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O medo da mudança

Tomar uma decisão que muda drasticamente a vida sempre vem acompanhada de uma grande ansiedade e também do medo das consequências dessas mudanças.

O medo em doses controláveis é importante, ele é o responsável por impedir uma pessoa de pular de um prédio, pois tem medo de se machucar. Mas precisamos ter cuidado para que ele não se torne o responsável pela nossa acomodação em uma situação a qual não estamos satisfeitos.

Não ter medo de nada é impossível (e nada saudável), mas ter o controle dele é o que faz com que alguém consiga dar passos em direção ao desconhecido. E é nesse desconhecido que pode estar o verdadeiro caminho, aquele que nos trará felicidade e satisfação.

Acomodar-se é muito fácil. Naturalmente o ser humano tem maior facilidade de “controlar” sua insatisfação do que o seu medo, então a chance de colocarmos a bunda na cadeira e não fazermos nada por medo de perder o que já temos é muito maior do que jogar tudo para o alto e recomeçar num caminho fora do padrão e que, obviamente, irá exigir muito mais de nós mesmos.

Quantas histórias ouvimos de pessoas que tentaram o diferente e perderam tudo? E as que ganharam tudo após essa grande mudança? Sempre existirá a chance de passarmos por muitas dificuldades quando deixamos de lado o estado de acomodação e buscamos um desafio muito maior. Essas dificuldades podem nos derrubar e nos fazer perder tudo, talvez até fazer com que nos arrependamos de ter dado o passo ruma ao desconhecido.

Mas como saber se o desconhecido será uma derrota ou uma vitória se não tomarmos a coragem de matar no peito o medo e experimentar esse caminho? Pode dar certo ou pode dar errado, mas quando lembrarmos que tivemos a coragem necessária para partir nesta jornada sentiremos uma satisfação sem igual.

Vencer ou perder, ambos são pontos de vista. O quanto da vida estaríamos perdendo se ainda estivéssemos acomodados naquela velha cadeira empoeirada esperando…

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Teimosia

“Para vencer é preciso persistir, nunca desista do seu sonho e corra atrás até atingi-lo!”

Quem nunca ouviu esse tipo de frase de autoajuda/motivação? Eu concordo com ela, qualquer coisa é possível para quem não desiste e tem força de vontade pra atingir seus objetivos. Mas existe uma linha tênue entre ser persistente ou simplesmente teimoso.

Depois de muitos anos você percebe que a sua persistência não está te levando a lugar algum, você continua correndo atrás, mas não vê seus objetivos mais próximos. Aí entra a questão: será mesmo que você não está apenas sendo teimoso?

Não quero dizer que você não deve seguir persistindo no seu sonho, mas sim que deve analisar se o caminho que você tomou para torná-lo realidade é realmente a melhor opção. É preciso persistir sim, mas também é preciso ser inteligente e humilde o suficiente para perceber quando o caminho, ou até seu objetivo, precisa ser repensado.

Eu acredito que existem pelo menos oito maneiras de se percorrer um caminho até um destino específico, então se você experimentou apenas um deles e está percebendo que ele não está te fazendo chegar mais próximo do seu destino, por que não experimentar outras opções?

Para e pense: quais são minhas outras opções para atingir meu objetivo? Ou até: qual é verdadeiramente meu objetivo?

Não existe vergonha em dar um passo para trás para reorganizar a vida e poder dar novos passos em direção à sua prosperidade. Somente o orgulho irá lhe impedir de tomar essa atitude.

O orgulho é o complemento da ignorância. (Bernard Fontenelle)

Persista sempre, mas não seja orgulhoso e teimoso. Talvez sua vida esteja lhe dizendo que está na hora de se conhecer melhor e entender o que realmente quer para si mesmo. Parar para reavaliar o que está fazendo nunca será perda de tempo, será sempre um exercício de autoconhecimento.

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Aproveitando o caminho

Em um bate-papo que tive um tempo atrás alguém entrou no assunto “deve-se apreciar a viagem e não só o destino“. Basicamente, isso quer dizer que eu devo gostar tanto das inacabáveis horas no carro na Régis Bittencourt quanto das praias de Florianópolis… esse sempre foi o meu ponto de vista sobre o assunto.

Ultimamente eu andei revendo meu conceito. Não necessariamente sobre a Régis Bittencourt, mas sobre aproveitar melhor a vida, ou seja, viver o presente com mais intensidade do que esperar pelo futuro.

Mas como podemos apreciar a viagem se o que mais queremos é que inventem logo uma máquina de teletransporte?

Vivemos em um mundo cada vez mais imediatista, buscando resultados cada vez mais rápidos e eficientes, e, de preferência, sem que precisemos sair da frente do computador. As pessoas não querem esperar a planta crescer, por exemplo, regando, cultivando, dando atenção, querem comprá-la pronta e de plástico, para não ter que “perder tempo” cuidando.

Acreditam que vão votar hoje e amanhã o candidato vai resolver o problema da paz mundial. Querem ter um bom emprego logo, mas não querem começar de baixo. Querem uma promoção no trabalho logo, mesmo que a dedicação seja mediana e, se não vier, trocam de emprego. Compram um gadget novo logo que ele é lançado, mesmo sabendo que o antigo ainda poderia dar conta do recado por mais alguns anos.

Esse imediatismo está presente em nossa vida e é ele que nos faz querer pular o caminho e chegar logo no destino. É como se o tempo estivesse mais curto para todos e qualquer caminho percorrido é uma perda de tempo. Isso gera muita ansiedade e stress nas pessoas.

Para mim, aceitar que existem sim belezas no caminho não é fácil, porque faço parte desta geração para a qual ontem já é passado e o hoje é uma busca pelo amanhã. Só que o amanhã nunca chega, porque a vida acontece hoje.

“O passado é história, o futuro é mistério, o agora é uma dádiva e por isso se chama presente” (do filme Kung Fu Panda)

Estou tentando absorver essa filosofia para, consequentemente, diminuir a ansiedade que gero pelo que ainda nem aconteceu. E aproveitar o caminho que estou percorrendo para atingir isso é a primeira lição.