Somente no momento em que eu desenhei a capa é que eu tomei a decisão final de usar o nome Magnos.

No próximo diário de criação de uma HQ

Depois de voltar no tempo nos dois primeiros diários, estamos quase chegando nos dias atuais, onde acabei de fazer os layouts das páginas do primeiro capítulo do primeiro volume e estou produzindo as páginas.

Se você está gostando desse diário me avise nos comentários. Também me fale o que achou do prólogo de Magnos que já está disponível para download gratuito.

Até a próxima!